Um forte Momento de espiritualidade, marcado por oração, canto e a “Invocação à Mariana” de Dom Helder Câmara, serviram para preparar a alma dos mais de cem participantes do 2º Simpósio Teológico da Vida Consagrada, promovido pela CRB da Diocese de Santo André, e que acontece desde ontem a noite, (24/10), no Auditório da Mitra Diocesana, na Praça do Carmo. O término será nesta quinta-feira, às 19h30.
A Coordenadora, Irmã Elaine Cristina de Souza, FSJC, comandou os trabalhos e pediu para que o Padre Rubens, da Coordenação da CRB Estadual tecesse algumas palavras dando assim início as atividades da noite, que contaram com a Palestra do Padre Antonio Manzatto, Doutor em Teologia, detentor de vários prêmios de comunicação radiofônica e sacerdote da Arquidiocese de São Paulo, servindo na Região Episcopal da Brasilândia.
Sua primeira exposição foi dizer: “Vocês podem estar se perguntando o que um padre diocesano veio falar para pessoas religiosas, integrantes de Congregações?”. E também brincou: “Sempre me perguntam se sou religioso? E respondo. Sim, eu gosto de rezar! Costumo dizer também que o carisma dos padres diocesanos é viver a atividade pastoral”.
Em seguida proferiu uma palestra que teve o objetivo de fazer refletir. “Estamos saindo do Ano Mariano. Aliás, a cada ano somos convidados a vivenciar um ano específico, e me pergunto. O que ficou de real deste ano? O que ficou, por exemplo, do Ano Paulino, ou de qualquer outro ano? Tenho para mim, que este convite para vivenciarmos os anos temáticos, é por que não temos um plano pastoral bem definido”.
As carências das periferias também fizeram parte de sua análise. “Nossa Igreja já levou o que tinha de melhor para as regiões periféricas, já esteve mais próxima do povo sofrido. Hoje está distante desta realidade cheia de carências, quer sejam financeiras, ou de políticas públicas e sociais. Aliás, carência tem sido a marca predominante de nossas periferias”. E reforçou. “O Papa Francisco tem nos alertado, dizendo: ‘Estamos lá, mas querendo estar do outro lado’. Não estamos mais mergulhando nas coisas e nas necessidades do povo mais carente”.
A análise de Padre Manzatto foi justificada pelas quatro grandes devoções do povo para com Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora de Lourdes e Nossa Senhora de Guadalupe. Ele discorreu sobre estas aparições terem ocorrido sempre em regiões deficitárias, e para os mais humildes, como os pescadores do Rio Paraíba, as crianças portuguesas, ao índio mexicano, e para a menina francesa que morava com sua família em uma cadeia fechada, que não servia mais nem para alojar os presos, e cujo irmão comia vela na igreja só para ter o que mastigar.
O palestrante deixa assim claro a missão de todos nós, que queremos ser seguidores de Jesus Cristo. “Estas aparições nos ensinam que Maria está olhando para os mais pobres, para os indefesos. E se nós queremos fazer como Maria, devemos também estar ao lado destes nossos irmãos. Maria vem socorrer, amparar, acalmar e estas devem ser nossa atitude perante a realidade humana”.
Texto e fotos de Humberto Pastore