O Santuário Nossa Senhora Aparecida, na Pauliceia, acolheu agentes da Pastoral do Dízimo das dez foranias da Diocese de Santo André, na tarde de 30 de novembro, para uma missa diocesana de ação de graças. A Eucaristia foi presidida por Dom Pedro Carlos Cipollini e concelebrada por padres presentes, entre eles o assessor eclesiástico da Pastoral do Dízimo, Padre Geraldo dos Santos, e o reitor do Santuário, padre Guilherme Franco, além do diácono Sidney Pinto do Nascimento.
Logo no início, a assembleia foi convidada a voltar o olhar para a porta da igreja para acolher, com devoção, a imagem de Nossa Senhora do Dízimo, conduzida em procissão. Em clima de gratidão, Padre Geraldo saudou os presentes lembrando a importância do encontro para a caminhada da Diocese: “Estamos muito felizes com a presença de todos vocês na casa de Deus neste momento tão importante para a nossa Diocese de Santo André, em que damos graças pela Pastoral do Dízimo, por esse amor tão grande que temos pela Igreja e por Deus”.
A partir da imagem do rio que corre em direção ao mar, o sacerdote ajudou os agentes a rezarem sua vocação: “Quando pensamos no rio, vemos que ele está sempre buscando o mar. Nós, cristãos, somos assim: caminhamos sempre em direção a Deus. E Deus, na sua infinita bondade, nos deu uma Mãe que cuida de nós. Ela também olha com carinho pelos dizimistas e por todos que se dedicam a esta pastoral”, afirmou, convidando a comunidade a acolher com fé a imagem.
Advento: vigiar, orientar a vida para Deus e servir com o dízimo
Na homilia, Dom Pedro recordou que a missa coincidiu com o início do Advento, tempo de preparação para o Natal do Senhor. “Nesta Santa Missa, nós estamos iniciando um período maravilhoso na nossa liturgia, o período do Advento, a espera para celebrarmos o Natal do Senhor, esse momento único da história da salvação, no qual Deus entra na humanidade, tornando-se um de nós, Deus e homem verdadeiro”, explicou o bispo.
Ele recordou que a fé da Igreja, professada no Credo que os fiéis rezam aos domingos, remonta ao Concílio de Niceia, que há 1700 anos definiu de modo solene a divindade de Cristo. “Jesus, o Filho de Deus. Deus amou tanto o mundo que enviou o seu Filho para nos salvar. É isso que celebramos no Natal, e para isso nos preparamos durante os quatro domingos do Advento”, disse, apontando para a coroa do Advento e suas velas, que simbolizam a Luz que é Jesus, que vem ao encontro da humanidade.
Comentando a Liturgia da Palavra, Dom Pedro sublinhou que Deus tem um plano de salvação, mesmo quando tudo parece não dar certo. “Com os olhos da fé, sabemos que Deus trabalha de modo diferente. Como lembrou o Papa Leão, Deus trabalha com o que é pequeno, e o seu Reino não vem com barulho, mas no silêncio, como a água que vai achando o caminho até formar o mar”, afirmou.
O bispo também convidou à vigilância interior, num mundo marcado pela pressa e pelas distrações: “Jesus nos pede para não perder o foco da nossa existência. A vida é corrida, principalmente numa cidade grande como a nossa, e, se não cuidarmos, as ocupações tiram Deus do centro da vida. O foco é Ele: Jesus, Deus conosco. São as obras da luz que devemos realizar: caridade, fraternidade, amor, justiça”.
Vocação na Pastoral do Dízimo: dom, serviço e transparência
Voltando o olhar de forma especial aos agentes presentes, Dom Pedro relacionou a vocação de cada um com a missão da Pastoral do Dízimo. “Qual foi o dom que você recebeu? Vocês estão aqui como Pastoral do Dízimo. É um dom, foi um chamado. Deus chama através de alguém: Ele não manda e-mail, WhatsApp, telefone. Ele manda alguém falar, convidar, e vocês aceitaram”, disse, incentivando-os a viver esse serviço com alegria e responsabilidade.
Ao tratar da dimensão concreta do sustento da Igreja, o bispo lembrou que, desde os primeiros tempos, a comunidade cristã se organizou para garantir os recursos necessários à missão. “No Evangelho, vemos Jesus com os doze apóstolos, e já havia alguém encarregado da bolsa, de recolher as ofertas e administrar o dinheiro. Desde o início, sempre teve alguém que se preocupou em arrumar os recursos para a evangelização, para a liturgia, para a manutenção dos ministros”, recordou.
Dom Pedro insistiu que o dízimo é hoje o modo mais adequado de manter a vida e a missão da Igreja. “O objetivo da Pastoral do Dízimo é difundir na Igreja a mentalidade de que a melhor forma de manter a nossa Igreja é através do dízimo, não só porque tem fundamento bíblico, mas porque é um caminho pensado pela própria Palavra de Deus”, afirmou. Nessa linha, chamou atenção para os limites de depender apenas de promoções e festas: “Nós não podemos confiar que, no futuro, a Igreja vai conseguir viver só de quermesse. O povo que trabalha nas quermesses está diminuindo, e, de certa forma, fazemos concorrência com a praça de alimentação do shopping, que é uma quermesse constante”, observou, com realismo.
O bispo ressaltou também a importância da organização, do cadastro dos dizimistas e da prestação de contas. Lembrando as reflexões do Sínodo dos Bispos, do qual participou em Roma, ele afirmou: “Uma das coisas que o Sínodo pediu para a Igreja é a transparência, a prestação de contas na pastoral e na administração dos bens da Igreja. Isso não é opcional. A prestação de contas faz parte do que se espera do uso do dízimo”. E concluiu exortando os agentes: “Continuem trabalhando sem desanimar e insistindo para difundir em toda a nossa Diocese essa mentalidade de que o dízimo, hoje e muito mais no futuro, será o modo de manter a nossa Igreja”.
Gratidão, lembrança e envio dos agentes
Ao final da celebração, Padre Geraldo tomou a palavra em nome da Pastoral Diocesana do Dízimo para agradecer a presença do bispo. “Em nome de toda a nossa Pastoral Diocesana do Dízimo, quero agradecer a Dom Pedro a sua presença aqui conosco. A sua presença nos anima muito a continuar nessa pastoral, que é tão importante para todas as paróquias e para a nossa Diocese”, afirmou.
Ele chamou à frente os membros da Comissão do Dízimo, explicando à assembleia que, em cada dia da diocese, há alguém representando esse serviço nas comunidades. Em seguida, foi entregue a Dom Pedro uma lembrança preparada pela pastoral, como sinal de carinho e gratidão. O sacerdote também agradeceu ao padre Guilherme pela acolhida no santuário e aos demais padres e ao diácono Sidney, reconhecendo o apoio constante à pastoral.
Para encerrar de forma simples e fraterna, foi realizado um sorteio entre os presentes, e alguns agentes receberam como lembrança uma imagem de Nossa Senhora do Dízimo, reforçando o desejo de colocar sob a intercessão de Maria a vida de cada dizimista e o serviço de todos os que, com generosidade, ajudam a sustentar a missão evangelizadora da Diocese de Santo André.
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