Diocese de Santo André

“Não estou eu aqui, que sou tua Mãe?”

Hoje a igreja celebra com grande alegria a festa de Nossa Senhora de Guadalupe, Maria que com pele morena e olhos ternos volve seu olhar para nosso continente trazendo uma mensagem de esperança que se faz atual até hoje.

Há cerca de 5 séculos, a Virgem dirigia suas palavras ao pequeno e piedoso índio Juan Diego, nas colinas de Tepeyac, perto da capital do México, pedindo que naquele lugar fosse construído uma pequena capela em sua honra.

Com o desejo de ser ainda mais próxima, de aproximar e reconciliar o povo indígena aos espanhóis, a Mãe se faz índia em sua imagem milagrosa que viria a aparecer em meio as rosas no manto de Juan Diego, trazendo sua presença terna e marcante para aquele povo que sofria.
Presença marcante em nosso continente e em nossa Diocese, onde temos duas paróquias com seu título e que também é marcada pela presença de povos indígenas. Uma realidade que passa despercebida aos nossos olhos, um povo que se faz invisível a muitos. É estimado que o Grande ABC tenha uma população de cerca de 8 mil indígenas em contexto urbano, sendo de 33 diferentes etnias.

Pessoas comuns que passam diariamente por nossas vidas e que estão presentes nas 7 cidades do Grande ABC, nas empresas, escolas, em nossas paróquias e pastorais. Uma diversidade de povos como os Pankará, Pipipã, Kapinawa, Kaimbé, que muitas vezes, por medo do preconceito, não mostram suas raízes guardando em si o tesouro escondido de sua cultura e história.

Maria vem nos libertar com sua pele, mostrando com sua maternal ação e proximidade que essas realidades não estão distantes de nós, lembrando-nos sem cessar que a fé e seu filho amado não é propriedade de ninguém, mas que é um dom de amor do próprio Deus que deve ser partilhado com todos. Hoje, ela nos envia mais uma vez como a Juanito, nos pedindo a construção de novos santuários para seu Filho, sendo presença junto aos que sofrem, são esquecidos e que são perseguidos, acolhendo a todos como ela nos acolhe, com seu terno amor de Mãe. Porque Deus não escolheu apenas alguns, mas “deseja que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade”(1Tm 2, 4).

Hoje o Papa Francisco enquanto celebrava a Missa no Vaticano nos fez mergulhar nesse dom que é a presença da Virgem de Guadalupe que continua próxima, “Caminhou ao Tepeyac para acompanhar Juan Diego e continua caminhando no Continente quando, por meio de uma imagem ou estampa, de uma vela ou de uma medalha, de um Terço ou Ave-Maria, entra numa casa, na cela de um cárcere, na sala de um hospital, num albergue de anciãos, numa escola, numa clínica de reabilitação… para dizer: ‘Não estou eu aqui, que sou tua mãe?’”.

Que nesse dia de maneira especial possamos rezar pedindo a especial proteção de Nossa Senhora de Guadalupe pela América Latina, por nossa Diocese e sobretudo pela união e conversão de todos os povos. Que a Virgem nos conceda a graça de olhar a todos como irmãos, e recordar-nos que não nos deixa só… Mas que está presente, pois é nossa Mãe!

*Artigo por Felipe Ribeiro
Colaboraram para este artigo, Pe. Ryan Matthew Holke, Vigário Episcopal para Caridade Social e Marcos Aguiar, representante do COMIDI de São Caetano do Sul

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