Diocese de Santo André

Maria: “A Virgem da Ternura” que nos ensina a sermos discípulos de Cristo no mundo atual 

Organizado pela CRB (Conferência dos Religiosos do Brasil) da Diocese de Santo André, a 2ª edição do Simpósio Teológico da Vida Consagrada prosseguiu na noite de quarta-feira (25/10), com destaque para a palestra “Maria, Virgem da Ternura, Modelo de Escuta e Discipulado”, proferida pela Irmã Inês da Costa Camargo (Franciscana da Terceira Ordem Seráfica), cujo objetivo foi refletir o papel de Nossa Senhora como modelo de convivência fraterna e a função evangelizadora nos tempos atuais.

O encontro ocorrido no auditório da Mitra Diocesana, no Centro de Santo André, também contou com muita oração, louvor, meditação e música, além do espaço para questionamentos do público presente.

“Paz de Galvão”

Como inspiração para o início da explanação, uma menção honrosa ao Dia de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, o Frei Galvão, celebrado neste 25 de outubro. O primeiro santo brasileiro – canonizado pelo Papa Bento XVI, em 11 de maio de 2007 – é conhecido como o “homem da paz e da caridade”.

“A paz é possível. A paz é um dever”, citou Irmã Inês, sobre um trecho retirado da Oração dos fiéis, da Missa de Frei Galvão.

Modelo de discípula

Durante a palestra, Irmã Inês salientou as qualidades de Maria, como fonte de sabedoria para cumprir o projeto do Pai na Terra, e os gestos de amor para com o seu filho Jesus, no abraço e olhar carregado de ternura.

“O rosto de Maria é um milagre tão grande, que nenhuma arte é capaz de expressar sua totalidade. Todos os afetos e sentimentos nele estão incluídos. Seus olhos transmitem a luz, porque através dela a Luz que é Jesus, ingressou no mundo”, sintetiza.

Segundo a palestrante, o Ícone transmite mensagem própria, sendo o objetivo louvar, glorificar e celebrar o Salvador do mundo, com Nossa Senhora simbolizando o exemplo de discípula de Cristo para a humanidade.

“Maria ocupa um lugar, junto com Cristo, todo especial na iconografia oriental. Os ícones anunciam Maria como Theotokos (título grego), que quer dizer portadora de Deus”, descreve.

“Ela (Maria) se coloca a caminho como seguidora e discípula, escutando a Palavra de Deus e a colocando em prática” (Lc 11,28; cf. 1,38.45).

A mensagem final elege Maria como a “escada” que leva a Deus, ou seja, religiosos (as) e leigos (as) devem se espelhar no modelo de Nossa Senhora para uma sociedade que conheça e siga Jesus Cristo, na evangelização e ajuda aos mais carentes e necessitados, como a Mãe fez em suas diversas aparições.

“A qualidade de um ícone, não provém da habilidade do artista, mas da sua vida espiritual (jejum e orações). Assim também, a qualidade de nossa devoção à Maria não provém da quantidade de terço que rezamos, de visita a santuários. Mas a qualidade de nossa devoção está na prática da ternura de Maria”, cita Irmã Inês.

Ela finaliza com uma pergunta do Papa Francisco. “O que seria a Igreja sem a Vida Consagrada?”…E a resposta: “Faltar-lhe-iam maternidade, afeto e ternura, intuição de mãe”.

Devoção russa 

E a Mãe de Deus, se apresenta como esse instrumento de acolhida e ternura que leva o povo ao encontro de Jesus Cristo. Maria recebeu do povo russo, o título de “Virgem da Ternura”, por sua devoção a um ícone de Nossa Senhora, de origem grega, pintado por um artista anônimo do século XXI, como explica a palestrante do dia.

“Esse ícone começou a ser venerado e contemplado no convento de Vzshgorod, em Kiev. Em 1160 foi levado para a Catedral de Assunção de Vladimir. Permaneceu, por muito tempo, na cidade de Vladimir. Por este motivo é intitulada o nome de “A Virgem de Vladimir” ou mesmo “A Virgem da Ternura de Vladimir”, conta Irmã Inês.

Avaliações 

Para o missionário David Rodolfo Campos Silva (Imaculada – Padre Kolbe – Riacho Grande – SBC), o aprendizado deste dia revela o ícone de Nossa Senhora tão rico e tão belo que nos mostra e nos aponta Jesus. “Por isso, levo essa missão de anunciar e transmitir o nosso Salvador para as pessoas”, frisa.

Por outro lado, a leiga Fátima Rodrigues da Silva (Paróquia Nossa Senhora do Rosário – Vila Luzita – Santo André) destacou a eucaristia, não apenas como um rito permanente das Santas Missas, mas também como um propósito de vida. “Me senti provocada, em determinado ponto da palestra, de como posso levar a eucaristia como missão no meu trabalho, na minha família e no meu convívio social”, comenta.

Objetivos e desafios 

Os objetivos do encontro são a promoção da formação, por meio das palestras, além da integração e confraternização dos religiosos e leigos consagrados para um trabalho cada vez mais evangelizador em suas respectivas comunidades.

Sob a coordenação das Irmãs Elaine Cristina de Souza (Congregação das Filhas de São José) e Andri Renata Vilas Boas (Missionária Scalabriniana), o 2º Simpósio Teológico da Vida Consagrada se encerra na noite de quinta-feira (26/10), às 19h30, no Auditório da Mitra Diocesana, no Centro de Santo André (Praça do Carmo, 36).

“Um dos desafios para a vida religiosa em nossa diocese é deixar os seus compromissos, as muitas atividades que todos religiosos realizam na diocese para comparecer nestas três noites de formação”, enfatiza Irmã Andri.

Por sua vez, Irmã Elaine destaca a temática do encontro como meta para concretização do aprendizado no cotidiano da vida religiosa.

“Somos chamadas a fazer essa integração entre contemplação e ação. A vida de interioridade e a vida de serviço. A Virgem da Ternura traz esse grande desafio, para que nós voltando as nossas realidades, onde o cotidiano, a rotina, nos intempérie a tantas ações, sermos testemunhos de Maria na vida do povo, sobretudo o mais pobre e marginalizado na sociedade”, reflete.

Reportagem e fotos: Fábio Sales 

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