Diversos idiomas em só uma língua: a caridade. Foi com este amor que aconteceu a Santa Missa de Abertura da Semana do Migrante na Diocese de Santo André, realizada na Paróquia Matriz Santo André. Diversos fiéis de várias nacionalidades recordaram seus países de origem, como mexicanos, uruguaios, chilenos, bolivianos, haitianos, japoneses e italianos, entre outros.
O bispo Dom Pedro Carlos Cipollini que presidiu a Santa Missa destacou a receptividade que há no Brasil. “Nunca mandamos de volta os imigrantes, mas os acolhemos. Fazendo o esforço de cuidar dos que chegam e que se integrem na nossa sociedade”, frisou o bispo, que elogiou o município de Santo André. “É uma cidade exemplo de acolhida. Eu fui muito bem acolhido e até virei cidadão andreense. Que todos tenham a liberdade de realizar-se como pessoa e oremos para que Deus nos ajude a sermos sempre acolhedores”, pediu Dom Pedro.
Pe. Jean destacou a importância da acolhida. “Filhos e filhas, tudo tem fundamento no Evangelho, em Mateus 25,35, ‘Eu era estrangeiro e tu me acolheste’. Estamos construindo um mundo melhor. Temos que valorizar a cultura deles, seus valores. Não podemos deixar que eles percam seus costumes”, disse o sacerdote.
Também presente na celebração, o prefeito Carlos Grana elogiou o trabalho da Pastoral, que conta com a parceria do Paço Municipal. “Parabenizo por esta Semana do Migrante, com este incansável trabalho. O trabalho é muito bom e temos bons exemplos de acolhida”, lembrou o prefeito.
Para o coordenador da Pastoral, Alfredo Nicoletti, o Brasil é muito acolhedor. “É preciso mostrar para o mundo que existem povos como o brasileiro que se preocupa com os imigrantes. É assim que é o povo brasileiro”, frisou.
Ao fim da celebração, os fiéis se confraternizaram no salão paroquial da Matriz com um almoço. A Semana do Migrante acontece em todo País – está em sua 31ª edição – e, em 2016, tem o tema “Migração e Ecologia” e o Lema: “O Grito que vem da Terra”.
Presentes ao evento, além do bispo Dom Pedro Carlos Cipollini, o pároco local, Pe. Danilo Ravanello, o secretário episcopal, Pe. Guilherme Melo Sanches, o pároco da São Felipe Apóstolo (Mauá), Pe. Laudeni Ramos Barbosa, csc, o assessor da Pastoral do Migrante, Pe. Jean Dickson Saint-Claire, e o Pe. Alejandro Ciufuentes, da Paróquia Nossa Senhora da Paz – conhecida pela acolhida aos imigrantes em São Paulo.
Raízes – Os imigrantes destacaram a importância da celebração
“Vim para o Brasil a trabalho há 44 anos e estou 13 em Santo André. Construí uma família linda aqui”. Maria Alicia, boliviana.
“Esta celebração é muito importante porque recorda as nossas raízes e também porque cultuamos nossa fé. Somos católicos. Sou muito feliz aqui até porque já estou há 40 anos”. Tereza Douglas de Zaragoza, paraguaia.
“A celebração resgata nossas origens. Vim para São Bernardo por causa da ditadura no Uruguai, mas não era guerrilheira (risos). Mas busquei melhores condições”. Aqueu Camejo, uruguaia.