Uma das mais bonitas formas de celebrar o Nascimento de Jesus se dá na singela expressão do presépio. São Francisco de Assis foi responsável pela representação do nascimento de Jesus com a criação do primeiro presépio. Nesse sentido, São Francisco apresenta a profundidade do Mistério da Encarnação numa mística que nos ensina a viver a acolhida, o discipulado e a missão.
Maria e José são sinais da acolhida, pois acolhem o Menino Deus em sua pobreza. Neles vemos o doar-se sem medida em prol do que Deus nos pede, renunciando às suas seguranças prévias, seus confortos e estabilidades. Ofereceram ao Menino Deus de sua pobreza em seu nascimento, pois como “não havia lugar para eles na hospedaria” (Lc 2,7), fizeram, em meio aos animais, o berço de Jesus.
Os magos, tomados pela ânsia do aprender, vão ao encontro da Estrela, não vista como sinaleiro do divino, mas guia para a verdadeira Luz, e assim conhecem a Sabedoria de Deus. Esse encontro muda suas perspectivas, suas conjecturas, seus saberes e até a própria vida. Ao oferecerem presentes, eles que são presenteados pela Luz do Senhor. De mestres das ciências astronômicas, tornam-se discípulos do Senhor. O discipulado gera conversão, e traz mudanças nos caminhos antes estabelecidos, pois os mesmos magos não voltaram pelo mesmo caminho, mas abertos à vontade do Senhor, mudam seus caminhos, desviando dos poderosos e soberbos (Cf. Mt 2,12). Saciados pela Sabedoria, os magos saem como discípulos encantados pelo encontro.
Assim também os pastores vivem a missão e anunciam Jesus, o Deus encarnado. Os anjos, mensageiros do Senhor, anunciam aos mais pobres e marginalizados uma Boa Notícia – nasceu o Salvador! Os pastores acolhem essa mensagem e vão ao encontro do Menino Deus, nascido junto aos pobres. E eles compartilham suas vidas, suas histórias com o Senhor da História, o Alfa e o Ômega. Neste momento em que contemplam o Emanuel, surge a necessidade do anúncio, de não guardar a Boa Nova para si. Maravilhados, espalham que o Salvador se fez homem, nascido em pobreza, numa manjedoura (Lc 2,18).
Diante de tão belos exemplos de acolhida, aprendizagem e missão, tendo Jesus como centro, é preciso mais uma vez voltar-se ao presépio com um olhar cheio de esperança no Reino de Deus. Ao contemplarmos o Nascimento de Jesus, “iluminados pela fé e pela esperança, somos convocados a renovar-nos na caridade que nos impulsiona à acolhida e à missão” (Constituição Sinodal, 23). Feliz e santo Natal!
Texto de Glauber Machado e Jerry Adriano Villanova Chacon