Diocese de Santo André

Em palestra da Campanha da Fraternidade, Dom Pedro reforça protagonismo do povo

Incentivar a participação popular e defender os direitos do cidadão para a construção de uma sociedade mais igualitária. Esses foram um dos pontos altos da palestra proferida pelo bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, na noite de sexta-feira (14/06), durante sessão solene em homenagem à Campanha da Fraternidade de 2019, no Plenário Tereza Delta, na Câmara Municipal de São Bernardo do Campo.

Com o tema “Fraternidade e Políticas Públicas” e o lema “Serás libertado pelo Direito e pela Justiça”, a campanha encabeçada pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) tem o objetivo de estimular a participação em políticas públicas, à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja, para fortalecer a cidadania e o bem comum, sinais de fraternidade, projetando, assim, o presente e o futuro do Brasil, amparado no direito e na justiça, livre das desigualdades que assolam os mais pobres. A iniciativa atinge seu ápice na quaresma, ao promover a reflexão dos fiéis, porém, prossegue com ações durante todo o ano.
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Participação social
No início da apresentação, Dom Pedro chamou a atenção para a reflexão proposta pelo tema da CF, ao destacar o significado e como são construídas as políticas públicas, bem como a relevância da participação da Igreja nos debates deste processo.
“Refletir sobre políticas públicas é importante para entender a maneira pela qual elas atingem a vida cotidiana e o que pode ser feito para que sejam efetivas, além de acompanha-las com uma boa fiscalização, pois só assim são aprimoradas”, ressalta.
Sendo assim, política pública é a ação do governo e a sua relação com as instituições da sociedade, bem como com atores individuais e coletivos que buscam uma solução para determinado desafio.

“Deveria fazer parte do cotidiano do povo acompanhar essas articulações. Não podemos simplesmente delegar isso a alguns e lavar as mãos. Precisamos participar, pois nossa participação é sementeira produtiva para que sempre nasça e cresça para todos o bem comum”, destaca Dom Pedro.
Entre as formas mais comuns de participação estão: audiências públicas, conselhos gestores ou de direitos, conferências, fóruns e reuniões, organizações da sociedade civil e movimentos sociais.
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Pelo bem comum

Dom Pedro também citou mensagem do Papa Francisco que, ao falar da dimensão social da evangelização, insiste no diálogo como caminho concreto para alcançar o bem comum: “A evangelização implica também um caminho de diálogo. Neste momento, existem sobretudo três campos de diálogo onde a Igreja deve estar presente, cumprindo um serviço a favor do pleno desenvolvimento do ser humano e procurando o bem comum: o diálogo com os Estados, com a sociedade – que inclui o diálogo com as culturas e as ciências – e com os outros crentes que não fazem parte da Igreja católica”. (FRANCISCO, 2013, n. 238).

De autoria do vereador Antônio Carlos da Silva, o Toninho da Lanchonete, que sugeriu a solenidade, a iniciativa também rendeu honrarias a representantes de diversas paróquias da região que estiveram presentes no ato. O parlamentar agradeceu o empenho de Dom Pedro na condução dos trabalhos da Igreja Católica no Grande ABC, citou o protagonismo da Diocese nos rumos da sociedade e recordou atuação de Dom Cláudio Hummes, que exerceu o episcopado entre 1975 e 1996, na região.

“Desde a criação da Campanha da Fraternidade (em 1962), a Igreja tem se empenhado na defesa dos direitos do povo. E uma das primeiras pessoas que teve relação com os trabalhadores do ABC foi Dom Cláudio, que acolheu-os num momento difícil como da época da ditadura. Me recordo que ele dizia, do que adianta ter um belo prédio bonito, se não tiver as pessoas para praticar um atendimento humanizado. Daí a importância do cidadão na sociedade”, discursa.
Os padres Paulo Afonso, Leandro Alves Figueiredo e Carlito Dall’Agnese também estiveram presentes na sessão solene.

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Compromisso e participação

Para a integrante da Pastoral Familiar da Paróquia São João Batista (Rudge Ramos), Marilda Gasparini de Souza, 78 anos, as ações da Campanha da Fraternidade não devem ser praticadas apenas durante um determinado período, mas sim permanentemente ao longo dos meses do ano. “O que nós ouvimos aqui nos leva a continuar nossa caminhada e missão. Foi uma esperança que Dom Pedro deixou em cada coração”, reflete Marilda, que atua também na Associação Beneficente ‘Movimento Amor e Trabalho’. Na opinião do também aposentado Domingos Novack, 58 anos, e coordenador de eventos da Paróquia São Maximiliano Maria Kolbe (Riacho Grande), a solenidade ajuda a reforçar o comprometimento dos governantes e legisladores a atender as necessidades da população, por meio da elaboração e propostas de políticas públicas que contemplem os direitos sociais. “É importante mostrarmos também que a Igreja está presente nas discussões e participa ativamente na questão da defesa das melhorias de vida para os cidadãos”, atesta.

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