Diocese de Santo André

Movimento Eucarístico Jovem: Evangelho, Eucaristia e Missão

O Apostolado da Oração (AO) nasceu Vals-près-le-Puy, na França, no dia 03 de dezembro de 1844, memória litúrgica de São Francisco Xavier, presbítero jesuíta, tendo sido fundado pelo Padre Francisco Xavier Gautrelet, SJ. A inspiração desse presbítero jesuíta foi incentivada pelo pedido dos seminaristas de sua ordem, que eram seus dirigidos espirituais. Esse grupo de jovens estudantes, ouviam os testemunhos dos missionários jesuítas que lhes visitavam e queriam partir logo em missão. Mas como seu processo formativo para o sacerdócio ainda haveria de perdurar por algum tempo, não lhes era possível partir imediatamente em missão. Então seu diretor espiritual, no dia do grande santo missionário jesuíta, lhes propõe que colaborem na missão da Igreja, oferecendo suas vidas cotidianamente nessa intenção.

Essa espiritualidade do Oferecimento diário pelas missões se espalha para fora dos muros do seminário e vai se popularizando. Em 1846 o Padre Francisco apresenta o movimento ao bispo de Le Puy, e este o apresenta ao Papa Pio IX em 1849 que o aprova e lhe concede as primeiras indulgências, e em 1866 aprova seu primeiro estatuto como pia associação de fiéis. Em 1880 o Papa Leão XIII cria a Intenção Geral mensal e em 1896 reforma esse primeiro estatuto. O Papa Pio XI acrescenta a Intenção Missionária em 1929, e em 1951 o Papa Pio XII dá a última versão do primeiro estatuto. O segundo estatuto virá em 1968, inspirado pelo Concílio Vaticano II, dado pelo Papa Paulo VI. As duas intenções mensais, a Geral e a Missionária, permanecem até o ano de 2017, e em 2018 volta a ser apenas uma intenção mensal. O atual estatuto, que seria o terceiro, vem depois de um processo de recriação do AO iniciado em 2010 e foi dado pelo Papa Francisco em 2018, que lhe dá o nome de Rede Mundial de Oração do Papa (RMOP).

O grande responsável pela difusão do AO pela França e fora dela nos seus primórdios foi o Padre Henri Ramière, SJ, que em 1965 chamou as primeiras crianças a participarem desse movimento de espiritualidade, e elas recebem o nome de “cruzados”. Em 15 de outubro de 1885, aos doze anos de idade, entra no AO aquela que depois se tornaria uma de suas padroeiras, Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face. Mas é a partir de 1910 que começa a se delinear dentro do AO um ramo dessa espiritualidade específica para as crianças e os mais jovens. É que nesse ano o Papa Pio X publica o decreto Quam singulari sobre a comunhão das crianças a partir dos sete anos, considerada idade da razão. Nesse decreto o Papa incentiva fortemente que se preparem as crianças a partir dessa idade para receberem a sagrada comunhão. Em 1914 no Congresso Eucarístico Internacional de Lourdes as crianças são fortemente convidadas a comungarem, pedindo ao Senhor a paz ao mundo, dado que começa aquela que será conhecida como a Primeira Guerra Mundial, que só se encerrará em 1918. Por iniciativa do Padre Albert Bessiéres, SJ, e da Irmã Geneviève Boselli, em 13 de novembro de 1915 cria-se o nome Cruzada Eucarística, que é como será chamado agora o grupo de crianças associadas ao AO. É em 1960, cinquenta anos depois daquele decreto do Papa Pio X, que o Papa João XXIII, diante de um grande número de membros da Cruzada Eucarística, usa a expressão movimento eucarístico. E em 1962 é reconhecido oficialmente o nome Movimento Eucarístico Jovem (MEJ).

O atual Manual Internacional do MEJ e sua respectiva versão brasileira publicados em 2018, fruto do processo de recriação do AO e do estatuto da RMOP (Rede Mundial de Oração do Papa), apresenta três pilares para a sua espiritualidade: o Evangelho, a Eucaristia e a Missão. O pilar do Evangelho convida à contemplação para viver ao “estilo de Jesus”, o da Eucaristia a alimentar-se e ser moldado pela vida de Jesus, e o da Missão a colaborar com a missão de Cristo a serviço das necessidades e desafios da humanidade. Sendo o MEJ uma proposta de itinerário de formação para o crescimento humano e espiritual de crianças, adolescentes e jovens dos 10 aos 25 anos, o manual também apresenta uma pedagogia/metodologia, inspirada na espiritualidade de Santo Inácio de Loyola, fundador dos jesuítas. Os fundamentos espirituais dessa pedagogia são quatro: uma pedagogia personalizada, uma pedagogia de comunidade, uma pedagogia apostólica, uma pedagogia de oferecimento. Apresentando assim uma visão formativa integral do ser humano, abrangendo os seus aspectos físico, psicológico, social, afetivo e espiritual.

Cada novo grupo do MEJ pode nascer sem que haja uma grande quantidade de pessoas, um grupo com cinco membros para começar é bastante adequado. É importante notar que o Manual indica que não se deve formar um único grupo com pessoas desde os 10 até os 25 anos, seria inadequado. Então formam-se duas etapas: um primeiro grupo para quem tem de 10 a 16 anos, e um segundo grupo para quem tem de 17 a 25 anos. Depois dessa idade os mejistas são convidados a fazerem parte do grupo do AO de sua paróquia. Cada grupo do MEJ deve ter um coordenador que seja do próprio grupo e que tenha a idade mínima de 16 anos, ele será assessorado por um adulto do AO da paróquia que em hipótese alguma será um empecilho em sua coordenação, mas um suporte. Recomenda-se que o grupo se encontre no mínimo a cada quinze dias, tanto para criar vínculo entre os membros, quanto para criar um processo contínuo de formação humana e espiritual, que é o propósito do movimento. Respeitados os pilares da espiritualidade e da pedagogia/metodologia indicados no Manual, cada coordenador é livre para organizar os encontros de seu grupo, podendo contar com o auxílio do seu assessor adulto do AO. O importante é que o coordenador do grupo tenha a disponibilidade e criatividade de propor encontros atrativos, dado que estamos falando de jovens em um mundo dominado por tecnologias.

“O MEJ quer formar jovens com uma profunda amizade com Jesus a serviço da missão da Igreja, comprometidos no serviço da justiça, especialmente de seus irmãos e irmãs mais empobrecidos. O MEJ tem suas raízes na Eucaristia celebrada e vivida, e nos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola” (Missão e Visão).

* Artigo por Rafael Ferreira de Melo Brito da Silva,

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