Quase 15h do dia 25 de março e um sol escaldante iluminam todo o Grande ABC. Era um belo dia para uma piscina em algum clube ou até viajar para a praia. Motivos justos e válidos. Contudo, algo maior fez com que 2.500 jovens deixassem o lazer para outra oportunidade para participar mais uma vez da Missa de Domingo de Ramos com o bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini.
A concentração começou no Paço Municipal de Santo André, onde padres, diáconos, seminaristas, autoridades, como o prefeito local, Paulo Serra, estavam presentes, além dos jovens, claro. E também aqueles, vamos dizer assim, jovens há mais tempo, que também participaram, com a mesma disposição.
No Paço, Dom Pedro deu início à celebração, onde se recorda a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Em seguida, começou a procissão, que percorreu as ruas do Centro da cidade e empolgava até os moradores da região local, além de motoristas, que, no lugar da frustração de esperar pela procissão, se alegravam em ver tantos jovens unidos.
Ao chegar à Praça do Carmo, todos continuaram a participar da Santa Missa, que agora recordava a Paixão de Cristo. “A Palavra nos mostra um Messias diferente do que esperavam porque Jesus usava somente uma arma: o amor. Ele não combate o mal com o mal, mas combate o mal com o bem. Jesus nos ensina que o amor é gastar a vida pelo o outro. Quem faz assim é verdadeiramente livre”, destacou Dom Pedro. “Não acreditem em outra mensagem. Tudo o que está fora do que Jesus ensinou está fora da verdadeira felicidade”, frisou o bispo.
Parecem que os jovens realmente entenderam a mensagem do bispo. Muitos já tinham participado outras vezes da Missa com a Juventude no Domingo de Ramos (começou em 2010) e asseguraram: todo ano é diferente. “É a sexta vez que estou aqui e a cada Domingo de Ramos tem algo novo. Você conhece outros grupos de jovens, outras pessoas. É uma alegria imensa estar aqui”, destacou Higor Pires de Oliveira, da Paróquia São Sebastião, de Rio Grande da Serra. Um dos responsáveis pelo Grupo de Jovens da Paroquia Bom Jesus de Piraporinha, de Diadema, Paulo Henrique de Souza compartilha da mesma opinião. “A cada ano é uma nova história. Estou muito feliz, foi tudo perfeito”, disse ele.
Mas há quem participou pela primeira vez e nunca tinha visto tantos jovens juntos. Fernanda Maria dos Santos é do povoado Vila São Francisco (Interior de Alagoas, Diocese Palmeira dos Índios) e iniciou a caminhada religiosa na Congregação das Pias Operárias de São José, em São Bernardo. “Foi uma sensação única. Lá, onde eu morava, os encontros são pequenos. Aqui me impressionou que, quando estávamos no alto, dava para ver aquela multidão de gente, aquele mar de pessoas. Foi lindo demais”, disse a tímida alagoana com o sotaque mais bonito da procissão.
Só jovens? Sim, mas alguns há mais tempo
No meio deste mar de jovens era possível notar diversas pessoas mais velhas, algumas até com cabelos grisalhos, como Fernando Paiva Filho, que acompanhou suas três filhas. “Gostei muito e foi tudo bem animado. Nem estou cansado”, disse ele, que participa da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Santo André.
Quem também estava disposta era Inês Manzolis, que, pela quarta vez, participa do Domingo de Ramos, junto com a filha, Amanda Manzoli. “Cansaço que nada. Participamos da Missa cedo em nossa Paróquia (Nossa Senhora Aparecida, de Mauá), e dava pra continuar ainda mais”, brincou ela. “Este amor pelo Senhor nos faz estar aqui”, emendou a filha Amanda.
2018 cheio de novidades
O Vice-assessor do Setor Juventude, o Diácono José Aparecido Sousa, destacou alguns eventos que os jovens terão neste ano, como a Missão Jovem Diocesana e o Dia Nacional da Juventude, em 20 e 21 de outubro, respectivamente, além do Festival Jovem, que será em 2 de setembro.
Ele ficou feliz com a presença dos jovens. “Com a graça de Deus, tivemos um bom número. Com incentivo dos padres, diáconos, seminaristas, muitos jovens participaram deste evento. Foi bonito porque trabalhamos com a Pastoral Vocacional também. A vocação nasce no coração da Igreja, no coração da família. O jovem é este sentido da vocação, este chamado de ser religioso na dimensão familiar. Neste Domingo de Ramos, tivemos de especial esta importância do leigo (estamos vivendo o Ano do Laicato), do jovem leigo, protagonista nos seus grupos de jovens, na sua paróquia, nas regiões pastorais”, destacou o Diácono Transitório.
Bom, se espelhar por este Domingo de Ramos, os próximos eventos vão fazer muito barulho.
Texto de Thiago Silva
Fotos de Eva Casagrande