Homilia da ordenação diaconal
Dia 22/02/2025 – Matriz do Bom Jesus de Piraporinha – Diadema
Diácono Permanente Marco Antonio Ernandez
(Rm 5, 1-5  –  Ev. Mt 5, 1-12a)

Irmãos e irmãs,

Que a graça de Deus esteja no coração de todos!

Hoje, nos alegramos ao receber este dom de Deus para nossa Igreja Diocesana: a vocação confirmada do Marco Antonio Ernandez para o serviço de diácono, imagem de Jesus Servidor: o Servo de Deus! E servo dos irmãos, em especial os pobres.

Como diz a primeira leitura proclamada: em Jesus Cristo tivemos acesso à fé e à esperança que não decepciona. É somente através da fé e da esperança que alguém pode assumir este ministério do diaconado, na firme esperança de viver como discípulo, seguidor e imitador de nosso salvador Jesus Cristo. É ele quem chama, a vocação é dele, nós somente correspondemos ao chamado, respondendo SIM! Um sim que dever ser renovado cada dia.  

O Evangelho nos fala das Bem-aventuranças. A pessoa feliz! Em nossa sociedade, como na época de Jesus, era a que tinha bens materiais, fama e poder. Jesus inverte esta mentalidade! O modo de vida de Jesus nos questiona e interpela. Jesus, o grande bem-aventurado, era feliz de uma maneira diferente. Ele não pensava muito na sua felicidade, mas na dos outros. Ele viveu para implantar o projeto do “Reino de Deus”, no qual todos são irmãos e filhos do mesmo Pai e vivem a fraternidade universal. Jesus era feliz quando fazia os outros felizes. Era feliz devolvendo às pessoas a saúde e a dignidade. Ele não procurava seu próprio interesse, mas buscava incluir a todos no amor do Pai e da Comunidade. 

As bem-aventuranças indicam o caminho da felicidade que não é a satisfação dos nossos interesses pessoais, mas está em trabalhar fiel e pacientemente por um mundo mais feliz para todos.

As bem-aventuranças, então, indicam o modo de vida capaz de nos levar à felicidade: ser pobre de espírito, ter estilo de vida pobre, simples, compromisso com a justiça, a fraternidade, ser solidário com quem sofre.

São Mateus reúne oito bem-aventurança, mas elas representam uma única atitude vivida no fundo do coração: a pobreza, a dependência de Deus. Nesta atitude fundamental estão a misericórdia, a pureza de coração, a sede de justiça, a busca da paz, a mansidão… Para seguir Jesus Cristo e servir os pobres, para entrar com eles no Reino, é preciso que tenhamos um coração de pobre. Se não tivermos um coração de pobre, nosso compromisso com o pobre o oprimirá, porque não será fruto da solidariedade e conversão a Jesus Cristo!

Ter coração de pobre, enfim, é tomar consciência de que recebemos todas as coisas através da misericórdia de Deus. Ser pobre de espírito é também receber de Deus através do pobre. A maior solidariedade é deixar-se evangelizar pelos pobres.

Neste momento solene e único da vida do nosso irmão Marco Antonio, estamos unidos a ele pedindo a Deus que lhe dê a força de viver seu ministério diaconal na perspectiva desta palavra de vida que ele escolheu: “Bem-aventurados os que tem um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus” (Mt 5,3).

Saúdo de modo especial sua esposa Roseli Aparecida e suas filhas Isabella e Giovanna, que sempre o apoiaram no seu itinerário de preparação para este momento, que durou nove anos. E também vocês aqui presentes que o acompanharam e vieram orar por ele.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!