Diocese de Santo André

Santos e Pecadores

Acabo de ler a biografia do Padre Donizetti Tavares de Lima, cuja causa de beatificação está em curso. Vida admirável! Ordenado em Campinas desejou trabalhar em lugares pobres, por isso, foi mais para o interior do Estado. Pároco de Vargem Grande e posteriormente Tambaú.

Um apóstolo do Evangelho. Trabalhou tendo como horizonte o Reino de Deus: justiça e paz. Fiel à Igreja que amava, nunca arrefeceu sua fidelidade, também ao ser humano que desejava tratado com dignidade. Empreendeu luta contínua, em favor dos direitos humanos, numa época na qual era incomum falar neles. Quando morreu, com 79 anos, era 16 de junho de 1961, estava rodeado do povo para o qual viveu: trabalhadores, gente humilde que tanto amava e que retribuía com veneração. São centenas as pessoas que trazem seu nome, numa homenagem silenciosa.

Todos o buscavam devido a sua sabedoria e humildade. Glória e vaidade do mundo não o perturbaram. As perseguições, calúnias, não o desanimaram. Magnânimo perdoou os inimigos. Aos fazendeiros que o expulsaram de Vargem Grande por defender trabalhadores, e que arrependidos lhe pediram perdão, ele respondeu com delicadeza: enviou uma imagem de Nossa Senhora Aparecida em sinal de paz.

Diante deste gigante de fé e caridade, o que pensar das acusações que persistem e que infelizmente, algumas são verídicas, referentes a padres pedófilos? Em uma sociedade hedonista, onde sexo, dinheiro e poder gozam do status de divindade, a fraqueza humana se mostra na sua fragilidade mais dolorosa: o fascínio pelo abismo, o equívoco na busca de felicidade. Os desvios de conduta em relação ao sexo estão presentes em todos os segmentos da sociedade. A pornografia e pedofilia via internet tem tido difusão impressionante, atinge solteiros e casados.

Em uma floresta imensa, onde muitas árvores crescem silenciosas, quando cai algumas, o estrépito é grande. São alguns os padres escandalosos, mas nem se compara à quantidade daqueles que se dedicam dia a dia, no seu ministério, com fidelidade, honestidade e sacrifício.

Compreende-se que esses erros nos padres, causem tanta indignação, dado a posição que ocupam na sociedade. Aqui, porém se exige dos anticlericais, dos laicistas e inimigos jurados da Igreja, que ao reconhecer o erro presente na instituição, não culpem toda a instituição, desejando sua ruína. É sabido de todos, a sanha e o ódio de muitos lobbies que não toleram o trabalho da Igreja em defesa da vida e da família, e por isso, procuram esparramar o “pânico moral” contra ela.

Universalmente, para qualquer situação, o primeiro passo é sempre constatar se há veracidade na denúncia. Uma vez identificada, a Igreja se recusa a copiar comportamentos inadequados da sociedade civil, como o foro privilegiado. O Papa Francisco, seguindo a linha de seu predecessor ordenou tolerância zero com a pedofilia dentro da Igreja. Não se nega o perdão ao pecador arrependido por praticar este crime; mas nem por isso, pode dispensá-lo de dar satisfação à justiça civil, à sociedade. A sociedade necessita ver punidos e corrigidos os criminosos, pois, nenhum criminoso se perdoa se não responder à sociedade por seus delitos, e nenhuma vítima se perdoa se não se abre para o perdão.

Como disse o Papa Francisco na última sexta-santa: “vergonha por todas as vezes em que bispos, sacerdotes, irmãos e freiras escandalizaram e feriram seu corpo, a Igreja… Mas também esperança de que a Cruz transforme os nossos corações e nos torne capazes de amar, de perdoar; de que as trevas da Cruz se transformem na aurora fulgurante da Ressurreição”.

Artigo escrito por Dom Pedro Carlos Cipollini para o Jornal Diário do Grande Abc

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