Diocese de Santo André

Dom Décio Pereira, um pastor marcado pela alegria do Evangelho

Por alguém que conheceu de perto este grande homem!

Fazendo memória dos 75 anos de nascimento do saudoso Dom Décio Pereira, terceiro bispo da Diocese de Santo André (15 de abril de 1940 – 05 de fevereiro de 2003) queremos, com singelas palavras, retratar aspectos da vida deste zeloso pai, pastor e amigo.

Os dados biográficos de Dom Décio marcam o itinerário deste servo de Deus na vida das pessoas e na História da Igreja. Porém, não queremos fazer deste texto biografia. Nosso desejo é lembrar de Dom Décio a partir da grande oração de Jesus que inspirou sua caminhada de fé e vida: “Eu te louvo Pai…” (cf. Mt 11,25).

Eu te louvo Pai! Nome dado ao livro que Dom Décio conseguiu publicar de seus textos e meditações cotidianas, algo que lhe ocasionou muita alegria. Na alegria autêntica dos filhos de Deus, Dom Décio, na sua marcante passagem pela nossa Diocese de Santo André, viveu com alegria sua cruz e seu pastoreio entre nós. Foi um homem que soube amar até o fim, incentivando a todos com sua palavra de ordem: Coragem! Amou a Cristo, amou aos seus padres, amou preferencialmente os pobres, os que passavam fome, as tantas crianças que corriam ao seu encontro pela força do seu sorriso… Sua alegria, seu sorriso, sua fala forte, seu abraço de pai e irmão transparecia a presença de Cristo entre nós.

Na ação pastoral, Dom Décio colocou a Igreja do Grande ABC em estado permanente de missão. Sua marcante visita pastoral em várias paróquias, o empenho do Ano Missionário, o zelo pela catequese e sua visão eclesial para a superação da miséria e da fome, preparou nossa Igreja Particular para os desafios dos últimos planos diocesanos de pastoral. Soube com simplicidade olhar longe, deixou a nós seu legado de uma Igreja da Misericórdia, incentivada hoje pelo nosso querido Papa Francisco.

Uma característica marcante na vida de Dom Décio, fruto da sua simplicidade era a sua capacidade de acreditar no ser humano. Acreditava na inocência das pessoas, pois ele era inocente. Sua pureza de alma, seu coração aberto a todos, faz com que não nos esqueçamos da sua vida santa, desapegada, sua vida simples, parecida com a de Cristo Mestre. Ele viveu seu ministério com fidelidade ao seu lema episcopal, certamente seu lema de vida: “Para que todos tenham vida” (Jo 10,10). Vida, dom de Deus, defendida com a coragem dos santos, dos homens livres, como Dom Décio foi.

Por ocasião de seu falecimento, seu irmão e amigo Dom Luciano Mendes de Almeida, em seu artigo semanal no Jornal “Folha de São Paulo”, no dia 15 de fevereiro de 2003, escreveu sobre Dom Décio: “Qual era a sua característica? A bondade de coração. Não me lembro de tê-lo visto perder a paciência. Podia estar cansado e até enfraquecido na saúde, mas sabia encontrar força na fé para acolher a todos com boa vontade e ternura… Não quis dar trabalho a ninguém. Faleceu dormindo. Entrou no céu confiante em Deus e sorrindo, como sempre viveu. Irmão e amigo, deixou para nós o exemplo de sua bela vida, oferecida toda a Deus e ao próximo”. Dom Luciano recordou aquilo que marcadamente Dom Décio dizia a respeito da missão de Jesus, que ele imitou tão bem: “passou pelo mundo fazendo o bem, pois a graça de Deus estava com ele…” (cf. At 10,38).

Dom Décio, pai e zeloso pastor, seu nome, muito mais do que em livros, está escrito no coração e na memória do seu povo, na memória do nosso coração. A nossa saudade hoje, na certeza da ressurreição, torna-se esperança, a esperança que não decepciona, pois contamos com a sua intercessão, até o dia em que nos encontraremos no Cristo. Amém.

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