Diocese de Santo André

Uma crítica sem qualificação em prol da dulcificação do mundo

Peço a licença aos leitores para assumir neste pequeno artigo o tom de uma conversa, um pouco diferente do normal dos artigos comuns, este é um dos motivos do título. Construiremos aqui uma crítica sobre o filme Irmã Dulce, que estreou nos cinemas no último dia 27. A falta de qualificação está no milagre operado, creio, por Irmã Dulce em minha vida. Milagre simples, daqueles do dia-a-dia, que só os que o sofreram percebem. Muito podem estranhar meus amigos ao ver meu nome no fim deste texto, pois não vou a cinema. Nunca, por livre e espontânea vontade, sozinho, saí para um cinema, até me deparar com a estreia do filme que retrata a vida desta grande baiana.

O filme Irmã Dulce foi o primeiro filme que me arrastou (por conta própria) a um cinema, e vamos a ele: é uma construção dedicada à finalidade de encantamento, isso mesmo, um filme pensado para encantar os olhos das pessoas com uma história. Apesar de se ater muito bem a alguns elementos históricos, não é esta a finalidade principal do mesmo, não quer só contar uma história, daquelas que mais vantagem é esquecer, é um filme dedicado a quem quer ir além de si próprio e mergulhar num mundo onde vale a pena viver.

Interessante notar quem entrava na infelizmente vazia sala do Shopping Central Plaza, na Vila Prudente (nenhum cinema do Grande ABC quis passar o filme), em geral senhoras, entre 30 e 50 anos, algumas em bando, como o numeroso grupo que encontrei da comunidade São Francisco de Assis, em Rio Grande da Serra, umas dez mulheres. Acho que elas já descobriram o segredo.

Há elementos da vida, dos passos e principalmente das lutas de Irmã Dulce, em momentos que denotam muito bem ser um filme brasileiro, e que contam a história de uma brasileira, e quase santa: a riqueza de detalhes e de figurino tradicionais da Globofilmes, os cenários da Salvador do século passado e duas dimensões que considero centrais: a atuação das atrizes que interpretaram Irmã Dulce (Bianca Comparato e Regina Braga) e o enfoque na atuação da Igreja (na pessoa de Irmã Dulce e das irmãs que a ajudaram) junto à realidade da miséria extrema, da devoção humilde e da violência em Salvador entre os anos 1920 e 1980, que, indiscutivelmente, foi outra a partir da pseudo-loucura da freira querida dos baianos e depois do Brasil todo.

O que esperar deste filme, dentre outras coisas, em matéria de fé?

Descobrir como esta beata reagiu aos seus questionamentos mais íntimos acerca de sua própria existência. Não com estas palavras, respondendo entre duas perguntas: “O que vim fazer no mundo?” e “Quem é você para mudar o mundo?” Irmã Dulce preferiu responder à primeira, e assim, temos a alegria de ter e ver sua grande obra, elemento muito falado no filme, e não me refiro aos diversos hospitais e lugares de apoio, mas ao tratamento pessoal. Irmã Dulce conhecera muita gente pelo nome, pois estava com as pessoas, não se escondia sob os muros de si própria.

Se formos mais além conto o filme todo, e a minha crítica será inaugurada com a ruina! Encerro dizendo: quer ter a sua fé confrontada com a realidade do mundo, onde a mesma é chamada a se fazer presente? Assista o filme! Caso isso não seja motivação suficiente, segue uma lista de motivos: assistir um bom filme, sair de casa, conhecer a história da Bahia, as dificuldades e alegrias da vida religiosa…

E… Só mais uma coisa: quer que mais gente possa fazer o mesmo? Corra! As exibições tem a previsão inicial de se encerrar no dia 10 de dezembro! Por baixo público! Vamos manter este filme no ar até que o mundo seja “dulcificado”? Não sabe o que é dulcificar? Assista e descubra!

Por Seminarista Hamilton Gomes do Nascimento

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