O Método de Ovulação Billings, foi desenvolvido em resposta à exortação do Papa São Paulo VI na Encíclica Humane Vitae. Apesar da Encíclica ter completado 50 anos de sua proclamação, ainda é atualíssima. Este documento, mesmo tendo razões racionais, precisa ser estudado com o coração. Em 1968, no auge da revolução sexual, o Papa São Paulo VI publicou aquela que iria causar muito incômodo nos católicos: a Encíclica Humanae Vitae, que em latim significa “Vida Humana”. Ela trata de modo claro sobre a regulação da natalidade, a problemática dos métodos artificiais para este fim e a beleza das dimensões do ato matrimonial que são unitivas e procriativas.
Inspirado sobretudo pelo Espírito Santo, o Papa escreveu este documento com a ajuda do até então cardeal Karol Wojtyla (hoje São João Paulo II) – que na época já estruturava suas catequeses sobre a Teologia do Corpo; e a ajuda do casal Billings – médicos australianos que descobriram um Método Natural para que os casais pudessem exercer uma paternidade responsável sem ferir os princípios éticos, espirituais e morais do ato matrimonial. Com linguagem claríssima e apenas 30 páginas, a Encíclica do Santo faz uma bela trajetória que justifica afirmar que não há vias legítimas para se regular os nascimentos que não sejam por meios naturais e que todos os métodos artificiais ou cirúrgicos como preservativos, anticoncepcionais, DIU, vasectomia, laqueadura entre outros, ferem a integridade das relações conjugais por reduzirem suas finalidades ao próprio prazer.
A publicação da Humanae Vitae foi um ato heroico do Papa, por se tratar de uma resposta da Igreja para os leigos que requisitavam uma posição acerca do assunto. Infelizmente a resposta caiu em um generalizado desprezo no mundo todo. Muitos se concentram na questão do “pode ou não pode” usar este ou aquele método, desconhecem o real sentido do ato matrimonial e sua sacralidade. Outros casais carecem de informação sobre formas lícitas de planejar o nascimento dos seus filhos e viver uma sexualidade que seja “livre, total, fiel e fecunda”, como escreveu o Beato no documento.
Diante dos questionamentos, São João Paulo II, nos EUA, afirmou em 1988 que a Humanae Vitae não é invenção do homem e que, “portanto, colocá-la em dúvida equivale a recusar ao próprio Deus a obediência da nossa inteligência”. Quase meio século depois de sua publicação, também no pontificado de São João Paulo II, o novo catecismo foi publicado e toda a catequese da Humanae Vitae reafirmada. Em 2016, o Papa Francisco ressaltou em sua exortação Amoris Laetitia, a necessidade de se redescobrir a Encíclica para uma vivência matrimonial autêntica e sadia. Apesar de não ter tido um pontificado muito extenso, foram pouco mais de 15 anos (21.6.1963 à 6.8.1978) Papa Paulo VI teve extensa produção formativa para a Igreja, com 12 exortações, 7 encíclicas e dezenas de outros documentos do tipo carta apostólica.
Ele foi eleito Papa no meio do Concílio Vaticano II, ao qual deu sequência com maestria e ainda ajudou que a Igreja o compreendesse e o acolhesse nos anos seguintes. Resta-nos dizer, tal como disse o Papa Francisco na missa de beatificação de Paulo VI que, não acidentalmente era também o encerramento do Sínodo Extraordinário da Família em 2014: “Obrigado, nosso querido e amado Papa Paulo VI! Obrigado pelo teu humilde e profético testemunho de amor a Cristo e à sua Igreja!”
*No dia 27/04/2019, no Edifício Santo André Apóstolo, acontecerá uma formação sobre o Método Billings. Fique atento e se inscreva aqui