Diocese de Santo André

Sínodo Diocesano de Santo André é reportagem em famoso jornal francês

A Diocese de Santo André, na pessoa de seu bispo diocesano, Dom Pedro Carlos Cipollini, foi procurada por um importante jornal Francês, o La Croix, de identidade católica. O Jornal estava interessado em nosso Sínodo Diocesano, destacando a organização do processo e a riqueza material já produzida com a pesquisa e os textos. Segue o link da matéria em Francês e a tradução da mesma feita pelo Pe.Miguel, FC (da Paróquia Nossa Senhora do Rosário – Região Pastoral Santo André – Leste).

Link: http://www.la-croix.com/Au-Bresil-diocese-face-concurrence-evangelique-2017-02-22-1200826772

No Brasil, uma diocese enfrenta a concorrência evangélica.

            Na diocese de Santo André, subúrbio de São Paulo, os católicos representam hoje apenas 46% da população, enquanto a porcentagem era de 90% em 1960. O bispo decidiu pela realização de um sínodo diocesano para encontrar soluções diante deste esvaziamento.

A Catedral Nossa Senhora do Carmo está em lugar de destaque no centro da cidade de Santo André. Suas cores são amareladas e sua arquitetura colonial : majestosa, ela recorda o poder da Igreja no Brasil, país que, ainda hoje, é o maior país católico do mundo. Porém sua influência vai se esfacelando, como podemos perceber nos recenseamentos a cada década e nas pesquisas. Na última, publicada pelo Instituto Data-Folha, no final de dezembro 2016, 50% dos brasileiros se dizem católicos. Em 2010 eram 64%, e mais de 90%, em 1970.

Em Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, nomeado pelo Papa Francisco em 2015 quer enfrentar com valentia o desafio, organizando, neste ano, um ambicioso Sínodo, o qual foi aberto no dia 3 de dezembro último, em volta do tema da evangelização, seguindo desta forma as recomendações do Papa que convida para uma Igreja que deve “sair de si mesma”.

No decorrer deste ano, todos, padres, religiosos e religiosas, agentes de pastoral, membros de associações e paroquianos serão consultados e interrogados sobre a sua percepção da realidade na sua paróquia, sobre suas dificuldades e as mudanças que deveriam ser realizadas. O objetivo é chegar à realização do “sonho missionário de atingir cada um”, conforme o Lema escolhido pelo sínodo. “Não é possível pensar numa Igreja missionária sem a participação ativa de todos os seus membros”, assim diz-nos o Padre Joel Nery, vigário episcopal pastoral da Diocese de Santo André.

Na região, o percentual dos católicos caiu, chegando até 46% em 2016; muitos, como acontece muitas vezes nos subúrbios das grandes cidades brasileiras, buscaram as igrejas evangélicas e pentecostais : 35,3% dos moradores da diocese são evangélicos (27,1% de raiz pentecostal e 8,2% de raiz tradicional), contra 29% em nível nacional, seguindo a pesquisa da Data-folha.

Esses dados incontornáveis são oriundos de uma ampla investigação qualitativa e quantitativa encomendada pela própria diocese à universidade municipal de São Caetano do Sul (USCS) e realizada durante mais de quatro meses. Seus resultados servem de base à reflexão nas paróquias. O estudo revela também preciosos elementos sobre as razões deste êxodo: “a principal reclamação é a distância, a frieza, o tipo de acolhimento encontrado na Igreja e a falta de proximidade entre o que diz o sacerdote e a vida cotidiana dos entrevistados”, explica Leandro Prearo, da USCS, o qual observe também que, no meio das classes populares e pobres da região “já tem mais evangélicos do que católicos”. Outra constatação : os católicos são menos assíduos do que os fiéis evangélicos. 35% dos católicos da diocese participam da missa pelo menos uma vez por semana, contra 76% dos evangélicos. “Devemos fazer um mea culpa”, disse o Pe Joel Nery. “O excesso de clericalismo, de burocracia, os pequenos grupos fechados, a redução do Evangelho à observância dos ritos, esquecendo às vezes a prática, eis as nossas falhas…”, enumera Dom Pedro, o qual reconhece no entanto ter ficado surpreso pelos resultados do estudo pois, “Nossas igrejas estão cheias!” Diante das fortes migrações rumo às igrejas evangélicas, ele relativiza : “Temos 35% de evangélicos, porém repartidos em 145 denominações, só na diocese ! Comparando, a Igreja católica continua bastante forte !” “Minha preocupação, continua o bispo, não é tanto a perda de fieis quanto o caminho da evangelização : como mudar nossa linguagem, para que seja melhor adaptada à nossa nova época, às tecnologias e à tentação da secularização? Talvez seja porque nossa mensagem não está bem apresentada que alguns lamentam essa “distância”, essa “frieza”.

Cada paróquia, depois da sua reflexão, enviará 10 propostas, das quais 3 “prioridades sinodais” serão escolhidas na última assembleia sinodal marcada para o dia 15 de novembro 2017. O documento final será entregue depois, em 2018.

A iniciativa foi “bem acolhida” pela Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB), garante Dom Pedro. Outras dioceses também iniciaram uma reflexão, por exemplo, a de Santos, no Estado de São Paulo, a qual acaba de elaborar, de maneira “participativa”, um “plano diocesano de evangelização para o período 2016-2019.

Aglaé de Chalus, repórter do Jornal La Croix.

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