Celebramos este mês o Tríduo Pascal, a paixão, morte e ressurreição de Jesus, o Filho de Deus. É com alegria e gratidão que o fazemos. Em Jesus ressuscitado, as coisas antigas já se passaram, somos novas criaturas. As coisas antigas: o pecado e a força da morte. Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Por sua morte a morte foi vencida. Assim como o Natal, a Pascoa é festa da Luz, da luz e do envio. O Ressuscitado diz: “Ide pelo mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16, 15).
Toda criação aguarda o anuncio do Evangelho, quem o fará? São os cristãos. Aqueles que acreditam em Jesus, tanto as mulheres, a quem Jesus aparece por primeiro: “Tendo ressuscitado na manhã do primeiro dia da semana, manifestou-se, primeiramente a Maria de Mágdala (Mc 16, 9); como os homens: “depois disso manifestou-se a dois deles que caminhavam indo para o campo” (16, 12). Fato curioso: “enfim manifestou-se aos onze” (Mc 16,14). Mulheres e homens, sejam “leigos” ou apóstolos instituídos por Jesus (cf. Mc 3,14), todos tem a missão de anunciar o Evangelho.
A Igreja dos primeiros tempos entendeu bem que devia ser toda ela missionária e anunciadora da Morte e Ressurreição de Jesus. A missão foi levada avante pelos leigos, basta ler o capítulo 16 da carta de São Paulo aos Romanos, sob a autoridade dos apóstolos e seus sucessores. A Igreja é missionária por sua natureza (cf. Vaticano II AG n. 2), o desígnio de Deus é salvação para todos. Este desígnio é fruto de um “amor fontal”: “O Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido” (Lc 19,10). Pela atividade missionária da Igreja, que se dá na força do Espírito Santo, Jesus é conhecido e o Pai é glorificado na realização da salvação.
A missão deve acontecer através do testemunho de vida e do diálogo com todos os segmentos da Sociedade. Toda a Igreja hoje sente o apelo dos sinais dos tempos, para ser cada vez mais uma Igreja “em saída”. Através de uma metodologia em quatro pilares importantes, em vista de uma pastoral missionária, conforme o Papa Francisco (cf. EGn. 33, 35 e 179): a) abandonar o cômodo critério pastoral do “ fez-se sempre assim” ; b) ouvir a todos, c) sair de si ao encontro do outro e d) concentrar o anúncio no essencial.
Nossa Igreja diocesana no seu atual 7º Plano de Pastoral tem na sua primeira urgência ser uma “Igreja em estado permanente de missão”. Nosso Plano está sintonizado com o que pede o Espírito Santo à Igreja. Chegando à diocese e conhecendo este Plano de Pastoral que aqui encontrei, quis engajar-me nele. Assim programei as “Visitas Pastorais Missionárias” por Regiões Pastorais. A primeira já realizei na Região São Bernardo Centro. Foi para mim e para os fiéis com os sacerdotes que ali trabalham, um momento bonito de graça e fraternidade.
Constatei que a Região SBC Centro está em boas mãos, nas mãos dos muitos sacerdotes dedicados que ali exercem seu ministério e de muitos leigos e leigas engajados, que amam Jesus Cristo (cabeça) e sua Igreja (corpo), e desejam trabalhar para que o Reino de Deus, cada vez mais venha entre nós. Agradeço a acolhida, a participação e boa vontade daqueles que movidos pelo Espírito Santo não colocaram resistência a e se engajaram, nem pouparam esforços para colaborar.
Em nome de Jesus abençôo cada um que está lendo e todos os diocesanos que desejam nossa Igreja sempre mais missionária do Reino, sempre mais ela mesma. Rezem por mim! Feliz Páscoa!
Dom Pedro Carlos Cipollini
Bispo Diocesano de Santo André
Jornal A Boa Notícia – Março de 2016