O V Congresso Missionário de Seminaristas do Regional Sul I da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), que aconteceu entre os dias 27 e 30 de junho, na Diocese de Santos, contou com as presenças de três seminaristas da Diocese de Santo André: Eduardo Coelho (3º ano de teologia), Anderson Martins e Rafael Sepulvene (ambos, no 2º ano de filosofia).
Aproximadamente cem seminaristas e sacerdotes de trinta dioceses do estado de São Paulo e congregações religiosas participaram das atividades, como palestras e momentos de espiritualidade, durante os quatro dias. A missa de abertura foi presidida pelo bispo diocesano anfitrião, Dom Tarcísio Scaramussa, na Catedral de Santos.
O objetivo do Congresso é suscitar e cultivar o espírito missionário nos COMISEs (Conselhos Missionários de Seminaristas), seja sua organização diocesana ou provincial. A fim de que se possa reforçar as bases da experiência de fé, no qual perpassa pelo encontro, anúncio e testemunho, de nosso Senhor Jesus Cristo.
O COMISE esse ano deseja:
– Fomentar e estimular a necessidade da prática missionária;
– Reforçar a importância das dimensões formativas para a prática da atuação missionária em nossa sociedade;
– Animar os seminaristas para a prática da espiritualidade e da fraternidade;
– Estimular os seminaristas para a importância do acompanhamento das mídias e de suas informações, bem como, os acontecimentos que tocam a Igreja;
– Reforçar a identidade cristã.
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Início do Congresso
O V Congresso Missionário dos Seminaristas do Regional Sul 1 teve início com a palavra e acolhimento do bispo da Diocese de Santos, Dom Tarcísio. Logo em seguida, teve como ponto de partida para a reflexão do tema do congresso “E vós, quem dizeis que eu sou? (Mc 8, 29)”.
O reitor do Seminário Arquidiocesano de Aparecida, Pe. Renan Rangel ressaltou sobre o ser missionário e a identidade cristã, conferindo a identidade humana. Dado que, Deus chama homens para seu serviço e pensar em vocação e na ação da graça de Deus, pois Deus não chama “coisas”, mas Deus chama gente, pessoas dispostas a reconhecer os sentimentos e decididas a buscar o eterno em uma sociedade do provisório.
Portanto, se faz necessário um encontro com Deus e fazer Dele o caminho da nossa vida, estando em íntima relação com o Senhor. Não podemos ser moralistas (aqueles que condenam), mas sim aquele que exorta e orienta apontando os caminhos, pois estamos no mundo. Porém, não pertencemos ao mundo.
No segundo momento do dia, a Dra. Raquel (leiga da Diocese de Taubaté) iniciou sua colocação com uma provocação de quem somos nós, uma provocação que nos remete a uma reflexão para responder a pergunta: “E vos quem dizeis que eu sou?”. Sendo assim para responder essa pergunta e com grande complexidade, se faz necessário olharmos para nossa vida e questionarmos como está o nosso testemunho? Como está meu relacionamento com Deus?
Logo para tomar como resposta concreta destas provocações é necessário o autoconhecimento, tendo em vista uma concepção de ser humano que está dentro de nós, e como estou assumindo meu caminho de maturidade, sabendo discernir as emoções que provocam baixa ou alta motivação.
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Segundo dia
O segundo dia do congresso começou a todo vapor com um o Pe. Rodrigo Arnoso inserindo os seminaristas na realidade litúrgica, no qual afirmou que o espaço litúrgico como espaço fundamental para a ação do Espírito Santo, sendo assim pela liturgia fazemos memória, isto é, uma atualização da prefiguração da Santa Ceia, nos aproximando intimamente com o próprio Cristo, pois a liturgia é fonte de espiritualidade para nós, sendo sempre um encontro com Deus.
Logo em seguida. Pe. Lisboa, de forma descontraída contribuiu para uma nova provocação Tu és o Cristo! (Mt 16,13-19), levando todos a perceber que Cristo é o caminho, no qual a Igreja nasce para a missão, pois Cristo é o centro da missão.
Entretanto, o sacerdote ressaltou que não somos discípulos de um homem que viveu em um escritório ou que viveu em púlpito. Porém, somos discípulos de um homem que veio de uma família simples e que aprendeu os trabalhos artesãos com seu pai. Logo, somos enviados a ir em missão por que somos Igreja, pois a Igreja vivencia o mandato missionário de Jesus. Os seminaristas estão impulsionados constantemente a ir em missão, porque o primeiro sinal de vocação compete a ajudar o próximo.
A ação missionária nasce com a necessidade de tornar Jesus conhecido, pois quando encontro Jesus e torno ele como o condutor de minha vida, sinto a necessidade de levar esta experiência para o próximo, porque Cristo é o único mediador entre os homens e Deus.
Existem três tipos de missão: a “ad gente”, respectivas as pessoas e lugares que não conheceram Jesus; as que estão fora das comunidades, sendo a missão do sair, tem também as igrejas estruturadas, que estão presas aos vícios que esvazia a prática de Cristo, o problema do “sempre foi assim”.
Para fechar com chave de ouro a parte da manhã, os seminaristas tiveram a graça de participar da ‘Hora Santa’ em prol da Santificação do Clero, na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em que o momento foi conduzido pelo bispo diocesano (Dom Tarcísio), que fez com que os seminaristas alegrem-se com os momentos que conduzem a perseverança e a oração pela unidade para todas as dioceses, em especial aos bispos e clérigos.
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Terceiro dia
No terceiro dia do Congresso Missionário, os seminaristas do Regional Sul I participaram de palestras que aprofundaram o tema central do encontro. As colocações abordaram o tema da missionariedade, identidade cristã e vivência em comunidade, com o padre José Gerardo (CM), formador do Seminário de Santos, e com o Diácono Luís Carlos Santana, da diocese de Santos.
Neste dia, Dom José Bertanha, bispo emérito de Registro, trouxe sua experiência missionária através de sua fala no período da manhã, como também na celebração eucarística presidida por ele.
Os seminaristas também viveram um momento de experiência missionária e visita às famílias no território paroquial da Catedral e do Monte Serrat. Ao final do dia, houve um momento muito agradável de “Festa Junina”, com a participação e apoio de membros das equipes de Nossa Senhora.
O encerramento aconteceu no domingo.
Informações do seminarista Rafael Sepulvene