Diocese de Santo André

A figura do pai 

Neste mês, dia 19 de março, a Igreja festeja S. José, esposo de Maria e pai adotivo de Jesus. José é chamado pela Bíblia de “homem justo” (Mt 1,19). Este é o adjetivo é reservado aos patriarcas, aos amigos de Deus, como Abraão e demais líderes significativos na História do Povo de Deus.

São José de Nazaré, carpinteiro escolhido para acompanhar e proteger o filho de Deus, que se fez homem, Jesus, e Maria, sua mãe. José é o personagem mais silencioso do Evangelho. Nenhum evangelista reporta alguma palavra dita por ele. No entanto sua autoridade é respeitada.

José é o chefe da família de Nazaré, mas um chefe que não tem necessidade de se impor à força para ser obedecido. Sua autoridade não é autoritarismo, autoritarismo contra o qual se rebelam os jovens, hoje, mais que nunca. A autoridade paterna de José, provêm de sua sabedoria, experiência e maturidade. Ele compreende as necessidades afetivas de sua família, na qual pensa e para a qual trabalha como demonstração de amor. José é operário silencioso que, unido à sua esposa, a qual ele ama de verdade, organiza e leva avante a vida da família, com sua autoridade e presença.

Ele é imagem da sabedoria que deveria ser a primeira virtude de todos os pais, pois a sabedoria é a virtude do homem maduro. E somente quem tem maturidade afetiva, emocional, poderá exercer bem a importante tarefa de ser pai. Honestidade, fidelidade à Palavra de Deus e trabalho, são características psicológicas mais marcantes deste personagem bíblico cujo nome é um dos mais difundidos em nosso Brasil. De fato, você saberia dizer quantas pessoas chamadas José você conhece?

Em nossa época tudo muda rapidamente. Da modernidade, passamos para a pós-modernidade e chegamos à hipermodernidade: a sociedade líquida na qual tudo o que é sólido desmancha no ar… Uma das características desta nossa época é a crise de autoridade, fruto do banimento da figura do pai. Dispensa-se o pai e consequentemente todo tipo de autoridade. Isto gerou mais que uma ausência, gerou um vácuo: o vazio representa um “novo conteúdo”. A pós-modernidade consagrou a possibilidade de viver sem Deus, sem pai e sem sentido. O indivíduo se basta, o individualismo é a lei.

Assim, a figura do pai está em baixa. Ninguém quer ser autoridade no sentido pleno e responsável que o termo implica. Todos querem ser jovens, querem ser filhos, pois a juventude é a idade endeusada em nossa época. Porém, é preciso levar em conta que quando a imagem paterna é inadequadamente modelada pelos filhos, em especial pelo menino, este carrega essa deficiência pelo resto da vida: “Anseia por algo que está faltando, da mesma forma como ele pode ter deficiência vitamínica e ansiar por determinado alimento” (James Hollis).

O pai precisa ser o terceiro ponto de equilíbrio, formado pela mãe, a criança e ele. Os filhos precisam da presença orientadora do pai. Precisam ver o pai vivendo sua própria vida, lutando, sendo emotivo, falhando e caindo, levantando-se de novo, sendo humano e ensinado a ser homem em plenitude.

Rezemos pelos pais, e pelos que em sua ausência exercem este papel; bem como por todos os que assumem em nossa sociedade tarefas de servir como autoridade, ou seja, aqueles que fazem vir para cima, que fazem os outros crescerem, pois isto é ser pai, ser autoridade amorosa.

 

Dom Pedro Carlos Cipollini

Bispo Diocesano de Santo André

Compartilhe:

Mensagem do Bispo Dom Pedro Carlos Cipollini para a Diocese de Santo André

Dom Pedro Carlos Cipollini celebra 9 Anos na Diocese de Santo André

Homilia, Missa do Jubileu Diocesano 70 Anos da criação da Diocese de Santo André

Ginásio lotado com mais de 7 mil pessoas marca celebração dos 70 anos da Diocese de Santo André

Catedral diocesana celebra sua padroeira

Padre Toninho assume nova missão na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora

Jovens Sarados comemoram 15 anos com missa presidida pelo bispo diocesano

ENCONTRO CHEGA AO FIM COM REFLEXÃO SOBRE PERSPECTIVAS PARA A AÇÃO EVANGELIZADORA DA IGREJA NO BRASIL

PARTICIPANTES DE ENCONTRO DESTACAM PROPOSTA DE SINODALIDADE NA AÇÃO PASTORAL DA IGREJA

“O COORDENADOR DE PASTORAL É UM MEDIADOR DA GRAÇA DE DEUS E PROMOVE A COOPERAÇÃO NA COMUNIDADE”, DISSE NÚNCIO APOSTÓLICO