Bispo diocesano exaltou papel das famílias de fé, durante visita pastoral realizada na capela que comemorou quatro décadas de caminhada, em São Bernardo
“A família é o santuário da vida”. Citando frase do São Papa João Paulo II, o bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, propôs uma reflexão sobre o papel da família na atual sociedade durante mais uma das inúmeras visitas pastorais realizadas ao longo de 2019, desta vez numa ocasião especial, na celebração das quatro décadas de caminhada da comunidade na Capela Nossa Senhora Aparecida da Paróquia São Pedro e São Paulo Apóstolos, na Vila Esperança, na Região Pastoral São Bernardo – Centro.
O encontro de sábado (28/12) teve a missa presidida pelo bispo e concelebrada pelo Pe. José Carlos da Silva, o Pe. Zeca, e pelo diácono Marcelo Cavinato.
“A comunidade é família de Jesus, família da fé, na qual você entra nascendo pelo batismo. E é na comunidade de fé que nossa família se alimenta, para viver tudo isso que a Palavra de Deus nos ensina, que essa comunidade possa perseverar sempre, viva , dinâmica e participativa”, ressalta o bispo, ao agradecer a acolhida das 120 pessoas presentes na celebração, aos movimentos e pastorais, bem como ao grupo de jovens, que animou a missa, e reforçando importância da comunidade ser uma grande família no dia a dia.
“Cada vez mais esse tema é importante. Nós vivemos numa época de muito individualismo. Cada um por si. Mas e a família, onde entra? Muitos dizem que família já era. A mentalidade do mundo pode ser assim. Mas para quem tem fé, não. Lendo a bíblia nós percebemos que a família é um projeto de Deus, invenção de Deus. E quando Deus enviou seu filho ao mundo, Ele quis que seu Filho nascesse numa família”, enfatiza Dom Pedro, ao elucidar que não podemos ser como a família de Herodes, que distribui a morte, mas sim como a família de Nazaré, que traz paz, amor e compreensão, ao exercitar a paciência, perdão e tolerância.
O bispo iniciou as visitas pastorais em 2016, objetivando conhecer as diferentes realidades da diocese e dialogar com os fiéis das paróquias e capelas. “Dom Pedro tem esse carinho, de estar sempre atento ao chamado dos padres e das comunidades. Em nome da comunidade e das pastorais, agradecemos seu pastoreio”, frisa Pe. Zeca.
No ofertório, fiéis percorreram o corredor central com pequenas pedras, um terço e uma sandália, representando a história da construção, de fé e da caminhada de humildade da comunidade. Ao final da missa, confraternização com bolo, salgados e refrigerante ocorreu no salão da capela.
Sobre a comunidade
Reformada há três anos, a Capela Nossa Senhora Aparecida completou quatro décadas de história. O espaço precisou ser ampliado para acomodar mais fiéis. As celebrações são realizadas todos os sábados, às 19h30.
Moradora há 48 anos na Vila São Pedro, a aposentada Josefa Emidio da Silva, 69 anos, participa desde o início a comunidade, presenciando os primeiros tijolos colocados no local. “Aqui era um barraquinho. Matagal por todo lado”, recorda.
“Significa muito participar da missa e guardar a palavra. Não sei ler, mas sinto no coração. Deus é muito bom”, afirma a viúva há 30 anos, mãe de seis filhos, com 12 netos e 2 bisnetos.
A estudante de engenharia de materiais, Bruna de Queiroz Alves, 23 anos, está na comunidade desde dez anos da idade. Ela diz que a igreja na Vila Esperança se tornou um símbolo do bairro, já que a maioria das pessoas acompanharam a evolução da capela. “Aqui é a minha segunda casa. Porque é uma comunidade muito família”, endossa a jovem, ao confirmar que muitas amizades são construídas no local. Atualmente, o grupo de jovens Anjos de Maria conta com a frequência de 25 a 30 jovens.