O mês de junho é tido pela Igreja no Brasil como o mês do dízimo. O dízimo é resultado de uma experiência verdadeira de Deus. As mais tradicionais orações, que se fazem nas comunidades para ofertar o dízimo reconhecem-no não como simples esmola, nem como uma contribuição ou ainda o resto que é a Deus oferecido.
Embora seja bem difundido, ainda hoje muitos cristãos não entendem nem percebem o dízimo como uma fonte de bênçãos e de agradecimento a Deus por tanta coisa. O valor financeiro que o dízimo expressa é irrelevante diante daquilo que ele simboliza. O dízimo é louvor a Deus, que provê a vida dos cristãos, é responsabilidade com a Igreja, que como uma mãe concede a nós tantos dons de Deus, é evangelização, especialmente nos projetos pastorais e no auxílio social que as comunidades prestam.
Isso é expresso pelas quatro dimensões do dízimo, conforme o documento 106 da CNBB, “O dízimo na comunidade de fé: orientações e propostas”, que são: religiosa, eclesial, missionária e caritativa. A primeira tem a ver com a resposta que o cristão dá a Deus ao reconhecer-se agradecido e nunca desamparado, mas sempre sustentado e amado. A segunda está na esfera da responsabilidade, cuidado, zelo e manutenção da Igreja, da qual o fiel faz parte, e aceita, através do dízimo, viver uma vida comunitária. Depois, com a dimensão missionária o dízimo ajuda, conforme o pedido do Papa Francisco, a sermos uma Igreja em saída. E, por fim, a dimensão caritativa do dízimo mostra que os discípulos de Jesus vivem o mandamento do amor, pois cuidam, especialmente dos mais necessitados.
Para melhor inspirar os cristãos na prática do dízimo, nada melhor que uma família relatar sua experiência frutífera do dízimo. Este é o caso da família Gadeas, composta pelos pais Benedito Ramos Gadeas e Maria Aparecida Brandão Gadeas e seus dois filhos, Caroline Maria Gadeas e Raul Victor Gadeas, que participam na paróquia Nossa Senhora Aparecida, no bairro Alves Dias, em São Bernardo do Campo.
“Quando falamos de dízimo, logo nos remetemos ao Evangelho que nos indica a importância de partilhar. Essa é a visão que nossa família tem do dízimo: partilha, ou seja devolver a Deus um pouco do que Ele nos concede. E olha, Ele nos concede muito!O nosso sentimento ao devolver o dízimo é algo inexplicável, pois é um ato de fé, de acreditar que nada nos faltará, de confiança e agradecimento a Deus.”
“O dízimo, para nós, uma maneira de servir com amor, de todo coração. E o fazemos com a mesma alegria de quando, por exemplo, recebemos a comunhão eucarística, pois quando falamos amém, afirmamos que cremos e confiamos na ação e renovação de Deus em nossas vidas. Alimentados pela Eucaristia, nos sentimos responsáveis pela nossa comunidade e nosso dízimo é uma das expressões desse amor.”
“São tantas graças que às vezes não nos damos conta! Em nossa família, quando surgem as dificuldades, num primeiro momento nos sentimos perdidos, mas logo as luzes vão surgindo! É sempre Deus que nos dá essas luzes, através da oração, dos trabalhos pastorais, do amor na família. O dízimo é essa força que nos une ao sabermos que contribuímos todos os meses para a continuação do plano de Deus em nossas vidas, através da Igreja”
“Para nossa família, dar o dízimo vai muito além do que podemos expressar, “afinal é dom de Deus, é presença d’Ele sempre em nossa casa.”