Diocese de Santo André

Psicologia e fé: como manter a saúde mental durante o isolamento social

Solidão e amor. Tristeza e alegria. Desesperança e perseverança. Falta de perspectivas e planos para o futuro…Uma avalanche de sentimentos e pensamentos são perceptíveis durante o período de instabilidade emocional que pode-se observar em muitos casos, diante da necessidade de isolamento social como único antídoto no momento para evitar a propagação do coronavírus.

E para entender a mente humana e a relação entre a psicologia e fé, a fim de superar as adversidades e lidar com foco e paciência nas tarefas do dia a dia, a reportagem da Diocese de Santo André conversou com especialistas da área para saber das dicas de como manter uma boa saúde mental.

Conselhos essenciais

O psicólogo Allan Gabionette trabalha no Grande ABC e tem recebido muitas mensagens de pessoas que relatam sintomas próprios de crises de ansiedade. Ele enumera quatro dicas para o controle da mente e do corpo para um bom rendimento diário das tarefas e reservar um período para descontração.

“Primeiro é tirar um tempo para fazer uma boa respiração, ao menos três vezes ao dia, de cinco a dez minutos, inspirando pelo nariz e soltando pela boca, calmamente, sem pressa. Uma maneira de relaxar e esvaziar um poco a mente com as nossas preocupações. Segunda dica é adotar uma boa alimentação. Precisa ter autocontrole e não exagerar nas refeições”, indica.
“Terceira dica é beber bastante água. É fundamental para hidratação e funcionamento do organismo. E a quarta dica é cuidar da mente com coisas boas e evitar o consumo de notícias ruins. Esse pessimismo do lado da quarentena acaba nos afetando e começamos a ficar preocupados com a situação”, comenta Allan, que participa do Grupo de Oração Imaculado Coração de Maria e do ministério de música e pregação, em São Caetano.

Momento de redescoberta
Na avaliação da psicóloga e psicodramatista Madalena Cabral Rehder, as pessoas que moram sozinhas, famílias, casais e profissionais da saúde que estão isolados precisam ter a dimensão que esse momento é passageiro e não durará para sempre.
“Neste período de isolamento com a pandemia, num primeiro momento estivemos num caos, por meio dos nossos sentimentos, ações, angústias e ansiedades que nos levaram aos esquecimentos e nada parecia dar certo. Os instintos de sobrevivência produzem exageros ao estocarmos mantimentos e produtos de limpezas. E qualquer questão mexe com nossas emoções e levam a psicossomatização de muitos dos sintomas”, salienta.

“E num segundo momento já começamos nos reconhecer dentro disso. Percebemos a nossa importância e a importância do outro. Esse isolamento trouxe a volta para dentro de nós. Descoberta das nossas ações, dos nossos cuidados, do cuidar com o outro. De cuidar como sociedade. Porque muitos tem que trabalhar, mas sabemos que a pandemia, o vírus se multiplica-se dia a dia. Esse coronavírus traz uma redescoberta para olharmos para dentro de nós”, complementa Madalena, que também é gestora do curso de pós graduação em Sociopsicodrama.

Importância da fé
De acordo com Allan, neste contexto que entra o exercício da fé paralelo aos cuidados com o corpo e a mente. “Não adianta trabalhar o nosso corpo, a nossa mente e deixar a fé de lado. Neste período para se mantermos próximos de Deus temos as missas online, leituras, filmes, palestras, pregações, músicas. São reflexões ótimas para esses tempos”, destaca.
“Cada um sabe a maneira que Deus faz para você se aproximar Dele. Se é com as músicas cristãs, lendo um livro, a bíblia. Conversando com as pessoas. Coloque isso em sua rotina. Gosto de questões presenciais, mas temos que entender que neste tempo o melhor a se fazer é ficar dentro de casa. Muitas vezes visitávamos Deus na casa Dele. Agora está na hora de deixar Deus visitar o nosso coração e o nosso lar”, reflete Allan, que traduziu e adaptou juntamente com o Pe. Guilherme Melo Sanches, um documento o Conselho Nacional da Ordem dos Psicólogos da Itália para orientar os brasileiros na prevenção e combate ao coronavírus.

Conexão com a espiritualidade
Para Madalena, a espiritualidade é fundamental para um reencontro de si próprio, para ir ao encontro do próximo. “Isso é o amor que vem de dentro. A fé e a ciência caminham juntas. E nós entramos em contato com nosso estado biopsicossocial e espiritual, sabendo que o espiritual e a energia das nossas orações e das nossas meditações nos levam de estar num momento conosco para estar em contato com o outro, com o nosso irmão. Isso é muito importante”, descreve.
Segundo a psicóloga, a atual situação exige que fiquemos em casa para que futuramente estarmos juntos, novamente.
“Seja no encontro com o outro, ou com os grupos, essa redescoberta dos seres humanos para que saibamos que todos nos somos iguais. Nesse momento é a nossa grande preocupação. Ficar em casa para não propagar o vírus. A depressão pode vir. Vamos utilizar os meios de comunicação e verificar como podemos cuidar de nós, para cuidarmos do próximo”, finaliza.

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