O dia 23 de novembro de 2019 certamente ficará gravado na memória de cerca de 20 mil fiéis que compareceram à Cerimônia de Beatificação do venerável servo de Deus, Padre Donizetti Tavares de Lima, na cidade de Tambaú, no interior do estado de São Paulo. A missa, que ocorreu das 9h às 11h30, foi celebrada pelo prefeito da Congregação das Causas dos Santos, o cardeal Angelo Becciu, a pedido do Papa Francisco, e teve a brilhante participação do Coral Diocesano de São João da Boa Vista. O bispo da Diocese de São João Boa Vista, Dom Antônio Villar, e o postulador da causa, Dr. Paolo Vilotta, integraram o rito de beatificação, bem como inúmeros bispos e padres.

O milagre

O beato Donizetti nasceu em 1882, em Cássia (MG), e faleceu em 1961, em Tambaú (SP), e ficou conhecido por sua trajetória cercada de relatos milagrosos na cidade paulista. A principal exigência para o decreto de beatificação de um religioso é a constatação de um milagre.Um deles foi reconhecido pela Igreja Católica: o jovem Bruno Henrique Arruda de Oliveira, 13 anos, que teve o pé torto congênito curado pelo padre, participou da cerimônia subindo a rampa rumo ao altar com uma relíquia com um pedaço de osso da mão do padre Donizetti, que será levada para uma capela do Santuário Nossa Senhora Aparecida, localizada na própria cidade. Durante a celebração, a imagem oficial de Padre Donizetti também foi inaugurada para aplausos de milhares de fiéis. Ao final da missa, um helicóptero sobrevoou o local soltando rosas sobre o povo, num desfecho emocionante e inesquecível.

Participação da Diocese

E a Diocese de Santo André esteve lá para participar deste histórico e inesquecível momento. O bispo diocesano Dom Pedro Carlos Cipollini, agradeceu a presença dos fiéis e afirmou que estava muito feliz com o reconhecimento da Igreja Católica ao “homem de fé”  reiterando que “dia após dia, Padre Donizetti sem se cansar dedicou-se aos pobres por amor a Deus e, quando cansado, amava o cansaço por amor aos irmãos”. Da Paróquia São Vicente de Paulo, em Mauá, um ônibus com 50 paroquianos e o pároco William Mariotto Torres partiu de madrugada rumo ao município que receberia milhares de peregrinos e seguidores do Padre Donizetti. Foi uma das primeiras caravanas a chegar ao local antes do amanhecer, mas já sentindo o calor da emoção e, literalmente, do sol forte que se estenderia durante toda a manhã. “Pra mim foi uma honra e uma sensação inexplicável de muita fé e união da nossa pastoral e também a dedicação, carinho, comprometimento do nosso padre. Pra mim, como católica, um orgulho imenso poder participar   da beatificação do Padre Donizete”, descreve Andreia Rodrigues.
“Foi um momento único e de muita benção saber sobre a vida e história desse padre, das graças recebidas pelo intermediário dele. Realmente um momento que vai ficar na memória e em meu coração. Viva Padre Donizetti”, exalta Kleverson Brogiato.
“É um momento único. Fé, amor e a forte presença de Cristo no meio de nós”, complementa Zildinha Conceição.

Patrono da Acolhida

Coordenador diocesano da Pastoral da Acolhida, Renato Lorett destacou que a beatificação do Apóstolo da Acolhida, como é conhecido Padre Donizetti, demonstra um simbolismo muito grande para toda a diocese. “A acolhida é uma das principais prioridades elencadas pelo nosso Sínodo Diocesano e presente no 8º Plano de Pastoral. E o Padre Donizetti é o patrono da nossa Pastoral da Acolhida. Colocar em prática o fruto do Dom do Amor de Deus, o Acolhimento, é mais que um simples gesto empatia ou caridade, é permanecer no caminho seguindo os passos de Jesus Cristo”, avalia. Nascido em Santa Rosa de Viterbo (SP), Carlos Menegati é ministro há 18 anos na Paróquia São Sebastião, em Rio Grande da Serra. Ele relembra de seu batismo, no ano de 1958, pelas mãos sacerdotais do mais novo beato da Igreja Católica “Fico muito feliz de estar aqui, agradecer a Deus e pela intercessão do Padre Donizetti. Tem um primo que conseguiu a cura e benção dele. Sem dúvidas, um merecido reconhecimento”, atesta.