“Queridos irmãos e irmãs, este ano, nós, os crentes de todas as denominações cristãos, celebramos juntos a Páscoa. Assim ressoa, a uma só voz, em todas as partes da terra, o mais belo anúncio: «O Senhor ressuscitou verdadeiramente, como havia predito!» Ele, que venceu as trevas do pecado e da morte, conceda paz aos nossos dias”, disse o Ppa Francisco na mensagem Urbi et Orbi, este domingo 16 de abril de 2017, na presença de 60.000 pessoas na Praça de São Pedro.
Durante a missa, a congregação orou para o papa e para o mundo – em diferentes idiomas: hebraico, italiano, Inglês, húngaro e chinês – e especialmente para Bento VI porque era seu aniversário de 90 anos, e para a unidade dos cristãos que celebram a Páscoa na mesma data este ano.
O papa falou dos países particularmente atingidos, como Síria – “amada e martirizada” “ontem mesmo teve lugar o último ataque vergonhoso aos refugiados em fuga, que deixou numerosos mortos e feridos” -, Médio Oriente, Terra Santa, Iraque e Iémen, Sudão do Sul, Sudão, Somália e República Democrática do Congo – “que sofrem o perdurar de conflitos, agravados pela gravíssima carestia que está a afetar algumas regiões da África” -, América Latina, Ucrânia, – “tormentada ainda por um conflito sangrento” -, e Europa e “quantos atravessam momentos de crise e dificuldade, nomeadamente por causa da grande falta de emprego, sobretudo para os jovens”.
O papa também mencionou os jovens após a bênção Urbi et Orbi. E ele agradeceu a Holanda para o dom de flores e convidou a rezar para si mesmo
MENSAGEM URBI ET ORBI
DO PAPA FRANCISCO
PÁSCOA 2017
Sacada Central da Basílica Vaticana
Queridos irmãos e irmãs,
feliz Páscoa!
Hoje, em todo o mundo, a Igreja renova o anúncio maravilhoso dos primeiros discípulos: «Jesus ressuscitou!» – «Ressuscitou verdadeiramente, como havia predito!»
A antiga festa de Páscoa, memorial da libertação do povo hebreu da escravidão, alcança aqui o seu cumprimento: Jesus Cristo, com a sua ressurreição, libertou-nos da escravidão do pecado e da morte e abriu-nos a passagem para a vida eterna.
Todos nós, quando nos deixamos dominar pelo pecado, perdemos o caminho certo e vagamos como ovelhas perdidas. Mas o próprio Deus, o nosso Pastor, veio procurar-nos e, para nos salvar, abaixou-Se até à humilhação da cruz. E hoje podemos proclamar: «Ressuscitou o bom Pastor, que deu a vida pelas suas ovelhas e Se entregou à morte pelo seu rebanho. Aleluia!» (Missal Romano, IV Domingo de Páscoa, Antífona da Comunhão).
Através dos tempos, o Pastor ressuscitado não Se cansa de nos procurar, a nós seus irmãos extraviados nos desertos do mundo. E, com os sinais da Paixão – as feridas do seu amor misericordioso –, atrai-nos ao seu caminho, o caminho da vida. Também hoje Ele toma sobre os seus ombros muitos dos nossos irmãos e irmãs oprimidos pelo mal nas suas mais variadas formas.
O Pastor ressuscitado vai à procura de quem se extraviou nos labirintos da solidão e da marginalização; vai ao seu encontro através de irmãos e irmãs que sabem aproximar-se com respeito e ternura e fazer sentir àquelas pessoas a voz d’Ele, uma voz nunca esquecida, que as chama à amizade com Deus.
Cuida de quantos são vítimas de escravidões antigas e novas: trabalhos desumanos, tráficos ilícitos, exploração e discriminação, dependências graves. Cuida das crianças e adolescentes que se veem privados da sua vida despreocupada para ser explorados; e de quem tem o coração ferido pelas violências que sofre dentro das paredes da própria casa.
O Pastor ressuscitado faz-Se companheiro de viagem das pessoas que são forçadas a deixar a sua terra por causa de conflitos armados, ataques terroristas, carestias, regimes opressores. A estes migrantes forçados, Ele faz encontrar, sob cada ângulo do céu, irmãos que compartilham o pão e a esperança no caminho comum.
Nas vicissitudes complexas e por vezes dramáticas dos povos, que o Senhor ressuscitado guie os passos de quem procura a justiça e a paz; e dê aos responsáveis das nações a coragem de evitar a propagação dos conflitos e deter o tráfico das armas.
Concretamente nos tempos que correm, sustente os esforços de quantos trabalham ativamente para levar alívio e conforto à população civil na Síria, a amada e martirizada Síria, vítima duma guerra que não cessa de semear horrores e morte. Ontem mesmo teve lugar o último ataque vergonhoso aos refugiados em fuga, que deixou numerosos mortos e feridos. Conceda paz a todo o Médio Oriente, a começar pela Terra Santa, bem como ao Iraque e ao Iémen.
Não falte a proximidade do Bom Pastor às populações do Sudão do Sul, do Sudão, da Somália e da República Democrática do Congo, que sofrem o perdurar de conflitos, agravados pela gravíssima carestia que está a afetar algumas regiões da África.
Jesus ressuscitado sustente os esforços de quantos estão empenhados, especialmente na América Latina, em garantir o bem comum das várias nações, por vezes marcadas por tensões políticas e sociais que, nalguns casos, desembocaram em violência. Que seja possível construir pontes de diálogo, perseverando na luta contra o flagelo da corrupção e na busca de soluções pacíficas viáveis para as controvérsias, para o progresso e a consolidação das instituições democráticas, no pleno respeito pelo estado de direito.
Que o Bom Pastor ajude a Ucrânia, atormentada ainda por um conflito sangrento, a reencontrar a concórdia, e acompanhe as iniciativas tendentes a aliviar os dramas de quantos sofrem as suas consequências.
O Senhor ressuscitado, que não cessa de cumular o continente europeu com a sua bênção, dê esperança a quantos atravessam momentos de crise e dificuldade, nomeadamente por causa da grande falta de emprego, sobretudo para os jovens.
Queridos irmãos e irmãs, este ano, nós, os crentes de todas as denominações cristãos, celebramos juntos a Páscoa. Assim ressoa, a uma só voz, em todas as partes da terra, o mais belo anúncio: «O Senhor ressuscitou verdadeiramente, como havia predito!» Ele, que venceu as trevas do pecado e da morte, conceda paz aos nossos dias.
Palavras do Papa após a bênção
Queridos irmãos e irmãs,
Desejo a todos Feliz Páscoa para vocês que vieram da Itália e de diferentes países, e para aqueles que estão ligados através de vários meios de comunicação.
Que o anúncio da Páscoa de Cristo ressuscitado reavivar as esperanças de suas famílias e suas comunidades, especialmente as novas gerações, futuro da Igreja e da humanidade.
Um agradecimento especial vai para aqueles que deram as decorações florais e para aqueles que os fizeram: eles vêm novamente este ano na Holanda.
Que você possa sentir cada dia a presença do Senhor ressuscitado e compartilhar com outros a alegria e esperança que ele dá.
Por favor, não se esqueça de orar por mim.
Boas festas e adeus!
Fonte: Zenit