Diocese de Santo André

Pastoral Afro tem primeiro encontro com Dom Pedro

Aconteceu na manhã do sábado, 11/03, nas dependências da Cúria Diocesana, no Centro de Santo André, o primeiro encontro do bispo diocesano com os integrantes da Pastoral Afro Brasileira. Dom Pedro ouviu a trajetória de vitórias alcançadas por esta pastoral desde a década de oitenta, assim como os anseios que necessitam para continuar esta caminhada compartilhada pela fé e pela luta.

Na primeira parte os integrantes da pastoral, e que representavam Santo André, Rio Grande da Serra e São Bernardo do Campo, contaram que sempre participam dos eventos da Diocese. “Representamos a Diocese na Arquidiocese de São Paulo, nas reuniões no Belenzinho. Realizamos à cada dois meses, encontros aqui na sede da Mitra. Promovemos ação forte em todas as Regiões Pastorais no dia 20 de novembro. Temos uma atuação efetiva em nossas comunidades, e somos a referência negra em nossas paróquias”, garantiram.

Uma informação importante foi ali transmitida. “Em Rio Grande da Serra a população em sua maioria é negra. Somam 54%. Temos ali uma política pública voltada para o negro, como uma ação da Secretaria de Saúde destinada para a saúde do negro. A Dra. Estela, especializada neste tipo de medicina vai falar no Fórum da Saúde, em evento no dia 25 de março, no salão a Paróquia São Sebastião”

Os agentes que atuam há décadas contaram que “Antes de 1988 já atuávamos em São Paulo com o Padre Batista que tinha um trabalho sério com os meninos engraxates da Praça da Sé. Foi assim que surgiram os grupos de consciência negra. A luta inicial era para fazer com que os negros aceitassem a sua negritude, percebessem o quanto que éramos discriminados”.

Pelos testemunhos contaram que antes não tinham esta compreensão. “Chegava a dizer que minha cor era laranja”, recordou uma participante que também informou: “As cantigas de rodas que as crianças brincavam no passado eram recheadas de mensagens racistas, e o pior, de tão enraizada todos acabavam entendendo como algo normal. Era comum a pessoa querer vir para São Paulo para poder ficar branca”. Outra participante reforçou. “Felizmente com a Igreja incentivando o Ecumenismo, ajudou a por fim em uma série de incompreensões e hoje existe uma aceitação melhor para o diferente.

Um ponto ressaltado foi o Jubileu do ano 2000 quando as pastorais e movimentos que lutam pela causa do negro realizaram um grande encontrão na Diocese, que chamou a atenção de todos.

Também recordaram que no ano de 1988 a Campanha da Fraternidade debateu a questão do negro, e assim nasceram as pastorais nas paróquias voltadas para esta temática. A ação ganhou força até mesmo ano antes desta data, graças à ação de Padre Mahon. Depois com Padre Edmar, Padre Toninho, Padre José e Padre Herculano, salientou o grupo.

Hoje é visível a importância deste trabalho realizado lá atrás, permitindo as conquistas que abriram espaço para a população negra na sociedade. Claro que ainda falta muito, mas a caminhada já deu fortes frutos. “Resistimos por que aprendemos na caminhada a ser teimosos. Agora pedimos maior apoio dos padres para que esta pastoral tenha mais espaço nas paróquias”.

Após ouvir atentamente, inclusive aos três testemunhos de graças alcançadas pela intercessão de Maria, Dom Pedro falou aos agentes da pastoral. “Agradeço imensamente a chance de poder conversar com vocês desta pastoral. Tenho visto vocês atuando em suas paróquias, e agora temos a oportunidade de estarmos aqui juntos para conhecer mais de perto as ações da Pastoral Afro Brasileira”.

O bispo também disse: “Todas as pastorais merecem a paternidade do bispo e eu ansiava por este encontro. Ouvi muitos relatos de vocês contando como foi dura a infância, a vida por ser negro, por ser negra. Confesso que lá em casa sempre tivemos a presença de pessoas negras e para nós isto sempre foi muito tranquilo. Meus pais nos educaram a ver em todos, gente igual a nós”.

E continuou: “O surgimento desta pastoral foi um grande passo para a Igreja no sentido de tornar bem real o que rezamos na oração do Pai Nosso. O Pai de todos nós, indistintamente. Vocês falaram que aconteceu uma ruptura anos atrás, passando existir o movimento e a pastoral. Mas isto é bom. Tem ações que o movimento pode e deve executar, já a pastoral tem que atuar sempre a partir do Evangelho. A expressão da fé deve basear as condutas desta pastoral”.

Dom Pedro concluiu que “A luta da dignidade de cada um, deve acontecer sem a presença da violência. Seguimos Jesus e para ele todas as ações que incluem a violência trazem sofrimento. Infelizmente acabaram com a lei que permitia a escravidão, mas a ideia da escravidão não saiu da cabeça de muita gente. No Brasil as pessoas moram em dois andares, para quem mora em cima tudo é permitido. E isto não é bom para o nosso país”.

O próximo passo agora será um diálogo com os sacerdotes para destinar um padre para ser o assessor eclesial e assim acompanhar mais de perto as ações da pastoral e incentivando a abertura de outras unidades que venham reforçar esta caminhada, nas paróquias e nas regiões pastorais.

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