Diocese de Santo André

Homilia – Ordenação Sacerdotal

Catedral de Santo André, em 27 de maio de 2017

Prezados sacerdotes e diáconos, religiosos e religiosas, prezados irmãos e irmãs aqui presentes. Uma saudação especial aos diáconos Camilo Gonçalves de Lima e Hamilton Gomes do Nascimento, que serão ordenados presbíteros. Saúdo também seus pais, amigos e demais familiares, bem como todo povo de Deus.

Hoje para vocês e para a Igreja de Santo André é um dia de alegria e de festa.  Chega à realização, um sonho que foi acalentado com tanto esforço, dedicação e sacrifício: o dia da ordenação sacerdotal. Vocês chegaram, a meta está atingida.

Porém, aqui é necessário admitir que tudo é graça de Deus! Cristo não tinha necessidade de escolher vocês. No entanto, Ele os escolheu. É sempre um mistério o fato de Cristo escolher uma pessoa ao invés de outra. Não foram vocês que escolheram por primeiro, mas Ele que os escolheu. Por isso, o sacerdócio não é vosso, é de Cristo! O projeto de se tornarem sacerdotes é de Cristo, permitam portanto, que Ele governe vossas vidas; já que disseram vosso sim. Sim que nós como Igreja vos agradecemos.

Não tenham medo! A primeira leitura nos fala de alguém que é escolhido e manifesta seu medo diante da missão sagrada (           ). O medo paralisa e esteriliza o ministério de um sacerdote. É por medo que se apega ao dinheiro, à família, aos cargos… A busca de segurança torna um padre carreirista e sem disponibilidade para ir onde precisa. O medo é o contrário da fé. Onde domina o medo existe a busca de segurança; busca que impede o sacerdote de sair da área de conforto e se tornar missionário do Reino. Uma vida sacerdotal assim não vale a pena. Uma vida assim, é uma vida seca, sem profetismo porque está autocentrada em projetos pessoais.

Hoje Jesus mostra a vocês todo seu amor. E Ele espera de vocês somente isto: que vocês retribuam amor com amor! Este amor deve ser dirigido a Ele através do próximo. Viver o desafio de amar e servir como Jesus, em nome de Jesus, é esta a missão do sacerdote! Reconciliar o mundo pelo perdão redentor.

No evangelho que ouvimos (Jo 20,19-23), aparece Jesus em um momento culminante. Ele sopra sobre os apóstolos, confere-lhes o Espírito Santo e os envia em missão. É o Espírito Santo que nos liberta do medo, da mediocridade e da falta de fé. Com Jesus ressuscitado, tudo se torna possível, ele nos deseja a paz, mas Ele mesmo é a nossa paz (cf. Ef 2,14).

É Jesus que deve reinar em vossos corações. Não vendam o coração a nada e a ninguém. Somente Jesus pode impulsionar a comunhão e a missão que vocês devem viver. Não bastam nossas forças e trabalhos, somente Jesus pode desencadear as mudanças, a libertação que o ministério sacerdotal deve promover e que a humanidade tanto necessita.

Como o Pai enviou Jesus, Ele os envia. Envia-os para anunciar a Palavra e “reproduzir” sua presença entre as pessoas do mundo inteiro. Assim, como o primeiro homem lá do Paraíso era de barro, e o Senhor infundiu nele o sopro da vida; Assim também vocês são de barro, são frágeis, mas hoje o Senhor sopra sobre vós, para que a vida divina vos toque. Para que possais ser barro animado pelo Espírito de Jesus! Quem não acolhe o Espírito Santo no coração permanece morto: barro sem vida. Sem o sopro do Espírito que anima o coração e a alma, o sacerdote não transmite paz, alegria e vida renovada em Cristo.

Portanto caros filhos, Camilo e Hamilton, sejam homens do Espírito, movidos pelo Espírito Santo e não por interesses pessoais e materiais. Quem é movido pelo Espírito de Deus não é egoísta, não perde a esperança, não vive de aparência, não se deixa absorver pelos problemas e conflitos da vida. Na oração encontrarão a energia para viver no âmbito da luz; para poder irradiar luz e vida.

Em meio a uma sociedade materialista e superficial que desqualifica os valores do espírito, sejam homens espirituais e cidadãos do Reino de Deus. Reino de justiça e paz. Que vocês possam agir no dinamismo do amor de Deus. Este amor sempre dirigido a Jesus presente na Palavra, na Eucaristia e na Igreja. Igreja na qual está Maria, nossa mãe que intercede por nós, e a quem peço que acompanhe vosso itinerário sacerdotal.

O padre exerce uma função central, ao tornar concreto o mistério da Igreja. Em nome de Cristo, ele é chamado pela Igreja, formado pela Igreja, ordenado e consagrado, pela Igreja e na Igreja. E é a Igreja que lhe confia a missão sacerdotal. Com razão, o povo vê o sacerdote como “homem da Igreja”. Sem a Igreja, o sacerdócio não teria sentido, assim como não tem sentido um sacerdote que não ama a Igreja.

Entre todos os que devem amar a Igreja, o primeiro é o sacerdote. O amor à Igreja deve fazer com que o padre acolha a Igreja, com os seus elementos divinos e humanos. O amor e a adesão ao ministério do bispo, a fiel cooperação com ele é um modo de mostrar o amor à Igreja. Também a celebração correta da liturgia, a vivência da Palavra e da Caridade, e o bom relacionamento com os fiéis, demonstram o amor do padre à Igreja. Amar a Igreja não é discurso, mas é sacrificar-se por ela como fez Jesus Cristo (cf. Ef 5, 25 e 29).

Vocês vão presidir a celebração Eucarística. Façam-no diariamente. A Eucaristia deve interpelar-vos continuamente a serem solidários com os pobres e sofredores. Da Eucaristia brota a missão solidária. Peçam a Jesus Eucarístico a graça de não serem padres acomodados como “funcionários do sagrado”. Enfim, a partir da Eucaristia, recordem-se que anunciar a Boa Nova da paixão e ressurreição, é ter disponibilidade para sofrer por causa do Reino; Isto é o âmago da vocação sacerdotal.

Rezaremos em seguida por vocês, Camilo e Hamilton, para que sejam introduzidos em nosso Presbitério, ao qual devem amar com sinceridade. Rezaremos também por mim que hoje completo dois anos de minha nomeação pelo papa Francisco, para servir esta Igreja no ministério episcopal de pai e pastor. Até aqui tenho sobrevivido aos perigos desta missão, graças a Deus e ajuda das pessoas de fé. Conto com vossa ajuda, como pedirei na oração da Ordenação.

Que na força do Espírito Santo, possamos todos ser bons ministros de Deus, repletos da paz messiânica. Amém.

+ Dom Pedro Carlos Cipollini

 

 

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