“A salvação e prevenção da jovem desde o amor, respondendo aos desafios de hoje, pondo em prática quantos meios a experiência vá ensinando para o maior bem das jovens” Const. 1882 (236). Assim podemos resumir boa parte da trajetória e do carisma da Congregação das Religiosas da Maria Imaculada, fundada na Espanha e que está presente em nossa região desde o início da década de 1960, quando foram estabelecidos os primeiros contatos para fixar sede no Riacho Grande, em São Bernardo do Campo. Uma bonita história de perseverança e de serviço à Igreja e ao povo de Deus. Em 1964, as irmãs residentes na Casa Provincial do Ipiranga, em São Paulo, começaram a frequentar regularmente o local, com o objetivo de ministrar aulas de catequese aos finais de semana, num barraco que seria construída a igreja, atualmente Paróquia São João Batista.
Dez anos depois, a congregação se estabelece definitivamente no Riacho Grande, ou seja, em 2019 a Fraternidade Maria Imaculada está comemorando 45 anos deste marco de atuação pela formação educacional, na catequese de crianças e jovens, nas visitas domiciliares, serviços pastorais, orientação religiosa nas escolas e aulas curriculares como língua portuguesa e matemática.
Trajetória inspiradora
A formação original da Fraternidade Maria Imaculada contava com sete irmãs. Dessas, três (Madalena, Alda e Placidia) já contemplaram o rosto do Pai e atualmente as quatro remanescentes prosseguem o trabalho na comunidade considerada das ‘irmãs idosas’, como as próprias se autodenominam no bate-papo descontraído com a reportagem da Diocese de Santo André, realizado durante a confraternização com grupo de oração, membros da Comunidade Pe. Pio e a visita ilustre do Pe. Carlito Dall’Agnese, no último dia 10 de dezembro, na sede localizada no Riacho Grande, em São Bernardo.
O brilho nos olhos de cada irmã, que recebeu gentilmente cada pessoa para uma tarde de louvor, abraços e partilha do alimento, expressa a missão pelo acolhimento e serviço.
Nascida na região da Galícia, na Espanha, Dolores Moschera Prieto, 96 anos, é a mais experiente na casa e chegou ao Brasil em plena ditadura militar, no início da década de 1970. Antes, já integrava a Congregação das Religiosas da Maria Imaculada, fundada no século XIX, na Espanha. No país brasileiro, mais especificamente no Riacho Grande, atendeu ao chamado do bispo da Diocese de Santo André, Dom Cláudio Hummes (que esteve à frente da Igreja Católica na região entre 1975 e 1996), para atuarem na Paróquia São João Batista, quando essa estava sem padre. Ela foi vigária da igreja, ao lado da Placídia. Só não celebravam a Santa Missa, nem realizavam confissões. No mais, sempre à disposição dos serviços da igreja.
“Quando entrei na Congregação com 20 anos (em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial), cada dia fiquei mais feliz. Nunca me arrependi da missão. Sempre me senti segura”, afirma Dolores, sobre a sua vocação de ajudar e fazer o bem ao próximo.
Carisma da congregação
Alexandra Barteli, 89 anos, recorda o início da Congregação Religiosa Maria Imaculada, fundada por Santa Vicenta Maria López y Vicuña, em Madri, no dia 11 de junho de 1876, e aprovada no dia 13 de janeiro de 1899 pelo Papa Leão XIII. O carisma da congregação responde a sete características: enamoradas de Jesus Cristo, fraternas, enviadas, apostólicas, orantes, mulheres e eucarística.
“Santa Vicenta fundou a congregação que tivesse o carisma de atender moças jovens, principalmente aquelas que imigravam do interior para a capital da Espanha, a fim de conseguir trabalho. Muitas conseguiam trabalhar como empregadas domésticas. Com o passar do tempo e as mudanças na sociedade, a congregação tratou de abarcar a juventude, dentro de qualquer setor do trabalho”, explica a gaúcha de Porto Alegre, que também está na fraternidade desde o início da década de 1970. “Estou muito feliz, mas com ansiedade para partir na verdadeira vida. Pois essa vida é apenas uma iniciação da verdadeira vida”, confidencia, ao falar de missão cumprida realizada por várias décadas.
Vocações
A vocação de Lourdes Ramos Dlumes, 83 anos, surgiu ainda na infância, pois era uma garota que não ficava um dia sem rezar em seu quarto e pedir as bençãos do ‘Papai do Céu’. Ela viveu em Zaragoza, na Espanha, até 1959, quando fez os primeiros votos para o noviciado, e logo depois permaneceu 11 anos em Madri, até receber um chamado da madre superiora para missão no Brasil. Chegou em São Paulo, no ano de 1971, e logo depois integrou a fraternidade das irmãs no Riacho Grande. “Desde pequena senti o meu coração ser tocada por Deus para acolher esse chamado”, relembra. Nascida na cidade de Serro, em Minas Gerais, Marta Maria da Costa, 78 anos, também sentiu a vocação desde cedo. Chegou em 1959 ao Colégio Maria Imaculada, na Alameda Itú, em São Paulo, para iniciar os estudos religiosos e o noviciado, logo após no Ipiranga. “Deus envia os sinais. Basta estarmos atentos para sabermos a nossa missão”, destaca.
Conheça a obra!
Quem sentir o coração tocado pode contribuir com a obra através de um relacionamento de amor e respeito fraterno. A Fraternidade Maria Imaculada está localizada na Estrada Rio Acima, 1.253 – Riacho Grande, em São Bernardo. Mais informações para conhecer esse belo trabalho no telefone: 4354-0296.