Hoje, a Bem-aventurada Albertina Berkenbrock completaria 100 anos; menina que tempos depois se tornaria a primeira mártir do Brasil, beatificada em 2007 pelo Papa Bento XVI, chamada por muitos de “Maria Goretti brasileira”.
“Morreu para defender os valores do Evangelho, o valor da castidade, o valor da caridade, o amor à Eucaristia que ela tinha. Ela mesma disse ‘Deus não quer que eu peque’, e morreu dizendo isso. Ela mesma disse: ‘A primeira comunhão foi o dia mais importante da minha vida’”, declarou em vídeo publicado nas redes sociais Pe. Sérgio Jeremias de Souza, vice-postulador da causa de canonização, da Diocese de Tubarão (SC).
O sacerdote ressaltou ainda que “nossos jovens precisam de modelos, nossos doentes precisam de intercessores. O Brasil precisa de muitos santos. A nossa jovem mártir Beata Albertina, nesse centenário do seu nascimento, interceda por você”.
Albertina Berkenbrock nasceu em 11 de abril de 1919, em Imaruí (SC). Filha de agricultores, recebeu desde cedo uma formação católica. Aprendeu ainda pequena as orações e rezava com bastante alegria. Participava da vida religiosa de sua comunidade e preparou-se com grandeza de coração para receber a Primeira Comunhão.
Confessava-se com frequência e sempre participava da Eucaristia, da qual gostava de falar. A menina cultivou especial devoção a Nossa Senhora e rezava com intensidade o rosário. Também cultivou devoção ao padroeiro de sua comunidade, São Luís, o que é visto como uma “coincidência providencial”, já que ele é modelo de uma juventude levada com pureza espiritual e corporal.
Foi no dia 15 de junho de 1931 que Albertina, aos 12 anos, deu o seu grande testemunho, perdendo a vida para preservar a sua pureza espiritual e corporal. Naquele dia, obedecendo um pedido de seu pai, a menina foi procurar um animal que estava perdido. No caminho, encontrou seu malfeitor, apelidado “Maneco Palhoça”.
A jovem perguntou a ele se sabia onde estava o animal que procurava e o homem lhe indicou uma pista falsa, enviando a menina para o local onde tentou violentá-la. Albertina não se deixou subjugar. Resistiu bravamente e não cedeu.
Derrubada ao chão, a moça se cobriu o máximo que pôde com seu vestido e Maneco, sem conseguir derrotá-la, afundou um canivete em seu pescoço, degolando Albertina. Conforme ressalta o site dedicado à beata, a partir deste momento, “seu corpo está manchado de sangue… Sua pureza e virgindade, porém, estão intactas”.
O homem ainda escondeu o canivete e foi avisar aos familiares da menina que ela tinha sido assassinada, mas desviou-se de possíveis acusações dizendo que outro indivíduo era o culpado.
Jurando inocência, um homem chamado João Cândido chegou a ser preso, acusado injustamente. Entretanto, Maneco não conseguiu esconder por muito tempo seu crime. Segundo consta, o assassino não parava de ir e vir na sala do velório e, ao aproximar-se do caixão, a ferida no pescoço de Albertina começou a sangrar novamente.
Foi então que o prefeito da cidade mandou soltar João Cândido e, com ele, pegou um crucifixo na capela. Os dois seguiram até o velório e a cruz foi colocada sobre o peito da menina morta. Ali, João se ajoelhou e, com as mãos no crucifixo, jurou ser inocente. Conforme os relatos, naquele momento a ferida parou de sangrar.
A essa altura, Maneco Palhoça havia fugido, mas foi preso posteriormente. Ele confessou o crime e deixou claro que Albertina não cedeu à sua intenção de manter relações sexuais com ela porque não queria pecar.
A fama de martírio logo começou a circular entre a população local, pessoas que conheciam a vida de Albertina, sua educação cristã, seu amor à família e ao próximo, bem como seu bom comportamento, piedade e caridade.
Relembre a matéria publicada no site da Diocese de Santo André, em janeiro deste ano: https://diocesesa.org.br/2019/
* Informações de ACI Digital