Durante a abertura da Campanha da Fraternidade 2015, promovido pela CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, na quarta-feira de cinzas, 18 de fevereiro, Papa Francisco nos trouxe a mensagem a qual destaca que o tempo quaresmal é propício para a vivência dos sentimentos de fraternidade e cooperação. Durante o texto, ele fala sobre a importância da contribuição da Igreja no respeito à laicidade do Estado, que não devemos esquecer a autonomia das realidades da terra, conforme motiva a Doutrina Social, em vista do bem do ser humano. “Cada um deve fazer a sua parte, começando pela minha casa, no meu trabalho, junto das pessoas com que me relaciono. E de modo concreto, é preciso ajudar aqueles que são mais pobres e necessitados…”. Amar verdadeiramente é se colocar à disposição de quem necessita, nas mais simples e diversas situações, perceber a dificuldade do outro e ajudar, isso já nos faz diferentes, seja ajudando nossa família ou um desconhecido. Amar é servir.
Se nos atentarmos para toda história vivida por Jesus, perceberemos sempre um ato de amor, seja ele de Deus, entregando seu filho a serviço do mundo, ou de Maria, dedicando-se e aceitando criar o filho D’Ele e até mesmo do próprio Jesus, se pondo à disposição mesmo sabendo seu destino, mas que, assim o fez em troca da humanidade. O amor a serviço está envolto em toda nossa vida, no capítulo 13, de João, nos é mostrado com paixão o objetivo do Mestre em nossas vidas ”34 Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como Eu vos amei; que dessa mesma maneira tenhais amor uns para com os outros. 35 Através deste testemunho todos reconhecerão que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns pelos outros”.
Quantas vezes nos perguntamos onde está este sentimento? Em muitos momentos nos sentimos injustiçados, com medo, acabamos nos questionando onde está este amor. É simples. Basta procurarmos de todo coração, nos colocando a serviço do propósito de Deus, essa confiança é o que nos vai fazer acreditar e passar por toda fase. Raramente não sabemos qual decisão tomar, em quem confiar, por qual rumo decidir, achamos que nossa vida está difícil demais, que nossa cruz está pesada, mas se nos entregarmos a Ele com toda confiança, pode ser que a situação não deixe de existir, mas a nossa visão em relação a ela sim, o fardo será mais leve, pois será compartilhado.
É esse o recurso de muitos fiéis para continuar tocando a vida quando perde alguém amado, quando os sonhos se frustram, ou até mesmo quando as forças se acabam. Mas Ele está sempre por perto, somente é necessário chamá-Lo e, colocá-Lo como o Senhor de nossas vidas, como o próprio Papa citou durante a missa de envio da Jornada Mundial da Juventude, em 2013 “Jesus não nos trata como escravos, mas como homens livres, amigos, como irmãos; E não somente nos envia, mas nos acompanha, está sempre junto de nós nessa missão de amor.” Ter esse discernimento é compreender os planos de Deus na nossa vida, é saber que necessitamos de Sua presença, é servir de verdade, de todo coração. Talvez uma reflexão interna sobre a imensidão do amor de Deus por nós nos traga com amplitude seu amor servil e deixe nossa vida um pouquinho mais leve por saber que temos o Senhor Onipotente a nosso favor.
Por Amanda Albela
