Diante do “massacre” da classe trabalhadora, que está sendo mutilada e morta em acidentes de trabalho, a Pastoral Operária de São Paulo vai lançar a Campanha “Acidentes de Trabalho – culpa da vítima?”.
Além de denunciar o enorme número de mortes por acidentes no trabalho, a Campanha visa também desmistificar o ato inseguro. ATO INSEGURO é o argumento que as empresas utilizam para afirmar que a culpa pelos acidentes no trabalho é do próprio trabalhador e assim, tentam se livrar da responsabilidade delas, que é preservar a saúde de seus empregados.
O desenvolvimento da Campanha será por meio de estudos e debates nos bairros (igrejas, associações e movimentos populares) para informação e reflexão com os trabalhadores, tendo como subsídios: um filme educativo, um folheto e o depoimento dos próprios trabalhadores. A metodologia da Pastoral Operária coloca a vida em comparação com a Palavra de Deus na Bíblia. Um dos versículos para reflexão no caso dos acidentes de trabalho vem do Livro do Eclesiástico em seu capítulo 34, versículo 21: “… e quem tira a vida dos pobres é assassino.”
Dia Mundial em memória das vítimas de acidentes do trabalho
O lançamento da campanha ocorre em 28 de abril, pois nessa data, em 1969, a explosão de uma mina nos Estados Unidos matou 78 trabalhadores. A tragédia marcou a data como o Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes do Trabalho. Encampando essa luta, mas com foco na prevenção, a Organização Internacional do Trabalho instituiu em 2003, o 28 de abril como o Dia Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho.
DADOS
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a cada 15 segundos morre um trabalhador no mundo, devido a doenças e acidentes no trabalho. São mais de dois milhões por ano, sendo a maioria (86%) devido a doenças.
No Brasil, segundo os dados mais recentes do Ministério do trabalho e Previdência Social, ocorreram 717.911 acidentes no trabalho em 2013 com 2.797 mortes. A minoria (25%) devido a doenças.
Esses dados do Brasil referem-se apenas a trabalhadores e trabalhadoras registrados formalmente* (celetistas, temporários, avulsos e outros), que somam 48.948.433. Não entram nesta contagem, empregados e empregadas informais, trabalhadoras domésticas informais, profissionais autônomos, empregadores, militares e estatutários.