A missionariedade e o acolhimento são características fundamentais para uma Igreja em saída e que pratique a sinodalidade, ou seja, um “caminhar juntos” pelo mesmo objetivo de proclamar o Reino de Deus e lutar pela dignidade dos pobres e injustiçados na sociedade, conquistando corações e mentes para Cristo.

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8º Plano de Pastoral e a Campanha Missionária
Neste Mês Missionário de 2021, onde o tema “Jesus Cristo é Missão” e o lema “Não podemos deixar de falar sobre o que vimos e ouvimos (At 4,20)” indicam essa direção, destacaremos pastorais, movimentos e forças missionárias da Diocese de Santo André que já exercem na teoria e na prática, essa caminhada de fé baseada nos itinerários do 8º Plano Diocesano de Pastoral (2018-2022), sendo uma Igreja que fortaleça o acolhimento e viva em permanente ação missionária.
As prioridades surgidas a partir do Sínodo Diocesano (2016-2017), Acolhida e Missão, que seriam consolidadas na Constituição Sinodal (2018), estão totalmente alinhadas com o tema e o lema da Campanha Missionária deste ano. Se Jesus Cristo é a nossa missão e razão das nossas vidas, devemos levá-lo a quem não o conhece e promover a conversão e a transformação da vida daqueles que estão procurando caminhos para a retomada da dignidade da pessoa humana.

 

Fratelli Tutti, o diálogo e a escuta
A importância do diálogo e da escuta, algo que nossa Igreja tem protagonizado com mais ênfase no pontificado do Papa Francisco, indica a sinodalidade como um processo onde todos possam participar com suas ideias e propostas dentro da igreja, bem como apontar os meios para uma sociedade mais justa e fraterna. Eis que a Fratelli Tutti (2020), última encíclica publicada pelo sumo pontífice, fala exatamente sobre a amizade social.

Do sexto capítulo, “Diálogo e amizade social”, emerge também o conceito de vida como “a arte do encontro” com todos, também com as periferias do mundo e com os povos originais, porque “de todos se pode aprender alguma coisa, nin­guém é inútil, ninguém é supérfluo” (215). Particular, então, a referência do Papa ao “milagre da amabilidade”, uma atitude a ser recuperada porque é “uma estrela na escuridão” e uma “libertação da crueldade, da ansiedade que não nos deixa pensar nos outros, da urgência distraída” que prevalecem em época contemporânea (222-224).

 

E qual a relação do 8º Plano de Pastoral, da Fratelli Tutti, do processo sinodal e as características missionárias e acolhedoras de nossas pastorais e movimentos?
São muitas as similaridades. Nossa Diocese de Santo André reafirma esse espírito missionário ao longo dos 67 anos de caminhada. Uma igreja comprometida com a evangelização e a justiça social! São mais de 60 pastorais, movimentos, conselhos e associações atuantes e divididas em áreas pastorais nas sete cidades do Grande ABC. Esse legado foi sendo construído e hoje muitas delas expressam esse rosto missionário e acolhedor, tanto nas paróquias e capelas, quanto nas comunidades e bairros, bem como nas periferias existenciais, como cita o Papa Francisco em sua primeira Exortação Apostólica pós-Sinodal Evangelii Gaudium (2013).

 

Ação Missionária e Cooperação Intereclesial
O COMIDI (Conselho Missionário Diocesano), a IAM (Infância e Adolescência Missionária – que faz parte das Pontifícias Obras Missionárias), CEBs (Comunidades Eclesiais de Base) e a JM (Juventude Missionária – que faz parte das Pontifícias Obras de Propagação da Fé) são referências diocesanas que atuam na ação missionária, na busca de uma Igreja em saída, no apoio material em prol de todas as realidades eclesiais mais necessitadas de recursos e no incentivo à missão, num processo permanente e de responsabilidade de todos, em favor da organização e animação para a missão, incluindo a formação e espiritualidade missionária.

