Uma festa que já se tornou tradição em São Bernardo. A procissão de Nossa Senhora da Boa Viagem levou mais de 4.000 fiéis a percorrem os quatro quilômetros no domingo (6 de setembro) que separam a Paróquia Santa Maria (Bairro Demarchi) da Basílica Menor (Centro), a Matriz e que leva o título da padroeira.
Entre os que andaram todo o percurso estavam o bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, o pároco-reitor da Matriz, Pe. Giuseppe Bortolato, CS, o pároco da Paróquia Santa Maria, Pe. Gonise Portugal da Rocha, e o secretário episcopal, Pe. Guilherme de Melo Sanches.
Para Vilma Monteiro, 51 anos, que participava pela primeira na ala dos ciclistas, a procissão já faz parte de sua família. “É uma tradição. Começou com meu avô (José Marotti), um dos percussores desta procissão, e depois foi passando de pai para filho. É emocionante estar ao lado dos meus familiares aqui”, explicou.
Um dos familiares de Vilma era seu tio, Luiz João Marotti, 84 anos, que estava com a bicicleta do pai José. “Comecei a participar com oito anos. Quando meu pai morreu, eu continuei. Inclusive nestes dias, fiquei um pouco ruim por causa da diabete, mas quis vir. Não podia perder”, assegurou Luiz. “Esta bicicleta tem 51 anos”, contou. A irmã dele, Lourdes Marotti Kuzmim, 72, também estava presente na procissão.
Além das bicicletas, a procissão teve principalmente os carroceiros, com seus cavalos e búfalos. Silvio Nogueira, 60, de Santo André, participa há 13 anos da procissão. “Gosto muito da romaria, principalmente porque encontramos amigos. Além, claro, da nossa fé em Nossa Senhora, nossa mãe intercessora”, disse o cavaleiro.
Já a amazona Dilza Alves, 31, estreou na procissão com seu cavalo. “Estou amando. Sempre ia a pé, mas agora aceitei um pedido dos meus irmãos para vir cavalgando. É uma devoção muito importante”, frisou. Com seu búfalo, carinhosamente chamado de Fubá, Luiz Toller, 37, destacou a importância da procissão. “É um momento de fé, que demonstramos. Gosto muito de participar”, disse.
Pela primeira vez participando da procissão, Pe. Gonise destacou o sentimento de sua paróquia receber a imagem – todos os anos, uma igreja da cidade é escolhida para receber a Santa, que fica normalmente por uma semana em peregrinação pelas capelas. “Foi uma experiência muito rica, uma experiência mariana. Nossas paróquias têm uma ligação histórica, já que foi a Matriz que doou o nosso altar”, recordou o sacerdote. Antes de iniciar a procissão, ele celebrou Missa na Santa Maria, que contou com músicas sertanejas. O prefeito Luiz Marinho também participou da celebração. Pe. Giuseppe resumiu com poucas palavras a procissão. “Foi tudo muito fantástico, tivemos uma festa excelente com boa participação do povo, mesmo com o feriado, além da presença do bispo”, emendou o pároco da Matriz.
Para Dom Pedro, os fiéis responderam bem ao chamado. “A participação do povo ajuda a viver a fé e vencer os desafios. Este é um momento de união e o povo unido jamais será vencido pelos problemas. O povo supera as dificuldades. Deus, através de nossa oração, abre o caminho, o mar vermelho, para que atravessemos”, destacou o bispo, que contou o segredo de andar os quatros quilômetros e ainda celebrar a Santa Missa na Matriz, que encerrou os festejos. “Fui criado com muito leite de cabra”, brincou.
Mensagem
Em sua homilia, Dom Pedro ressaltou a importância de Maria. “Toda vez que celebramos Jesus, celebramos também Maria. Antes de dar Sua vida, Jesus nos deu Maria. Nunca ficou alguém tão próximo de Jesus quanto Maria, que sofreu junto com seu filho. Maria era mulher de ação, o que rezava refletia em sua vida. Nossa Igreja não é órfã, temos uma mãe. Não desanimemos. Fé exige perseverança e Maria não desanimou no meio das dificuldades. Que Maria nos ajude, conforte e anime para que cada um possa continuar firme”, disse o bispo.
