Diocese de Santo André

Padre Mario: da missão na Faixa de Gaza aos desafios no ABC

Durante sete anos (2012 a 2019), Pe. Mario da Silva, 39 anos, realizou trabalho missionário em Gaza, na única paróquia existente ali, a Sagrada Família, na cidade palestina localizada na Faixa de Gaza. Um local de antigos e intensos conflitos. Mesmo diante desse cenário, Pe. Mario disse na reportagem divulgada em 25 de novembro de 2019 pela TV 2000 (emissora italiana), que “a pior coisa que vi aqui não foi a guerra, mas acho que a situação atual, onde as pessoas não têm esperança no futuro. Acho que isso é o pior.”

Ao longo desses anos, o sacerdote do Instituto do Verbo Encarnado promoveu uma grande ação social e evangelizadora em meio aos tantos obstáculos econômicos, altos índices de desemprego, ausência de serviços básicos e falta de perspectiva para muitas pessoas.

E no ano passado sentiu no coração o chamado para retornar ao Brasil e trabalhar numa diocese que necessitaria de seus serviços. Por meio do amigo Pe. José Osvaldo (administrador paroquial da Paróquia Santo Antônio, em São Bernardo), descobriu que a Diocese de Santo André precisava de padres e numa conversa com o bispo diocesano Dom Pedro Carlos Cipollini acertou a sua chegada ao Grande ABC, mais precisamente para atuar na Quase-Paróquia Nossa Senhora de Fátima, na Vila Suely, em Ribeirão Pires.

A missa de apresentação do sacerdote à comunidade aconteceu no dia 29 de dezembro de 2019.

Confira a entrevista exclusiva de Pe. Mario da Silva concedida à reportagem da Diocese de Santo André:

Apresentação

Nome Completo: Mario Alessio da Silva Ferreira

Data de nascimento: 13 de abril de 1979

Cidade natal: Pedro II (PI)

Ingresso no Seminário: ano de 1998, no noviciado da Congregação do Instituto do Verbo Encarnado. Foi para a Argentina, onde fez toda a formação. Em seguida, para a Itália, onde fez pós-graduação e mestrado.

Ordenação sacerdotal: 7 de setembro de 2005

 

Quando e como surgiu a vocação em sua vida?

Senti a minha vocação quando os padres do Instituto do Verbo Encarnado assumiram a paróquia onde eu estava. Também no seio da minha família, uma família muito cristã. Dois irmãos entraram no noviciado antes que eu, e ao final do ano de 1998 também decidi entrar no noviciado. Ao final, meus dois irmãos saíram da vida religiosa e consagrada. Formaram família e eu continuei o caminho.

Devo a minha vocação ao contato direto com os padres do Instituto do Verbo Encarnado, com quem comecei a ter boa amizade sacerdotal. Depois começamos a participar nas adorações, na reza do terço que realizávamos na paróquia e com grande atividade paroquial, principalmente entre os jovens, assim foram surgindo diversas vocações através da pregação de retiros e outras atividades. E nesse ambiente também surgiu a minha vocação sacerdotal.

Quais paróquias, locais e missões atuou enquanto sacerdote?

Como sacerdote estive em Roma terminando os meus estudos. De lá, enviaram-me para ajudar numa paróquia, na Catedral Velletri-Segni, também na Itália, durante o período aproximado de quatro anos. Depois fui transferido para o seminário, no Brasil, onde eu era formador e diretor espiritual. E também me ofereceram uma paróquia em Santo Amaro, na região de Parelheiros, onde fui pároco por dois anos. Logo após, enviaram-me para a Casa Geral do Instituto, em Roma, também por dois anos, e nos últimos sete anos estive missionando na Faixa de Gaza, na única paróquia existente naquela região, única igreja católica existente ali. Fiz um trabalho como pároco, um trabalho muito espiritual como em qualquer paróquia, e especialmente um grande trabalho social, também.

Como recebeu o chamado para atuar na região do Grande ABC? Já conhecia a Diocese?

No ano passado senti o desejo de fazer uma experiência de vida diocesana e comecei a procurar dioceses aqui no Brasil. O mais natural seria que eu fosse para minha diocese de origem, Santo Amaro, onde eu cresci durante toda minha vida, mas eu queria ajudar as dioceses que tivessem com falta de sacerdotes

Por isso, ao procurar algumas dioceses, surgiu a Diocese de Santo André, através de um grande amigo, o Pe. Osvaldo (administrador paroquial da Paróquia Santo Antônio, em São Bernardo). Observei que a diocese precisava, pois tinha algumas paróquias sem padres. Então, conversei com Dom Pedro (Carlos Cipollini) e ele me aceitou muito bem, o qual agradeço.

Quais as expectativas e desafios para esse ano de 2020, na Quase-Paróquia?

A Quase-Paróquia Nossa Senhora de Fátima está começando. E tudo no começo tem muitas dificuldades. É uma Quase-Paróquia relativamente humilde, sem muitas condições materiais e tudo para começar ainda. Quando cheguei aqui, não tinha casa paroquial. Estamos tratando de um lugar para ficar e também outras coisas necessárias para a Quase-Paróquia.

Como avalia a acolhida dos fiéis?

A acolhida das pessoas foi fantástica. Me mostraram muito que necessitavam realmente de um sacerdote. Estavam há alguns meses sem um padre e rezavam constantemente para que Deus enviasse um sacerdote ali. E a acolhida atingiu todas as expectativas.

Quais as prioridades identificadas neste início de trabalho?

A prioridade, ao menos agora nestas três semanas que me encontro na Quase-Paróquia, é começar urgentemente um apostolado com os jovens e também a pastoral com as crianças, porque eu vi que a Quase-Paróquia tem potencial muito grande. Porém, poucos são os jovens que participam das atividades da igreja.

Aos poucos incrementar as atividades com as famílias, os scouts (escoteiros), o oratório. Essas foram as primeiras prioridades identificadas.

Também organizar as pastorais, que já estão trabalhando muito bem, graças ao diácono Luciano, que fez um lindo trabalho. Agradeço a ele, que esteve à frente da Quase-Paróquia nestes últimos meses e me entregou muito bem a Quase-Paróquia.

Agradeço também a Dom Pedro por ter me recebido e me acolhido nesta Quase-Paróquia, bem como os padres da Região Ribeirão Pires-Rio Grande da Serra, o Pe. Clemilson que me acolheu em sua casa, ao Pe. Rogerinho, que sempre foi muito cordial comigo e sempre disponível para tudo aquilo que eu precisasse.

 

Fotos: Bárbara, agente da Pascom Quase-Paróquia Nossa Senhora de Fátima

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