Alguém dedicado é alguém que se empenha em fazer algo; dedicar um prêmio a alguém significa oferecê-lo a uma pessoa importante, o que significa que também o prêmio é algo importante… Quem dedicou a vida a uma causa, fez dessa causa a razão de sua existência.
Todos esses significados são possíveis quando olhamos para o ritual de dedicação de um templo: em poucas palavras, dedicar uma igreja é reservá-la para o uso sagrado; consagrá-la a Deus como sinal de uma realidade superior; distinguir aquele espaço de outros tipos de espaço (comércio, residência, lazer…); tornar aquele local um lugar sublime.
Não fomos nós os cristãos a “inventar” a cerimônia de dedicação de uma igreja; o Templo de Salomão foi solenemente dedicado (1 Reis 8, 2 Crônicas 7 e Esdras 6) com uma celebração da qual preservamos alguns elementos em nosso rito de consagração.
Indo mais a fundo, a cerimônia de dedicação não apenas “consagra” um templo a Deus e ao serviço religioso. Tudo na Igreja tem um sentido e aponta para algo maior. Assim, dedicar uma igreja também nos lembra que pela sua morte e ressurreição, Cristo tornou-Se o verdadeiro e perfeito templo da Nova Aliança 2 e congregou o povo que Deus tornou seu.
Ao mesmo tempo, a igreja de alvenaria é símbolo de outra Igreja: aquela formada de pessoas: este povo santo, reunido na unidade que procede da unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo, é a Igreja, o templo de Deus edificado de pedras vivas, no qual o Pai é adorado em Espírito e em verdade.
Para ter condições de ser dedicada, uma igreja precisa remeter a Deus; isso quer dizer que deve ser bela, sóbria, funcional e catequética.
Artigo desenvolvido por Pe. Vinícius Ferreira Afonso.