Dia 19 de junho de 2019. Um século de vida. Qualquer semelhança com um livro de biografia não é mera coincidência. A história de Minalda Oliveira Chioatto reserva doses inspiradoras para que nunca se desista dos seus sonhos. Nascida em 1919, na cidade de Bragança Paulista (SP), ela completa nesta quarta-feira (19/06) a marca centenária alcançada por poucos neste mundo. Cem anos de vida.
Devota de Nossa Senhora Aparecida e Santo Antônio, a trajetória dessa senhora remonta aos roteiros de muitos filmes, principalmente com finais felizes. Ela teve um único amor. Namorou Jarbas desde os 14 anos. Casaram-se aos 26. Viveram juntos o matrimônio durante 54 anos. Jarbas faleceu em 1999. No entanto, ela prossegue unida a ele, graças a um intercessor próximo a Deus. Minalda trabalhava como bordadeira, na região central da capital paulista. Jarbas era funcionário da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí. O casal chega a Santo André na década de 1940, se estabelece no Bairro Jardim, e contribui para a construção da Paróquia Santo Antônio da Vila Alpina, na cidade andreense. Ambos nomes estão gravados na pedra fundamental da igreja.
“Quando chegamos aqui a cidade ainda não estava desenvolvida como hoje. Era tudo terra, mato. Percorríamos as casas para arrecadar dinheiro para a compra de tijolos e materiais para levantarmos a igreja. Meu marido fez parte da primeira comissão da igreja. Era um sonho que todos fazíamos parte e se tornou realidade”, recorda a aniversariante, que revela momento inesquecível de sua vida.
“Subimos a pé do Bairro Jardim para cá com a imagem de Santo Antônio para ser introduzida na igreja, com o Frei Anselmo – junto com os freis capuchinhos, um dos fundadores do Educandário Santo Antonio, na Vila Alpina, em 1949. Foi um momento de muita emoção”, frisa.
As três filhas também são devotas de Santo Antônio. Dalva Chioatto, 73 anos, Lirian Chiroatto Orlando, 71 anos, e Isabel Chioatto, 42 anos, e vivenciaram a evolução do município e da paróquia desde a infância.
“Frequentamos a igreja desde o início. É uma segunda casa para nós. E também acompanhamos todo o desenvolvimento do município ao longo destas décadas. Os bairros aqui eram residenciais, arborizados, e hoje o comércio de prestação de serviços cresceu muito”, conta Lirian.
Ela relata que até os tempos atuais, a família conserva gestos tradicionais do Dia do Padroeiro. “Trazemos os pães para serem benzidos e os cortamos em fatias para colocarmos no arroz e no feijão. É uma crença para não faltar o alimento de cada dia”, revela a filha do meio.
No último domingo foi realizado um almoço com familiares e amigos para celebrar a marca centenária de Dona Minalda. A Diocese de Santo André parabeniza a cidadã bragantina, mas andreense de coração, e deseja muita saúde e bençãos de Deus neste aniversário de cem anos de vida.