Exortação Apostólica Pós- Sinodal foi objeto de estudo durante o início da série de oito encontros para a possível implantação da Pastoral Judiciária e aprofundamento do tema da nulidade matrimonial

Organizado pela Pastoral Familiar em parceria com o Tribunal Eclesiástico da Diocese de Santo André, o curso “Pastoral Judiciária e Nulidade Matrimonial” teve início na noite de segunda-feira (17/02) com a presença de aproximadamente 130 pessoas. Serão oito encontros até o dia 15 de junho, sempre às segundas-feiras, das 19h45 às 22h, no Auditório Dom Jorge Marcos de Oliveira do Edifício Santo André Apóstolo, na Praça do Carmo, 36, no Centro andreense.

Ministrado pelo vigário judicial da Diocese de Santo André, Pe. Jean Rafael, o curso orientará sobre a atuação dos agentes pastorais, na acolhida e formação a respeito do matrimônio em seus diversos aspectos; desenvolver o elo entre o bem da família e o bem das pessoas (Evangelii Gaudium); e trabalhar no sentido vocacional da proteção jurídica do matrimônio canônico.

“Nesse encontro de formação para a Pastoral Familiar, que chamamos até de ensaio para uma possível formação de uma Pastoral Judiciária, mas sobretudo dentro dessa responsabilidade das leis da Igreja, das normas da Igreja com os tribunais eclesiásticos, em nossa Diocese de Santo André, sob a vigência e responsabilidade do nosso bispo Dom Pedro Carlos Cipollini, nós enquanto tribunal estamos dando essa conscientização”, destaca Pe. Jean.

Exortação do Papa

Durante o primeiro dia de apresentação foi trabalhada a Exortação Apostólica do Papa Francisco ‘Amoris Laetitia’ (publicada em 8 de abril de 2016), em sintonia com o Código de Direito Canônico, objetivando olhar para a responsabilidade do batismo, que gera a organização da Igreja, pois o sujeito se torna pessoa com seus direitos e deveres.

“Inerente a essa realidade, a responsabilidade do conceito de fiéis cada um ao seu modo, sua missão, seu exercício, para que possamos chegar a família, ao homem e mulher que se casam e tem a responsabilidade de formar uma família e de dar na família, o sentido da vocação, a responsabilidade que eles têm de zelar pelo matrimônio, enquanto sacramento”, explica.

Família é solução

De acordo com o presidente do Tribunal Eclesiástico da Diocese de Santo André, os casais devem despertar a consciência e vivência também no cuidado em gerar os filhos na fé, apesar das crises e dos problemas enfrentados no mundo atual.

“Conforme vimos no capítulo I, à luz da Palavra de Deus, e também no capítulo II da ‘Amoris Laetitia’, apresentando as dificuldades da família atual, podermos dar uma resposta, uma solução a família, porque família não é problema, família é uma solução de vivermos a graça e a santificação de Deus em nossos lares”, complementa Pe. Jean.

Abertura da Igreja

Para a paroquiana da Paróquia Santo Antônio (Região São Caetano), Sandra Maria da Silva Costa, 50 anos, essa aula inaugural foi surpreendente, pois trouxe a visão que o sumo pontífice tem da sociedade, numa abertura da Igreja para muitas pessoas que estavam afastadas.

“É importante saber sobre nulidade. Muita gente que não vive um casamento e quer regularizar essa situação com a Igreja, e por vezes se afastam ou começam a frequentar outra igreja, porque acha que a nossa é muito rígida, tem que divulgar esse conteúdo para a formação e conscientização para resgate das pessoas”, reflete.

Comprometimento dos casais

Superou todas as expectativas, assim resumiu a secretária Rosana Capecce, da Paróquia São João Batista (Região São Bernardo – Rudge Ramos).

“Porque a gente começa a entender o matrimônio de uma forma diferente. Aquela forma de enxergar o amor, o respeito, a cumplicidade entre um homem e uma mulher. E o propósito de formar uma família na base das leis de Deus e manter essa família, para fazer com que os casais tenham mais comprometimento”, analisa.

Mobilização permanente

Acompanhado do casal coordenador da Pastoral Familiar, Claudenice e Cido Gomes Caliari, o assessor diocesano Pe. Adenízio Leonardo Miranda demostrou felicidade ao constatar o envolvimento de todos com o tema.

“A expectativa por parte das pessoas é muito grande e acredito que as respostas que vão se encontrar aqui, a partir da exposição do Pe. Jean, serão de fundamental interesse na constituição de um trabalho diocesano para a família, tanto a nível Pastoral Familiar, como a nível de Pastoral Judiciária. Louvo a Deus que continuemos com esse mesmo interesse de todos”, avalia.

O segundo dia de formação do curso acontecerá no dia 2 de março.