Diocese de Santo André

Ato debate Declaração Universal dos Direitos Humanos e projeta a Comissão Justiça e Paz na Diocese

O GT (Grupo de Trabalho) que trabalha na articulação para a criação da Comissão Justiça e Paz na Diocese de Santo André promoveu na noite de sexta-feira (10/12), um ato em memória à Declaração Universal dos Direitos Humanos, que completou 73 anos em 2021. O encontro foi transmitido pelas mídias diocesanas, diretamente do auditório da Cúria Diocesana, em Santo André, e contou com as participações do vigário geral da Diocese de Santo André, Pe. Joel Nery; da secretária do Centro Diocesano de Pastoral, Mércia Aparecida Ferreira; e da coordenadora diocesana da Pastoral da Comunicação, Fernanda Minichello.

Assista a live, na íntegra:

“O grande objetivo deste encontro é também estar inserido no caminhar da Diocese de Santo André. Estamos com o nosso 8º Plano Diocesano de Pastoral em vigência e nós lembramos que a principal prioridade é fortalecer a cultura e a espiritualidade do acolhimento em permanente ação missionária. Os dois eixos centrais acolhida e missão como norteadores do grande projeto de evangelização nas sete cidades do Grande ABC”, revelou Pe. Joel, no início da atividade.

“E, ao fazer esse ato, recordando esse momento histórico do nascimento da Declaração Universal dos Direitos Humanos, reconhecendo que a dignidade é para todos, especialmente aos mais necessitados, quando acolhemos aos que mais precisam, chegamos a todos”, complementou o viǵario geral, ao mencionar o lema do primeiro Sínodo Diocesano (2016-2017): “O sonho missionário de chegar a todos”, motivados pela fé em Jesus Cristo e indo ao encontro “dos últimos que serão os primeiros no Reino dos Céus.”
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A Declaração e a atual realidade social
O assessor eclesiástico da Comissão Justiça e Paz no Regional Sul 1 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), Frei Marcelo Toyansk Guimarães, OFM Conv, um dos organizadores da atividade, afirmou que o evento foi bem produtivo para recordar a importância dos 30 artigos do documento criado no dia 10 de dezembro de 1948, a fim de estabelecer medidas que garantam os direitos básicos para uma vida digna na sociedade. No dia 10 de dezembro também se celebra o Dia Internacional dos Direitos Humanos, data estabelecida desde 1950 após Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas).

“Muito importante trazer esse olhar da declaração para os dias atuais. Tivemos num primeiro momento algumas memórias de violação dos direitos humanos nas periferias, também junto aos povos indígenas, à população majoritariamente afrodescendente. Recordando que essa Declaração surge logo após a II Guerra Mundial, um momento de grande crueldade e surge como uma reação da humanidade”, destaca.

Em relação à violação dos direitos humanos, a presidente do MDDF (Movimento de Defesa dos Direitos de Moradores em Núcleos Habitacionais de Santo André), Josenilda Silva, abordou a realidade nas periferias; a socióloga indígena Silvia Guayaná-Muiramomi, originária de São Paulo e da décima sexta geração de Tibiriçá e Piquerobi, e o coordenador do COMIDI (Conselho Missionário Diocesano), Marcos Julio Aguiar, falaram sobre a situação dos povos originários e indígenas; Maria Cândida de Paula Thomaz de Souza, que integra a Pastoral Afro-Brasileira e a Comissão Justiça e Paz no Regional Sul 1 da CNBB, chamou a atenção para a luta dos povos afrodescendentes pelos direitos iguais para todos e contra a cultura do racismo e do preconceito; por fim, o advogado e professor da Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo, Marcelo Mauad, dissertou sobre a história da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
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Direitos humanos e o Evangelho juntos
De acordo com o frei capuchinho, o Papa Francisco nos alerta que estamos numa III Guerra Mundial em parcelas, com o crescimento da fome, desemprego e vários conflitos no mundo. “É importante atualizar essa declaração, trazer essa perspectiva de que todo ser humano deve ter os direitos respeitados e a dignidade assegurada”, salienta .

O religioso ainda destaca que a Declaração Universal dos Direitos Humanos é uma perspectiva, um projeto, assim como o Evangelho de Jesus Cristo. “Não vivemos ambos plenamente, embora queiramos. Os direitos humanos e o evangelho. Precisamos aprofundá-los para serem construídos em nossa sociedade, em nossa humanidade”, aponta.

Comissão Justiça e Paz
A Comissão Justiça e Paz tem articulado os primeiros passos para a sua futura criação na Diocese de Santo André. O Grupo de Trabalho, acompanhado pelo vigário episcopal para a Caridade Social, Pe. Ryan Mathew Holke, conta com cerca de 15 participantes e realizou algumas reuniões online ao longo do segundo semestre de 2021, com membros das comissões do Regional Sul 1 da CNBB e da Arquidiocese de Brasília, partilhando experiências com o objetivo de aprofundar o conhecimento sobre o funcionamento desta comissão, que deve ser constituída e nomeada pelo bispo diocesano Dom Pedro Carlos Cipollini, a partir do próximo ano. “Essa comissão visa ser um espaço em que possa agregar diversos atores da sociedade, ou melhor dizendo, diversas lideranças que lutam pela justiça e paz, e que depois serão nomeadas pelo bispo, em vista de ser um grupo que assessore também a nossa Igreja particular de Santo André e nos ajude a estar cada vez mais dentro da missão da Igreja, nessa garantia dos direitos humanos e de uma forma mais ampliada para os direitos sociais e ambientais no Grande ABC”, explica frei Marcelo.

No início de 2022, na cidade de São Pedro (SP), um encontro regional será realizado com os grupos de trabalho das comissões de Justiça e Paz que estão em andamento para a futura formalização deste serviço em suas dioceses e arquidioceses, buscando a construção de uma sociedade mais justa e mais fraterna à luz do evangelho.

 

Leia mais:

A importância da Declaração Universal dos Direitos Humanos para o mundo

Membros da Diocese atuam na Comissão de Justiça e Paz do Regional Sul 1

Nota da Comissão Brasileira Justiça e Paz: “Porque vacinar contra a Covid 19?”

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