Diocese de Santo André

Para ecônomos do Brasil, Núncio Apostólico afirma que transparência na gestão é parte da identidade da igreja

O núncio apostólico no Brasil, dom Giambattista Diquattro, inaugurou a série de conferências destinadas ao aprofundamento dos 230 participantes do Seminário para Ecônomos de (arqui) dioceses que teve início nesta terça-feira, 14 de maio, na Casa dom Luciano em Brasília (DF). O encontro que acontece até a próxima quinta-feira, 16 de maio, está aprofundando o  tema: “A gestão no Magistério da Igreja: o ofício do ecônomo na construção de uma Igreja credível e sustentável”.

Dom Giambattista aprofundou o tema: “Transparência no economato à luz das iniciativas do Papa Francisco”. O representante do Papa no Brasil afirmou que aqueles que se ocupam da gestão dos bens e recursos da Igreja, tanto da coleta quanto do uso dos mesmos, devem incrementar o estilo de colaboração e de caminhar juntos, colocando-se em caminho como discípulos do Senhor Ressuscitado e não como pessoas errantes, mas como Igreja – Povo de Deus e como a família de Jesus.

Um dos eixos da primeira conferência do Seminário de Ecônomos foi a “transparência na administração dos bens temporais da Igreja”. O núncio usou o exemplo bíblico de Ananias e Safira narrado no capítulo 5 de Atos dos Apóstolos. Segundo, dom Giambatistta o episódio releva o significado mais profundo da transparência cristã.

Dom Giambatistta ressaltou que a obscuridade se opõe à dinâmica e à imagem do Espírito Santo. “Jesus opôs-se às obscuridades de seu tempo, às estruturas e aos costumes humanos que paralisavam o caminho para o Pai”, reforçou apontando que a Igreja tem que se colocar contra, no âmbito da gestão, a frases como “sempre foi assim”.

O núncio ressaltou trechos da fala de São João Paulo II em visita pastoral à paróquia romana de Santo Alberto Magno em Vigne Nuove, em 15 de novembro de 1987: “Para ser  verdadeiramente família, para ser irmãos, é preciso ser mutuamente transparente. E é preciso também abrir-se aos outros para criar essa atitude mútua de transparência […], transparência significa confiança: sou transparente porque confio; sou transparente porque não tenho medo do outro, não tenho medo de que os outros abusem do meu mistério […]. A comunhão não é possível sem transparência mútua”.

Segundo o núncio apostólico no Brasil, “a transparência é um pré-requisito indispensável para que cada crente seja responsável, seja capaz de prestar contas do uso dos talentos (carismas) recebidos para a evangelização, para o bem da comunidade”. Ele defendeu ainda que a transparência e a responsabilidade fazem parte da identidade da Igreja e atingem todos os aspectos da realidade eclesial.

Dom Giambattista reforçou o que diz o Decreto Presbyterorum Ordinis no nº 17 : “Os bens eclesiásticos propriamente ditos, segundo a sua mesma natureza, administrem-nos os sacerdotes, segundo as normas das leis eclesiásticas, utilizando, quanto for possível o parecer de peritos leigos, e destinem-nos sempre segundo aqueles fins, para os quais é lícito à Igreja possuir bens temporais, isto é, para o culto divino, honesta sustentação do clero, obras de apostolado e caridade, sobretudo para com os pobres”.

Prestação de contas e boa contabilidade

Outro aspecto abordado pelo prelado foi a importância também da prestação de contas e da boa contabilidade. “A prestação de contas tem por finalidade informar a comunidade quanto os recursos materiais da Igreja para o alinhamento das necessidades de evangelização com os recursos humanos e materiais e o monitoramento de tudo: prioridades e projetos da comunidade”, disse.

“O discernimento, como escolher entre o que é bom e o que é melhor, a vigilância, como prestar contas, são ferramentas que apoiam os ecônomos em seu serviço, que não prestam contas só no final do ano, mas continuamente, diariamente, adotando o que é necessário para salvaguardar e valorizar também os talentos materiais que a Igreja recebe da Providência”, apontou.

Nesta direção, dom Gimbastistta também falou da importância da padronização e sistematização dos melhores instrumentos e práticas de gestão na linha de organizar as atividades processuais individuais de forma a criar condições de reproduzi-las continuamente em um serviço.

Como conclusão de sua conferência, o núncio apostólico no Brasil mencionou o Santo Padre Francisco que vem afirmando repetidamente que, para a comunidade eclesial, a preocupação com os pobres é prioridade. “Uma gestão clara, compreensível, explicada e verificável constitui um testemunho cristão autêntico e eficaz, capaz de inspirar mais generosidade para as necessidades da comunidade’, concluiu.

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