 

Cultura, Educação e Comunicação
As pastorais da Acolhida, da Comunicação, da Educação e Ensino Religioso, e a Equipe Ecumênica Diocesana também possuem certa dimensão missionária em suas atuações que não se resumem apenas aos trabalhos dentro da igreja, mas ultrapassaram as fronteiras do templo, por sua ação e testemunho, promovendo a cultura e a espiritualidade do acolhimento, ao acolher os irmãos, comunicar a Boa Nova, evangelizar pelo ensino e respeitando o próximo em todos os locais da sociedade, seja por meio das redes sociais, seja no transporte, no trabalho, nas escolas, nas ruas, nas feiras, nos comércios…

 

Transformação social
Na área social transformadora, temos as pastorais da Criança, do Menor, da Pessoa Idosa, Operária, da Saúde, da Sobriedade, Carcerária, do Migrante, Afro-Brasileira, do Migrante, do Dízimo e do Setor Inclusão, que a partir de ações organizadas e articuladas e pelo compromisso com a comunidade se transformam em Pastorais Sociais. Promovem o testemunho eclesial da justiça, da caridade e da paz, a defesa da integridade da criação e incentivam o estudo e a prática da Doutrina Social da Igreja. O foco das ações desta área está na inclusão daqueles que estão nas periferias existenciais.

 

Iniciação à Vida Cristã
A Comissão Diocesana de Animação Bíblico-Catequética tem como objetivo promover a ação catequética, o aprofundamento doutrinal e a reflexão teológica, em unidade, comunhão e participação de todos os catequistas, fazendo com que a vivência do discipulado em toda ação catequética esteja à serviço da Iniciação à Vida Cristã, estimulando a atividade evangelizadora por meio do testemunho que deseja atrair adultos, jovens, adolescentes e crianças à experiência concreta e pessoal com Jesus Cristo e a vinda de seu Reino, por meio de uma Catequese Querigmática e Mistagógica.

 

A Palavra de Deus e a força da Eucaristia
Esta área abrange diferentes grupos como a Comissão Diocesana de Liturgia, a Comissão dos Ministérios Extraordinários, Setor Música e a Pastoral dos Coroinhas e Cerimoniários que tem como objetivos suscitar a vida litúrgica na Diocese, oferecendo suporte integral (promoção, fortalecimento, acompanhamento e formação), realizado em todos os âmbitos (diocesano, regional e paroquial); refletir o Cristo servo, levando sua presença a quem mais necessita, mediante um trabalho de comunhão; favorecer a participação ativa de jovens, crianças e famílias na vida eclesial, fomentando o conhecimento, a ministerialidade e o compromisso com a fé cristã; despertar entre os diocesanos o sentido do discipulado-missionário no seguimento a Jesus Cristo.

 

Laicato, a vida e a família
Congrega as forças diocesanas do Setor Vida e Família, como a Pastoral Familiar e a Comissão em Defesa da Vida, voltadas à maior porção do Povo de Deus: os que encontram no batismo o caminho e a fonte essenciais de sua vocação, concretizada em diferentes serviços desempenhados pelos leigos no seio da Igreja, na vida familiar e nas mais variadas dimensões do mundo, através da promoção da vida em sua integralidade.

 

Ministérios ordenados e vida consagrada
Reúne pastorais e movimentos bastante específicos: os ministros ordenados (pela Pastoral Presbiteral), os religiosos, religiosas e consagrados (pelo Núcleo da Conferência dos Religiosos do Brasil) e todos os grupos que se relacionam diretamente com a promoção vocacional da diocese ao diaconado e ao presbiterado (Comissão Diocesana dos Diáconos, Escola Diaconal Diocesana, Seminário Diocesano e Pastoral Vocacional), bem como as diversas formas de vida consagrada (viúvas, leigas e novas comunidades), vivenciando e despertando vocacionados para a missão.

 

Vicariato Episcopal para a Caridade Social
Uma rede de solidariedade que expressa o ministério de pastoreio a serviço dos pobres, marginalizados e excluídos, reunindo as diversas expressões do serviço de caridade (paróquias, pastorais sociais, movimentos, leigos, congregações e instituições), numa instância de comunhão e articulação com rosto verdadeiramente eclesial para uma contínua requalificação evangélica e técnica do trabalho a serviço da vida plena para todos.

 

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