Diocese de Santo André

Irmãs Franciscanas de Cristo Rei: caridade inspirada por Deus

Dia de espiritualidade e formação num ambiente de tranquilidade e contemplação à natureza. “Deus ama os pobres. E ama quem ama os pobres”. Assim, o bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, esteve reunido no sábado (11/01) com as Irmãs Franciscanas de Cristo Rei para um Encontro Formativo sobre os caminhos da evangelização no mundo atual e os desafios de superar o pecado e promover a caridade na sociedade.

Após a celebração da missa ocorrida na capela da casa provincial, em Rio Grande da Serra, Dom Pedro iniciou a primeira parte da exposição baseada na parábola do Bom Samaritano e no tema da Campanha da Fraternidade de 2020 “Fraternidade e vida: dom e compromisso” com o lema “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10, 33-34). “Franciscanas de Cristo Rei. Eu diria, na minha interpretação, Franciscanas de Cristo do Reino. Cristo e do seu reinado. A gente só entende a junção de franciscano com reino, referente ao Reino de Deus. Vocês cuidam das crianças, dos pobres, dos idosos, ou seja, uma vida de cuidados. Então, a vida como dom de Deus. Compromisso para quem tem a vida e compromisso de todos para manter a vida. ‘Eu vim para que todos tenham vida e vida plenamente (Jo 10, 10)”, reflete Dom Pedro.

O encontro também fez parte da Assembleia das Irmãs Franciscanas de Cristo Rei, que ocorre anualmente em janeiro e reúne representantes de diversas regiões do país. “A delegação tem esse propósito de reunir todas a irmãs de diversas realidades neste período do ano para fazer uma reflexão, aprofundamento, encontro formativo, avaliação da caminhada e elaboração do plano de trabalho para o vigente ano”, conta a responsável pela Casa do Noviciado, Irmã Lenir Tressoldi, 54 anos, que completou recentemente 35 anos de congregação religiosa.
Pároco da Paróquia São Sebastião, Pe. Rogério Duarte Irmão, e o Diácono Vágner Monteiro da Silva, o Vavá, também participaram do almoço no encontro.

Inspirações do Papa

As meditações também tiveram como fonte de inspiração trechos da homilia do Papa Francisco realizada em sua viagem a Tóquio, no dia 25 de novembro de 2019: a primeira parte trata do ‘pecado social’ e a segunda do ‘pecado de raiz’. O bispo diocesano comentou sobre as barreiras para se praticar o bem, citando obstáculos como uma sociedade muitas vezes desumanizada, individualista e despreocupada com os mais pobres. Segundo Dom Pedro, é preciso praticar o mandamento do amor e retomar o espírito de coletividade. “Quando Deus criou o ser humano, Ele não criou no pecado. Criou na graça, na amizade com Ele. Então existe uma graça original, um desejo de ser bom original. Mas tudo isso é encoberto por um tsunami de lama que nos impede de sermos aquilo que Deus projetou para nós. O pecado está numa atitude de vida onde você não orienta a tua vida para o amor relacional com o outro, com Deus, com a natureza, tendo a preservação da vida como a maior homenagem a Deus”, explica.
Após intervalo para café, Dom Pedro iniciou a segunda parte comentando sobre a necessidade de praticar o serviço de cuidar do próximo. “O que nos impede de cuidar? De ser um bom samaritano? Para Deus, o amor se mede com atos, e não com discursos”, cita o bispo, ao comentar frase do Apóstolo Paulo “Eu quero fazer o bem, mas faço o mal que não quero” (Rm 7, 19). “Há uma contradição dentro de nós que nos impede de vivenciar o bom samaritano. Quando essa força vital ‘de praticar o bem’ permanece bloqueada, o ser humano perde a direção, seca a criatividade e o gosto por viver”, elucida. Para Dom Pedro, o caminho para romper as barreiras da individualidade e do narcisismo é vivenciar o bom samaritano e buscar incessantemente o trabalho em grupo, deixando fluir o sentimento de compaixão ao próximo.

Sobre as Irmãs Franciscanas
Em 1459, no século XV em Veneza, Maria Benedita Carinhano e Maria Angélica Canal instituíram a fraternidade de vida em comum das Terceiras franciscanas de São Francisco da Vigna. Despertadas pelo Espírito de Deus, estas jovens franciscanas concretizam numa vida simples e fraterna, numa vida de piedade, humildade e paciência, ações de acolhida e instrução as jovens e senhoras idosas e necessitadas. A partir de 1878, jovens terceiras franciscanas retomaram a congregação.

Em 1963, vieram para o Brasil as Irmãs Paola Ferrari e Luiza Penso, enfim, os campos missionários foram se abrindo e continuam abertos para vida e missão. Atualmente, a ordem está presente no Estado de São Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso e Bahia, além de Guiné Bissau, na África, na Albânia e na Itália. Em Rio Grande da Serra, as Irmãs Franciscanas de Cristo Rei chegaram em 1973. Começaram o trabalho de evangelização na vila que era habitada por poucas famílias. Inauguraram uma escola de educação infantil. Atualmente, o Centro Educacional Cristo Rei atende 150 crianças, de 2 a 5 anos, realizando um trabalho paralelo com as famílias. A congregação também conta com o Centro Social Cristo Rei, que celebrou recentemente 40 anos de serviço, e atende cerca de 80 crianças e adolescentes, entre 7 e 15 anos, além do atendimento aos idosos, em parceria com a Paróquia São Sebastião, e cursos profissionalizantes para mulheres. “Buscamos todos os dias sermos uma presença de cuidado, de serviço onde for necessário. E com muita alegria pedimos para as famílias rezarem a acreditarem nas vocações”, exemplifica Irmã Ivone Lourdes Fritzen, 58 anos, há mais de 40 anos na congregação religiosa.

Compartilhe:

Mensagem do Bispo Dom Pedro Carlos Cipollini para a Diocese de Santo André

Dom Pedro Carlos Cipollini celebra 9 Anos na Diocese de Santo André

Homilia, Missa do Jubileu Diocesano 70 Anos da criação da Diocese de Santo André

Ginásio lotado com mais de 7 mil pessoas marca celebração dos 70 anos da Diocese de Santo André

Catedral diocesana celebra sua padroeira

Padre Toninho assume nova missão na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora

Jovens Sarados comemoram 15 anos com missa presidida pelo bispo diocesano

ENCONTRO CHEGA AO FIM COM REFLEXÃO SOBRE PERSPECTIVAS PARA A AÇÃO EVANGELIZADORA DA IGREJA NO BRASIL

PARTICIPANTES DE ENCONTRO DESTACAM PROPOSTA DE SINODALIDADE NA AÇÃO PASTORAL DA IGREJA

“O COORDENADOR DE PASTORAL É UM MEDIADOR DA GRAÇA DE DEUS E PROMOVE A COOPERAÇÃO NA COMUNIDADE”, DISSE NÚNCIO APOSTÓLICO