Diocese de Santo André

Assembleia Diocesana da Catequese aprofunda Diretório e reforça missão dos catequistas

Ao longo de todo o sábado, 29 de novembro, o Santuário Senhor do Bonfim, em Santo André, acolheu catequistas vindos das dez foranias da Diocese de Santo André para a Assembleia Diocesana da Catequese. O encontro teve como eixo o estudo e a recepção do Diretório Diocesano de Catequese, promulgado neste ano, e a reflexão sobre a missão dos agentes no processo de iniciação à vida cristã.

Um dia de assembleia no encerramento do Ano Litúrgico

A programação teve início às 7h30 com a acolhida e credenciamento, seguida, às 8h, da Santa Missa, presidida pelo Padre Cauê Fogaça, assessor eclesiástico da Comissão Bíblico-Catequética. A liturgia de encerramento do Ano Litúrgico e a proximidade do Advento marcaram a homilia, na qual ele convidou os catequistas a lerem a própria missão à luz do Reino de Deus.

Ao refletir sobre o livro de Daniel e o discurso escatológico de Jesus, padre Cauê recordou que os “reinos deste mundo” passam, mesmo quando parecem invencíveis, enquanto o Reino de Deus é definitivo e eterno, mas se manifesta de modo totalmente diferente das lógicas de poder. Ele alertou que associar o Reino de Deus à lógica de força e domínio é um desvio do cristianismo, e lembrou que o Evangelho só floresce quando é vivido como serviço, não como poder.

Dirigindo-se diretamente aos catequistas, insistiu na necessidade de vigilância e de vida espiritual: para ele, o risco é um coração que se torna insensível, ocupado pelas preocupações da vida e por uma prática pastoral automática. Nessa linha, sublinhou que a missão catequética exige perseverança e oração constante, afirmando que é rezando que o discípulo permanece de pé diante de Deus e encontra força para continuar servindo, mesmo em meio às dificuldades.

Ao final, no contexto do Ano Jubilar e diante da imagem do Senhor do Bonfim, o celebrante encorajou os presentes a manterem a esperança de que o Reino de Deus cresce silenciosamente onde há justiça, paz e amor, e que a catequese é um serviço precioso para que esse Reino seja acolhido na vida das pessoas.

Diretório Diocesano de Catequese: documento que direciona o caminho

Após a Missa e o momento de café, a primeira reflexão do dia foi conduzida pelo assessor, tendo como foco a apresentação do Diretório Diocesano de Catequese. Ele explicou que o documento é fruto de um longo processo iniciado no Sínodo Diocesano e nas propostas do 8º Plano Diocesano de Pastoral, chegando agora à sua promulgação como referência para toda a Diocese.

Padre Cauê ressaltou que o Diretório não é um “manual de respostas prontas”, mas um texto que direciona e orienta a catequese, respeitando as diferentes realidades paroquiais. Para ilustrar, utilizou a imagem de quem sai em direção à praia por caminhos distintos: há várias possibilidades de percurso, mas o objetivo é o mesmo. Assim também a catequese: o Diretório indica caminhos seguros, mas cada comunidade precisa discernir, à luz da própria realidade, como aplicar as propostas.

Ao apresentar a estrutura do documento, o assessor destacou que ele está fundamentado no processo de Iniciação à Vida Cristã, com forte inspiração catecumenal, e propõe uma catequese por etapas e idades, que acompanhe a pessoa ao longo de toda a vida. Ele insistiu que a catequese não pode ser entendida como “curso para receber sacramentos”, mas como caminho de discipulado, que toca mais o coração e a vida do que apenas conteúdos doutrinários.

O sacerdote também recordou a origem do diretório em nível de Igreja universal, o trabalho da CNBB e a decisão da Diocese de Santo André de elaborar um texto próprio, enraizado na realidade local, em continuidade com o sínodo e com o caminho pastoral vivido nos últimos anos.

Agentes, metodologia e catequese por idades

Na sequência da manhã, a segunda reflexão foi conduzida pelo Padre Gustavo Laureano, que aprofundou três capítulos considerados centrais no diretório: os agentes e sujeitos da Iniciação à Vida Cristã, a pedagogia e metodologia, e a catequese conforme as idades.

Logo no início, ele reforçou que a catequese é missão de toda a Igreja e que a comunidade é o primeiro sujeito da iniciação cristã. A catequese, segundo o diretório, não pode ser um grupo isolado dentro da paróquia, mas deve estar em comunhão com a vida litúrgica, com os grupos de jovens, pastorais e demais serviços, de modo que os catequizandos se sintam verdadeiramente inseridos na comunidade.

Padre Gustavo retomou, ainda, a responsabilidade das famílias e do ambiente familiar, lembrando que a Igreja doméstica é chamada a ser o primeiro lugar de transmissão da fé. A assembleia foi convidada a pensar formas concretas de envolver pais, mães e responsáveis, não como meros acompanhantes, mas como protagonistas chamados a rezar, participar de encontros e assumir a educação da fé em casa.

Outro ponto sublinhado foi a figura do “introdutor” ou “acompanhante” no processo de iniciação à vida cristã, proposta que busca oferecer um acompanhamento mais personalizado aos catequizandos, especialmente em etapas como o querigma e a preparação aos sacramentos. O assessor também destacou o papel do catequista, que, à luz do diretório, é chamado a unir conhecimento da Palavra, sensibilidade litúrgica, atenção às realidades humanas e capacidade de dialogar com a cultura atual.

Ao tratar da metodologia, o padre apresentou a inspiração catecumenal, com seus tempos e etapas, destacando o querigma como primeiro anúncio que desperta a fé, seguido por um caminho de formação, purificação e iluminação, sempre em referência à vida concreta das pessoas e aos desafios de um contexto marcado pelo individualismo e pela perda dos referenciais cristãos.

Tarde de partilha e planejamento

Após o almoço, a assembleia retomou os trabalhos às 13h30 com orientações para a partilha em grupos. Por meio de um formulário online, as paróquias foram convidadas a responder questões práticas: como aplicar o que foi discutido, o que já é realizado à luz do Diretório e quais são as principais dificuldades na implantação das propostas em cada realidade.

A partilha em grupos, iniciada às 13h45, permitiu levantar experiências, desafios e iniciativas que já vêm sendo praticadas, ajudando a Comissão Diocesana a mapear o “estado da questão” da catequese na diocese. Em seguida, após novo intervalo, foram apresentados o calendário para o próximo ano, orientações sobre itinerários de formação dos catequistas, indicações referentes ao Ministério Instituído dos Catequistas e informações sobre o parecer antecedente criminal, exigência necessária para o exercício responsável deste serviço.

O encontro foi encerrado por volta das 16h, com uma palavra de agradecimento aos catequistas, coordenadores paroquiais e forâneos, padres e demais agentes envolvidos na caminhada catequética da Diocese.

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