Na tarde de 29 de novembro, festa de Santo André Apóstolo, a Diocese de Santo André celebrou a dedicação da Paróquia Santo André Apóstolo, matriz da cidade e única igreja dedicada ao padroeiro diocesano. A missa foi presidida pelo bispo diocesano, Dom Pedro Carlos Cipollini, com a participação de padres, diáconos, religiosos, religiosas e fiéis de diversas comunidades.
Com mais de um século de história, a Matriz de Santo André nasceu em 1911, a partir da ação dos missionários scalabrinianos, que ofereciam assistência religiosa aos imigrantes italianos, poloneses e de outras nacionalidades que se estabeleciam ao redor da estação ferroviária Borda do Campo. A construção da igreja foi oficialmente aprovada em dezembro de 1911 pelo então arcebispo Dom Duarte Leopoldo e Silva, e as obras se sustentaram com a contribuição das famílias da região. Ao longo de 113 anos, a comunidade foi servida por 19 párocos e muitios sacerdotes, acompanhando o crescimento da cidade e da própria Igreja no Grande ABC.
A celebração da dedicação começou do lado de fora da igreja, com a entrega do livro tombo e as chaves da igreja. Diante da fachada, Dom Pedro convidou a assembleia a entrar “pelas portas do Senhor, dando graças”, marcando o início da procissão de entrada. Em seguida, já no interior da igreja, teve início o rito da bênção da água e da aspersão, em que o bispo recordou o sentido batismal desse gesto, que alcançou o povo, as paredes e o altar da matriz.
Na homilia, Dom Pedro situou a celebração no contexto da festa do padroeiro. Ao apresentar o apóstolo, afirmou: “Esse tempo é dedicado a Deus sob a invocação deste santo padroeiro, desta paróquia, da nossa diocese e também da cidade de Santo André.” Em seguida, retomou a figura bíblica de André como alguém que conduz outros a Jesus: “Santo André foi um dos 12 apóstolos que Jesus escolheu. Fiel, um homem que realmente entregou sua vida nas mãos do Mestre, mensageiro, apóstolo, missionário, porque foi ele que levou o seu irmão até Jesus, dizendo “Encontramos o Messias e levou outras pessoas também.”
O bispo também recordou a presença discreta e firme do apóstolo no Evangelho e na história da Diocese: “Santo André, solitário na multiplicação dos pães, ele que apresenta a Jesus a pessoa que tinha, os dois peixinhos, cinco pães. Nosso padroeiro, querido padroeiro, Santo André, é para nós uma inspiração que Deus nos deu. Este santo padroeiro do Grande ABC é um santo que não é muito conhecido, mas que tem uma importância toda especial no ministério de Jesus, muito discreto, mas muito proativo, decidido.”
Ao explicar a importância da dedicação da igreja, Dom Pedro lembrou que se trata da única matriz dedicada ao padroeiro diocesano: “Então se fazia a dedicação, é um dia histórico para esta Igreja e para esta paróquia e para nossa diocese, porque é a única igreja dedicada ao padroeiro da nossa Diocese de Santo André.” Ele relacionou a data com a inauguração do templo, ocorrida em 29 de novembro em outra época: “Portanto, hoje é a data da inauguração. Faz aniversário o dia da inauguração e nós, nesse mesmo dia 29 de novembro, estamos continuando aquela inauguração, na qual faltou a dedicação. […] Portanto, é um dia realmente que marca a história da nossa diocese, da nossa paróquia, de Santo André e do coração de cada um.”
Dom Pedro aproveitou ainda para explicar à assembleia o sentido das partes do rito que seriam realizadas após a Liturgia da Palavra: “Certamente vamos seguir o rito da dedicação, repleto de simbolismo que nos instrui, nos catequiza, nos ilumina sobre a nossa fé. Assim como no dia do seu batismo você foi ungido, tocado pela água, você foi abençoado, você segurou uma vela nas suas mãos, seus padrinhos seguraram por você. Assim também esta igreja de pedra já foi tocada pela água. Vamos ungir essas cruzes.” Mais adiante, relacionou as doze cruzes às raízes apostólicas da Igreja: “Doze cruzes, símbolo dos apóstolos, porque daqui, desta igreja devem sair os missionários, a Igreja apostólica. […] Aqui se reúnem os batizados e batizadas, que são a verdadeira Igreja de Jesus, dedicada ao culto de Deus nesse mundo, santificando as realidades nas quais vivemos pelo nosso testemunho de fé, esperança e caridade.”
Após a homilia e a Profissão de Fé, a assembleia rezou a Ladainha de Todos os Santos, pedindo a intercessão do céu sobre a igreja e a comunidade. Em seguida, Dom Pedro depositou no altar as relíquias de Santa Paulina e de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, proclamou a oração de dedicação e realizou a unção do altar com o Óleo do Santo Crisma.
Nas paredes, foram ungidas as doze cruzes distribuídas pelo templo – seis pelo bispo e seis pelo pároco, padre Tiago Sibula –, em referência aos doze apóstolos. O altar e a igreja foram então incensados, sinal da oração do povo que se eleva a Deus..
Concluídas as unções, o altar recebeu a toalha branca, os castiçais e as velas, que foram acesas, marcando o momento em que o espaço consagrado passa a ser utilizado de forma estável para a celebração da Eucaristia. A missa prosseguiu com a Liturgia Eucarística, já no altar dedicado, e a comunhão foi distribuída aos fiéis, que acompanhavam atentamente cada gesto do rito.
Ao final da celebração, Padre Tiago agradeceu ao bispo, aos presbíteros, às equipes de pastoral e aos fiéis que colaboraram com a preparação da dedicação e com a vida cotidiana da Matriz de Santo André. Em suas palavras, sublinhou a responsabilidade da comunidade em manter vivo tudo o que foi celebrado nesta noite, assumindo o compromisso de fazer da igreja um lugar de oração, acolhida e serviço à cidade.
A celebração foi concluída com o descerramento da placa comemorativa da dedicação da Matriz de Santo André, instalada na entrada da igreja. O gesto, realizado por Dom Pedro e pelo padre Tiago, na presença dos fiéis e das pastorais, registrou oficialmente a data e o rito de dedicação, para que as futuras gerações recordem este momento na história da paróquia e da diocese.
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