Diocese de Santo André

Perspectivas pastorais: “Em 2021, a Igreja deve desenvolver uma ação especial a favor dos idosos, doentes, deprimidos e enlutados”

Para o bispo de Roraima, segundo vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e presidente da Cáritas Brasileira, dom Mário Antônio da Silva, a Igreja no Brasil tem entre suas tarefas centrais , em 2021, colaborar para a superação da pandemia do novo Coronavírus. Dom Mário Antônio esteve à frente, junto à Cáritas Brasileira, da maior ação caritativa da Igreja no país nos últimos anos: a ação emergencial É Tempo de  Cuidar e também do projeto Caminhos de Solidariedade: Brasil & Venezuela  ação da Igreja de acolhida dos migrantes  que chegam o Brasil pela fronteira com o Estado de Roraima.

Na entrevista a seguir, que conclui a série que o portal da CNBB realizou com a presidência da entidade, ele fala sobre a importância da Igreja manter-se solidária, num contexto de crise, incluindo a promoção e a integração dos migrantes e refugiados. Inspirado nas Encíclicas do Papa Francisco, dom Mário afirma a necessidade da Igreja, neste tempo de pandemia, ser uma Igreja em saída com renovada ação pastoral, envolvendo-se com os problemas e lutas do povo brasileiro. “Uma Igreja samaritana e profeta, com especial atenção aos idosos, doentes, deprimidos e enlutados”, disse. Acompanhe, a seguir, a íntegra da entrevista.

1 – A ação emergencial “É Tempo de Cuidar”, segundo o secretário-geral da CNBB, é uma ação aberta ao futuro. O assessor da Cáritas Brasileira, Fernando Zamban, a classificou como a maior ação de solidariedade da história recente da Igreja no país. Quais são as perspectivas para a ação caritativa da Igreja no Brasil em 2021? E para esta ação emergencial?

A ação solidária emergencial É Tempo de Cuidar vem prestando uma importante solidariedade e auxílio neste tempo de pandemia. Foi lançada, em 2020, no Domingo de Páscoa, e continua neste ano de 2021. Sabemos que a solidariedade aconteceu além dos números, pois a ação beneficiou pessoas concretas em suas múltiplas necessidades.

Esta ação, num contexto como o da pandemia, foi e continuará sendo uma verdadeira página viva do Evangelho. As perspectivas em 2021 para a ação caritativa da Igreja no Brasil e para a ação solidária emergencial são de continuidade, abrindo caminhos novos para ações de sustentabilidade e a promoção integral das pessoas necessitadas.

2 – Em um ano de dificuldades, em decorrência da pandemia, muitas pessoas serão forçadas a migrar em busca de melhor condições de vida. Quais são os cuidados que a Igreja no Brasil precisa ter com os migrantes e refugiados?

A Igreja reconhece o direito de migrar. Diante da realidade da migração, no Brasil e no mundo, algumas ações são necessárias, em favor dos migrantes e refugiados. Cuidar destas pessoas é um desafio pastoral ao qual somos chamados a responder hoje. Quatro verbos, apontados pelo Papa Francisco no Dia Mundial do Refugiado e do Migrante em 2018, iluminam as respostas a estes desafios: acolher, proteger, promover e integrar.

Em 2020, no mesmo dia dos migrantes e refugiados, em 27 de setembro, o Papa Francisco acrescentou a estes quatro verbos outros seis pares de verbos que traduzem ações concretas e interligadas numa relação de causa e efeito. Os verbos, a seguir, são pistas e indicações para as ações pastorais da Igreja em favor dos migrantes e refugiados, reconhecendo o protagonismo destes nossos irmãos e irmãs.

É preciso conhecer para compreender; aproximar-se para servir; escutar para reconciliar-se; para crescer é necessário partilhar; é preciso co-envolver para promover; e colaborar para construir. Nossa tarefa é conjugar os verbos indicados pelo Papa Francisco no modo indicativo e no tempo presente para que se produza frutos na caridade. Especialmente dos migrantes e refugiados. Que os cuidados pastorais da Igreja no Brasil e no mundo sejam realmente uma porta aberta para integração, onde todos encontrem vida e dignidade em abundância.

3 – Este ano, ainda no contexto de superação da pandemia e também avançado para o pós-pandemia, qual deve ser a postura da Igreja no Brasil?

Concluímos o ano de 2020 e não vencemos o novo Coronavírus. Em 2021, temos a tarefa de superar esta pandemia. A Igreja tem uma missão importante neste cenário: ser uma Igreja em saída para as periferias, como indica o Papa Francisco em suas Encíclicas Evangelii Gaudium, na Laudato Si’ e na Fratteli Tutti. Ser uma Igreja em saída com renovada ação pastoral, envolvendo-se com os problemas e lutas do povo brasileiro; Uma Igreja samaritana e profeta e, com especial atenção aos idosos, doentes, deprimidos e enlutados.

É necessário que a Igreja dê importância fundamental às pequenas comunidades eclesiais missionárias fazendo com que, de fato, sejam casas da Palavra, do Pão e da caridade. Tudo isto vai permitir que a Igreja viva e transmita a esperança com ternura e com proximidade sendo capaz de despertar a alegria nas pessoas.

Vemos também a necessidade, neste ano de 2021, que a Igreja seja a Igreja da solidariedade atenta às causas dos pobres, promovendo a justiça e o cuidado com concreto, incluindo a Casa Comum. É necessário também ser a Igreja da fraternidade que se preocupa com as pessoas em suas situações concretas, no seu dia a dia e com a sua história real, promovendo a paz e a caridade. É importante também a Igreja, neste cenário de pandemia, continuar sua ação Evangelizadora e missionária, uma Igreja das bem aventuranças do Reino de Deus. Na postura, deve ser parecida com Jesus Cristo que tinha, em sua pregação, o Reino de Deus como central. Para Jesus, os pobres, e rostos mais ameaçados, são o centro do Reino de Deus. A Igreja no Brasil deve se manter firme na oração e no compromisso como mais pobres se quiser ser fiel a Deus.

Fonte e foto: CNBB

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