Diocese de Santo André

Do Pequeno Oleiro ao Jovem de Fé: as preciosidades de Chiquinho Rabelo

O Dia do Compositor Brasileiro é celebrado em 7 de outubro há mais de sete décadas, em estados como São Paulo e Rio de Janeiro, quando o cantor e compositor Herivelto Martins (1912-1992), que integrou a UBC (União Brasileira dos Compositores), criou a data em 1948 com o objetivo de homenagear essa vocação que traz em forma de letras e versos, a arte de conquistar corações e mentes para uma boa qualidade de vida.

São inúmeros compositores e compositoras que contribuíram decisivamente como influências para as presentes e futuras gerações da música clássica e popular brasileira, como Heitor Villa Lobos (1887-1959), Chiquinha Gonzaga (1847-1935), Vinicius de Moraes (1913-1980), Dolores Duran (1930-1959), Tom Jobim (1927-1994), Maria Bethânia,  João Gilberto (1931-2019), Chico Buarque, Marisa  Monte, Gilberto Gil, Dona Ivone Lara (1922-2018), Cartola (1908-1980), Caetano Veloso, Luiz Gonzaga (1912-1989), Maysa (1936-1977), Gal Costa, entre outros mestres neste quesito.

Referência na música católica

No universo da música católica e do segmento cristão, uma das principais referências é o Pe. José Fernandes de Oliveira, popularmente conhecido como Pe. Zezinho, 79 anos, que começou a compor as suas canções e iniciar a trajetória como cantor ainda na década de 1960. Ele pode ser considerado responsável por abrir as portas para padres cantores, grupos católicos, evangélicos e gospel iniciarem trajetória musical nas últimas décadas. Atualmente, o sacerdote coleciona mais de três mil músicas. Entre as mais famosas e inesquecíveis que se tornaram marcas em celebrações de quase todas as paróquias estão Oração pela Família, Um Certo Galileu, Maria de Nazaré, Utopia, Um Coração para Amar, Há um Barco Esquecido na Praia, Filho Pródigo, entre outras.

Início da vocação

Contemporâneo do Pe. Zezinho, Francisco Paes Rabelo Filho, 73 anos, mais conhecido como Chiquinho Rabelo, poderia perfeitamente trilhar os passos de um compositor profissional no cenário da música católica. “Comecei a compor na década de 1970, quando participei do primeiro grupo de jovens que teve na Paróquia São Sebastião. Mas era só por brincadeira, mesmo. Depois, no final da década de 1980, pediram para eu ajudar na catequese, e aí como catequista eu tinha que fazer algumas composições para me ajudar nos encontros”, recorda o paroquiano, que foi catequista de Crisma durante 30 anos na igreja localizada em Rio Grande da Serra, no ABC. “Mas de todas as músicas, não guardei nenhuma delas. Todas eu perdi”, lamenta.

De sua inspiração, Pe. Zezinho com certeza está entre elas. “Sobre compositores tem muita gente boa por aí. Mas por causa da simplicidade das melodias e riqueza das letras, admiro muito o padre Zezinho, desde muitos anos atrás”, confidencia Chiquinho, que também toca violão em missas da Paróquia São Sebastião.

Divisor de águas

A história mudaria somente quando a Diocese de Santo André promoveria o 1º FECACRI (Festival da Canção Cristã), no início da década de 90. “Gravaram uma canção minha, no LP, e a partir daquela data comecei a guardar todas composições. Foi assim mais ou menos que começou tudo”, conta. Dessas músicas que integraram a coletânea dos festivais estão América de DeusTe Amo Demais, e uma em especial que é cantada até hoje nas paróquias: Pequeno Oleiro, que ‘criou asas’ porque os catequistas já cantavam elas bem antes dela ser apresentada no festival.

Pequeno Oleiro

“Comecei a escrever no mesmo ano do primeiro FECACRI, acho que em 1991, logo depois de um encontro bíblico. Mas aí não gostei do refrão, nem da segunda estrofe e deixei ela de lado. No ano seguinte, me pediram uma música voltada para o tema vocacional (naquele tempo não tinha internet). Aí peguei ela de volta e terminei. Provavelmente no ano de 1992”, explica Chiquinho, sobre a canção que se tornaria desde então, uma marca em várias missas nas paróquias de nossa diocese e até de outros locais do país.

Conheça a letra e aprenda a tocar essa linda composição de Chiquinho Rabelo

Jovem de Fé

Chiquinho não sabe dizer ao certo quantas composições já foram escritas por ele, mas revela que são sempre relacionadas com a bíblia e os temas de encontros de catequese. Uma composição também que é tocada até hoje é a música tocada sempre no Dia de São Sebastião, no dia 20 de janeiro, data em que o padroeiro é homenageado em Rio Grande da Serra. Se chama Jovem de Fé.

“Foi uma música que escrevi um pouco antes da virada do milênio – no final da década de 1990”, constata.

Acompanhe a letra e aprenda a tocar esta bela composição de Chiquinho Rabelo

Tons de humildade

Demonstrando simplicidade, o artista não se considera um compositor nato, nem segue tecnicamente regra alguma. “Faço tudo por intenção. Fazer músicas por fazer, achar que todo mundo que vai cantar, que vai ser parada de sucessos aí pode ser ilusão, pode acabar não dando certo”, alerta, em relação ao mundo da fama e êxito no mercado fonográfico. No entanto, Chiquinho deixa uma mensagem de inspiração para aqueles que desejam enveredar pelo mundo das composições.

“O principal mesmo é ser bem focado naquilo que queremos transmitir, qual a mensagem que quero levar. E daí se fazer de instrumento, se entregar na mão de Deus e deixe que o Espírito Santo tome conta do resto.”

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