Diocese de Santo André

Curso traz orientações sobre celebrações com valores da cultura-afro brasileira

Com o objetivo de aprofundar a introdução e celebrar com os valores da Cultura Afro-Brasileira, em conformidade com o Rito Romano Latino, a Pastoral Afro-Brasileira da Diocese de Santo André realizou na manhã de sábado (1º/06), o 1º módulo do Curso de Liturgia  no auditório Dom Jorge Marcos de Oliveira do Edifício Santo André Apóstolo.
A atividade reuniu agentes envolvidos com o trabalho da Pastoral Afro nas paróquias e comunidades da região do Grande ABC, além de interessados em conhecer a celebração da eucaristia com adaptações dos valores da cultura afro-brasileira. A coordenadora diocesana, Terezinha de Jesus, além de representantes das dioceses de Osasco, como o padre Luiz Omar, e São Miguel Paulista também prestigiaram o encontro. Antes do início do 1º módulo do aprendizado, os participantes se confraternizaram num café da manhã, seguido da oração inicial, leitura do evangelho e canto celebrativo. Ao final do evento, cada pessoa escreveu uma palavra que simbolizou todo o encontro, em folhas que preencheriam uma árvore no palco.

O 2º Módulo do Curso de Liturgia Afro acontecerá no dia 24 de agosto, também no auditório da Cúria Diocesana.

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Inculturação

Ministrado pelo assessor diocesano da Pastoral Afro-Brasileira e mestre em Ciências da Religião pela UMESP (Universidade Metodista de São Paulo), padre Edmar Antonio de Jesus, o curso foi bem esclarecedor em relação às celebrações com os valores das culturas afro-brasileiras, notando-se maior consciência sobre a realidade afro. Uma realidade especial e nova é facilmente observada no âmbito da liturgia. As celebrações a caminho da inculturação em meios afro-brasileiros tem encantado por sua dinâmica, beleza e fidelidade aos sagrados mistérios celebrados. Vale ressaltar que inculturação significa aquele processo permanente em que o Evangelho é levado a falar em determinada situação sociopolítica e religioso-cultural, de tal forma que ele não só se expresse com elementos dessa situação – por exemplo, na liturgia e na doutrina –, mas vem a se tornar sua força de inspiração, determinação e transformação.
“E entendendo melhor a liturgia, de acordo com aquilo que é orientação da Igreja, tendo como referência o documento Sacrosanctum Concilium, a partir dele pensamos então uma liturgia dentro do rito latino, romano, com elementos da cultura afro-brasileira, ao esclarecer para as pessoas o que é permitido de acordo com as orientações da Igreja”, avalia Pe. Edmar.
Neste sentido, celebrações eucarísticas, batizados, matrimônios, ordenações, votos religiosos e bênção tem sido ocasiões importantes para a prática da inculturação da liturgia tão estimulada pela Igreja, pois ela incide sobre a vida comunitária e ministerial, sobre a formação e reflexão teológica e as celebrações litúrgicas.
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Orientações para missa

Em se tratando de missa, tais celebrações são realizadas segundo o que sugere o Vaticano II (SC 37 a 40), que vê como urgente necessidade verificar e atualizar as diversas formas de celebração litúrgica e de comunicação da Palavra, buscando formulações adequadas à rápida evolução das mentalidades e da cultura.
“Sendo estabelecido pela autoridade eclesiástica, dos ritos iniciais com as liturgias da Palavra e Eucarística, e os ritos finais, o correto é se chamar missa inculturada ou Missa Animada pela Pastoral Afro”, revela.

A celebração com valores da cultura afro-brasileira não é uma ação litúrgica com elementos do folclore, ou seja, ritos e símbolos desligados da realidade. Ao contrário. É celebração da vida, da esperança e do clamor do povo negro sofrido e daqueles que padecem das mesmas penúrias.
Algumas iniciativas permitidas são: uso de atabaque; vestes como resgate do sentido da festa e da alegria; símbolos que lembrem o que é valor para o povo negro; resgate da memória dos ancestrais que dá o sentido da comunhão dos santos; elementos da natureza e ornamentação do espaço litúrgico celebrativo; além da dança, desde que seja executada com sobriedade, dignidade, harmonia e simplicidade com a assembleia, nos momentos propícios, como a procissão de entrada e o ofertório.

“Neste sentido, o curso abriu bastante o horizonte e as pessoas saíram com a proposta de quando chegar em sua diocese e sua comunidade, fazer uma reflexão daquilo que foi apresentado”, conclui.

Já na celebração ecumênica, as lideranças e fiéis de várias denominações religiosas que tem por referência Jesus Cristo como o Senhor devem ser convidadas, mas o local do encontro precisa ser um espaço neutro. Atos e diálogos inter-religiosos também devem ser promovidos com o objetivo de respeitar as diferentes religiões e unir as pessoas na luta contra a intolerância e pregar a paz na sociedade. O local também deve ser neutro.
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Concílio Vaticano II

Para contextualizar o assunto com os tempos atuais, o curso relembrou durante a abertura o Concílio Vaticano II, que teve início no dia 11 de outubro de 1962, cuja finalidade pastoral proclamada pelo Papa São João XXIII, sendo um texto de fundamental importância e que de fato exerceu profunda e decisiva influência na redação de todos os documentos conciliares.

Em seguida, Pe. Edmar destacou a reforma litúrgica. Na constituição sobre a sagrada liturgia (Sacrosanctum Concilium), o primeiro documento aprovado pelo Vaticano II diz: “A Santa Mãe Igreja deseja fazer cuidadosa reforma geral da liturgia” (SC 21). Tal reforma inseria-se na finalidade pastoral do concílio “de adaptar melhor as exigências do nosso tempo as exigências sujeitas a mudança” (SC 21). Os princípios gerais da reforma gozam ainda de especial dignidade às práticas religiosas das Igrejas particulares (dioceses), que celebram por ordem dos bispos, conforme os costumes ou livros legitimamente aprovados (SC 13). E para promover uma participação ativa dos fiéis, trata-se de incentivas as aclamações do povo, as respostas, as salmodias, as antífonas e os cânticos, bem como as ações, gestos e o porte do corpo (SC 30).

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