Entre os dias 10 e 13 de julho, o Recanto Marista (REMAR), em Ribeirão das Neves (MG), foi lugar de comunhão, ancestralidade e esperança com a realização do 11º Congresso de Entidades Negras Católicas (CONENC), promovido pela Pastoral Afro-Brasileira.

Representando a Diocese de Santo André, participou o padre Edmar Antônio de Jesus, assessor eclesiástico da Pastoral Afro na diocese, que somou à escuta e reflexão sobre os desafios e a missão da Igreja junto ao povo negro.

A abertura do congresso aconteceu ao redor de uma fogueira, símbolo do fogo que purifica, transforma e manifesta a presença de Deus, como na sarça ardente e no Monte Sinai. Em um momento de mística e acolhida, os participantes – vindos de diversos cantos do Brasil – deram início à caminhada do CONENC.

Dom Zanoni Demettino Castro, arcebispo de Feira de Santana e referencial da Pastoral Afro-Brasileira na CNBB e no CELAM, destacou a importância de vivermos este tempo jubilar como “Peregrinos da Esperança”, atentos à proposta da Ecologia Integral, que une as dimensões ambientais, sociais, culturais, econômicas e espirituais da vida humana. Reafirmou ainda a urgência do compromisso antirracista por parte de toda a sociedade e da Igreja, conclamando: não basta não ser racista; é preciso ser antirracista.

Durante o ato de abertura, o arcebispo expressou alegria pela realização do congresso e gratidão à Arquidiocese de Belo Horizonte pela acolhida fraterna. Recordou a trajetória da Pastoral Afro e das Entidades Negras Católicas, marcadas por resistência e evangelização, e ressaltou o protagonismo dos leigos e leigas na construção de uma sociedade justa e fraterna.

Dom Zanoni também lembrou que o congresso se insere no Ano Jubilar, convocado pelo Papa Francisco, em preparação ao Jubileu de 2025, que celebra a Encarnação do Verbo. Ele reforçou que o “Corpus Christi” – a Igreja – é um só corpo, e que não podemos ser apenas uma reunião de pastorais e movimentos, mas sim um corpo unido pela escuta, pela sinodalidade e pela missão.

O CONENC contou ainda com a presença de delegações dos Regionais, assessores e coordenações da Pastoral Afro de todo o Brasil, além dos bispos Dom Luiz Fernando Lisboa (Cachoeiro de Itapemirim-ES) e Dom Eduardo Vieira dos Santos (Ourinhos-SP), que contribuíram nas reflexões ao longo dos dias.