Nosso Senhor Jesus Cristo proclamou: “Eu vim para que tenham a vida, e a tenham em abundância” (Jo 10,10). O mais contundente exemplo da defesa da vida foi dado pelo próprio nosso Senhor Jesus Cristo dando a sua própria vida para nos salvar.
Precisamos também proclamar com orgulho que a nossa Igreja Católica Apostólica Romana, desde os seus primeiros discípulos, sempre se preocupou com a Defesa da Vida, desde os primeiros momentos do cristianismo. No catecismo dos primeiros cristãos (Didaqué) a defesa da vida já era claramente defendida: “Não mate, não cometa adultério, não corrompa os jovens, não fornique, não roube, não pratique magia, nem feitiçaria. Não mate a criança no seio de sua mãe, nem depois que ela tenha nascido” (II,2).
Mais recentemente o Concílio Vaticano II deu grande atenção à questão da Defesa da Vida, preocupado com os múltiplos crimes e atentados contra a vida humana. Com o progresso científico e tecnológico e o aumento das formas de atentados à dignidade do ser humano, foi solicitado ao Papa João Paulo II, no Consistório Extraordinário dos Cardeais, realizado em Roma, em 1991, que reafirmasse, com sua autoridade, o valor da vida humana e sua inviolabilidade. Nasceu, então o que seria o embrião da Carta Encíclica Evangelium Vitae, que veio a ser publicada em 25 de março de 1995. Atendendo a esse apelo, algumas Dioceses passaram a formar movimentos em Defesa da Vida.
Hoje em dia grande parte das Dioceses, de todo o mundo, tem Comissões Diocesanas em Defesa da Vida, cuja missão é promover a defesa do ser humano, ressaltando o valor primário e fundamental à vida e à dignidade como pessoa, a qual é dotada de uma alma espiritual e de responsabilidade moral, chamada à comunhão beatífica com Deus.
É importante comentar que, apesar de todo o esforço da nossa Igreja, grande parte dos católicos ainda tem pouca consciência desde seu dever e compromisso, como herdeiros da verdadeira Igreja de Jesus Cristo, em defender a vida, desde a sua concepção e até a morte natural. E, além dos valores cristãos, se buscarmos fazer uma simples análise humana sobre o tema, com certeza também encontraremos todo o suporte para defender a vida, também como grande valor humano.
Defender a Vida é, portanto, especialmente nos dias atuais onde a vida tem sido desprezada em todo o mundo, principalmente por políticos e governantes, é promover o valor da família, é dignificar o papel da mulher no mundo, é santificar o casamento entre homem e mulher, hoje tão vilipendiado em função da ideologia demoníaca de gênero.
Como comentou o Santo João Paulo II, já há mais de 20 anos, com palavras que ecoam ainda hoje nos convidando a lutar pela vida: “A todos os membros da Igreja, povo da vida e pela vida, dirijo o mais premente convite para que juntos, possamos dar novos sinais de esperança a este nosso mundo, esforçando-nos para que cresçam a justiça e a solidariedade e se afirme uma nova cultura da vida humana, para a edificação de uma autêntica civilização da verdade e do amor” – Evangelium Vitae, nº 8.
Recordando também o Papa Francisco que recentemente convidou os pais a ensinarem seus filhos a defenderem a vida sempre e desde a concepção: “Diante da cultura do descarte, que minimiza o valor da vida humana, os pais são chamados a transmitir às crianças a consciência de que a vida deve ser defendida sempre, desde o ventre materno, reconhecendo que é dom de Deus e garantia do futuro da humanidade”, disse o papa. Acima de tudo Defender a Vida é dever de todo cristão; é seguir os passos de Jesus Cristo.
Queridos irmãos precisamos, mais do que nunca, sair do nosso comodismo, pois estamos com a verdade e somos a maioria absoluta. Não tenham medo em defender a vida pois Cristo está conosco.
Roberto Vertamatti