“Este homem tão necessário às religiosas da Luz, é preciosíssimo a toda esta Cidade e Vilas da Capitania de São Paulo, é homem religiosíssimo e de prudente conselho; todos acorrem a pedir-lhe; é homem da paz e da caridade”, assim dizia uma carta do “Senado da Câmara de São Paulo” ao Provincial (superior) de Frei Galvão, quando mais uma vez tentavam transferir o religioso do Mosteiro da Luz para outras atividades.
Ainda em vida, seu zelo apostólico era reconhecido por todos. Por onde passava as multidões acorriam, para ele, não havia obstáculos em percorrer longos trajetos pregando e atendendo as pessoas. Nascido na cidade de Guaratinguetá em 1739, Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, OFM foi ordenado sacerdote no dia 11 de julho de 1762, sendo transferido para o Convento de São Francisco em São Paulo. Em 1774, fundou o Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da Divina Providência, hoje Mosteiro da Imaculada Conceição da Luz, das Irmãs Concepcionistas da Imaculada Conceição.
O primeiro santo brasileiro, tinha vários dons sobrenaturais. São inúmeros os fatos acontecidos e narrados por testemunhas sobre a santidade e humildade do Frei. Casos de bilocação, premonição, levitação, clarividência etele percepção.
Antigamente, quando os sinos badalavam fora de horário das orações, a comunidade se reunia, pois, sabia que algo de extraordinário acontecera. Certo dia, os sinos do Mosteiro tocaram e a população atendeu a convocação. Frei Galvão, então já bem idoso, anunciou: “Rebentou em Portugal uma revolução” (talvez a de 1820). E relatou detalhes como se estivesse assistindo a tudo pessoalmente. Semanas depois, chegaram notícias confirmando as visões de Frei Galvão.
O milagre da mulher grávida, deu origem aos milagrosos papelinhos – mais conhecido como as pílulas de Frei Galvão – desde então, foram muito procurados pelos devotos do santo, e até hoje o Mosteiro da Luz, em São Paulo, fornece para pessoas que têm fé na intercessão de Servo de Deus.
O milagre
Certo dia, Frei Galvão foi procurado por um senhor muito aflito, porque sua mulher estava em trabalho de parto e em perigo de perder a vida. Frei Galvão escreveu em três papelinhos o versículo do Ofício da Santíssima Virgem: Pos partum Virgo, Inviolata permansisti: Dei Genitrix intercede pro nobis (Depois do parto, ó Virgem, permaneceste intacta: Mãe de Deus, intercedei por nós). Deu-os ao homem, que por sua vez levou-os à esposa. A mulher ingeriu os papelinhos, que Frei Galvão enrolara como uma pílula, e a criança nasceu normalmente.
Faleceu dia 23 de dezembro de 1822, no Mosteiro da Luz de São Paulo, havendo recebido todos os sacramentos, com seus quase 84 anos de idade. A sua sepultura ainda hoje continua sendo visitada pelos fiéis, na Capela-Mor da Igreja do Mosteiro da Luz
O dia 25 de outubro, dia oficial do santo, foi estabelecido, na Liturgia, pelo saudoso Papa João Paulo II, na ocasião da beatificação de Frei Galvão em 1998 em Roma. De seu processo de beatificação constam 27.800 graças documentadas, além de outras consideradas milagre. Foi canonizado pelo Papa Bento XVI em 11 de maio de 2007, durante a visita do pontífice ao Brasil.
São Frei Galvão, rogai por nós!
Escrito por Angela Barroso