Diocese de Santo André

Homilia da Missa de Exéquias de Pe. João Lorenzatto, CS

HOMILIA Missa de Exéquias de Pe. João Lorenzatto, CS 30/04/2024 Basílica Nossa Senhora da Boa Viagem São Bernardo do Campo -SP Dom Pedro Carlos Cipollini – Bispo de Santo André At 10, 34-43   Mt 11,25-30

Irmãos e irmãs. Nos reunimos para celebrar esta Eucaristia, unindo à grande ação de graças eucarística, a ação de graças que brota de nossos corações, pela vida do Padre João Lorenzatto, sacerdote de São Carlos, Scalabrinianos. Bendizemos a Deus pela sua longa e frutuosa vida iniciada em 16/08/1927 quando nasceu em Guaporé-RS.

Com diligência fez todo o percurso formativo na Congregação pela qual professou seus votos perpétuos em 1951. Foi ordenado sacerdote em 1956 pelas mãos de Dom Vicente Scherer arcebispo de Porto Alegre. Foi vigário paroquial, pároco em várias paróquias, estudou na Itália, fez vários cursos, formou-se em Direito em 1977. Diretor Espiritual de Seminário, Confessor, Superior e Reitor, Vigário provincial e Vigário paroquial aqui da Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem (2004-2006) e da Paróquia São José de Ribeirão Pires (2006-202). Foram, portanto, 17 anos exercendo seu ministério aqui na Diocese de Santo André, na qual ele é muito amado pelos fiéis e clérigos que o conheceram. Muitas vezes tive oportunidade de encontra-lo e falar com ele.

A primeira leitura fala que Deus não faz acepção de pessoas, pois em Jesus somos perdoados e vocacionados à comunhão em Cristo, no qual temos a paz!

Padre João foi um padre da acolhida que significava para ele amor e cuidado, por meio da aceitação e diálogo com outras visões de mundo, tendo como fundamento o amor de Deus Pai por nós. Por meio do acolhimento das pessoas participou do projeto do amor do Pai. Pessoas que ele acolhia principalmente para ministrar o perdão e a paz através do sacramento da reconciliação.

Padre João foi um “itinerante da obediência”, servindo em inúmeros lugares para os quais foi enviado. Isto é um grande testemunho, relacionado à capacidade de sair de si mesmo. Jesus emigrou do Pai, assumiu como pessoa a nossa condição humana e histórica. Para nós, é um convite para sair e ir ao encontro do outro, do migrante e de toda pessoa que encontrarmos pelo caminho. Ele fez isto!

Padre João foi padre de esperança e solidariedade. Viveu como peregrino neste mundo, confiando em Deus e manifestando, na sua simplicidade, esta fé silenciosa e operante colaborando na construção de um  futuro melhor. Ele fez-se próximo – a proximidade é o “estilo de Deus” por isso as pessoas o amavam. Ele não era um problema, era uma solução principalmente para os simples e humildes. Ele visitava os doentes, benzia as casas, atendia confissões… fazia-se próximo!

No brasão de São João Batista Scalabrini estava figurada a escada de Jacó pela qual os anjos desciam à terra e subiam até Deus. Subir até Deus é indispensável para poder descer à terra e ser “anjo a partir debaixo”, próximos dos últimos. Foi este o belo testemunho do padre João: trazer Deus para a terra e levar os irmãos até Deus. Com fidelidade e constância, é como o percebíamos.

No Evangelho Jesus bendiz ao Pai porque revela seus segredos aos simples e humildes, aos pequeninos. Não podemos terminar esta fala sem mencionar a raiz de todo este agir em Cristo que foi a vida do padre João e que é a humildade. O padre João apareceu diante de nós como um homem humilde. E como percebíamos isto? Quando o povo dizia, inclusive para o bispo: “padre João é uma benção”.

A humildade é exigência radical para estar unido à cruz de Cristo. É um caminho, uma pedagogia escolhida por Deus para nos conformar a Jesus Cristo. A humildade expressa-se no modo de existir e situar-se na realidade, diante de Deus e dos irmãos. A humildade é o primeiro componente do processo de conversão ao amor de Cristo. É acompanhar o Filho de Deus na sua kénosis (rebaixamento) que é o caminho que leva á Páscoa.

Jesus convida a assumir o seu jugo o qual é compartilhar da sua paz na obediência ao Pai anunciando o Evangelho aos pobres e pecadores, o que acaba sempre levando à cruz.  Só quem é manso e humilde de coração pode amar e só quem ama pode ser humilde. Humilitas, é o lema dos Scalabrinianos, que o fundador herdou do patrono da Congregação, S. Carlos Borromeu. Podemos dizer que Padre João foi um homem humilde. Não precisa elogio maior que este.

Enfim, na sua vida de religiosos, padre João teve de fazer muitas renúncias. Uma das últimas foi deixar o amado povo de Ribeirão Pires, para poder cuidar melhor da saúde. Porém este povo está aqui, para rezar pelo seu descanso eterno, sabendo que de agora em diante, ele poderá ajuda-lo mais ainda.

Bendigamos a Deus pela vida de padre João e imitemos o bom exemplo que nos deixa de humildade, serenidade e simplicidade.

Amém

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