Assembleia Catequética realizada em novembro deste ano também definiu as três prioridades que nortearão a atuação dos catequistas no Grande ABC
Decreto do até então presidente da república Jânio Quadros criou o Dia Nacional do Deficiente Visual, em 13 de dezembro de 1961. Lá se vão exatos 56 anos e o objetivo desta data é chamar a atenção para a inclusão social e a integração dos deficientes visuais, bem como reforçar a luta pela redução da discriminação contra pessoas com outros tipos de deficiência.
Essa também foi uma das questões debatidas na reunião dos 320 catequistas que aprovaram três propostas para serem implementadas, simultaneamente, em todas as mais de cem paróquias dos sete municípios da região, a partir de 2018.
Uma ação pioneira ocorreu na assembleia do dia 18 de novembro, no salão paroquial da Basílica Menor da Igreja Matriz Nossa Senhora da Boa Viagem, em São Bernardo do Campo: a linguagem de sinais, numa parceria entre as Pastorais da Inclusão e Catequética.
Mas para a estudante de pedagogia Carmem das Graças Silva (Paróquia Nossa Senhora das Graças – Região Leste Santo André), que integra a Pastoral da Inclusão, a acessibilidade também é um grande desafio para as igrejas, bem como o trabalho de acolhimento a todos os tipos de deficiência.
“Tem que ser pensado numa estrutura que atenda a todos e a todas. Muitas paróquias precisam de rampas para quem têm dificuldades de locomoção. Isso serve também para os salões paroquiais onde são realizadas as aulas de catecismo. Esse é um dos fatores, além de outros que devem ser trabalhados na capacitação de catequistas, para que o aprendizado também chegue às pessoas portadoras de necessidades especiais”, avalia.
Formação
A temática Formação foi a terceira proposta mais votada para a Animação-Bíblico Catequética no Grande ABC (Escola Diocesana para catequistas e leigos para aprofundamento da doutrina, preparação pedagógica para melhorias na didática da catequese e formação humana para trabalhar no interior de cada pessoa, ou seja, sempre buscando o caminho da conversão).
Secretária da Pastoral Catequética da Diocese de Santo André, Maria Cristina Teles Nascimento (aposentada e frequentadora da Paróquia Nossa Senhora de Fátima – Região Utinga Santo André) acredita que o primeiro passo é trabalhar na qualificação dos catequistas sobre os processos de acolhida e diálogo com a comunidade.
“Muitas vezes não existe acolhimento entre os próprios catequistas, como você vai inserir as crianças, jovens, pais e padrinhos a serem acolhidos entre si? O que Jesus Cristo fazia primeiro? Acolhia as pessoas. Essa é a primeira iniciativa. Temos que aprender esse processo de acolhimento entre nós para que depois possamos fazer com as crianças, jovens e adultos pratiquem o amor a Cristo e se tornem discípulos missionários”, analisa.
As outras duas propostas aprovadas (Conscientização e implantação de Comissão do Itinerário do processo de IVC (Iniciação à Vida Cristã) nas paróquias e comunidades da região, junto aos párocos, coordenadores, catequistas, pastorais e todas as Assembleias, buscando a adesão dos padres) e a (Promoção da Iniciação à Vida Cristã, por meio do Itinerário Catequético, unificada com a proposta diocesana) também foram lembradas por Maria Cristina.
“Nossa diocese é profunda em realidades diferentes. Temos que conversar e elaborar essas propostas para fazê-las sair do papel e colocá-las em prática. Em diversas paróquias as pessoas não têm conhecimento sobre o processo de iniciação à vida cristã. Não sabem nem o significado. Por isso, duas das três prioridades mais votadas foram baseadas a partir deste tema”, sintetiza.
Reportagem e foto: Fábio Sales