A facilidade de criação de canais para divulgação de informações na internet e a importância que as plataformas de comunicação e relacionamento ganharam atualmente vêm impulsionando um fenômeno da difusão das chamadas fake news (as notícias falsas). Apesar de parecer recente, o termo é mais antigo do que aparenta. De acordo com o dicionário Merriam-Webster, essa expressão é usada desde o final do século XIX.
Segundo um relatório da consultoria Gartner, em 2022 consumiremos mais boatos que informação verdadeira. O assunto é tão sério que motivou um debate no Senado, nos últimos dias. Isto porque há um Projeto de Lei, o PL 2.630/2020, que tramita no Congresso Nacional e que tem por objetivo combater a divulgação de notícias falsas nas redes sociais.
O Senado e a Câmara dos Deputados querem que o Congresso regulamente o funcionamento das redes sociais em um momento de crescente preocupação com a circulação de informações incorretas sobre a pandemia de coronavírus e também envolvendo ataques a figuras políticas e ministros do Supremo Tribunal Federal.
O fato é que as notícias falsas espalham desinformação e, muitas vezes, dificultam principalmente neste período de pandemia, a divulgação de informações e orientações corretas. Recentemente, o bispo de Santo André (SP) e presidente da Comissão para a Doutrina da Fé da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Pedro Cipollini, publicou um artigo com o título “Fake News: problema sério!”.
No texto, o bispo diz que o mundo das Fake News é o mundo da “pós-verdade”, onde não existem fatos, mas somente interpretações: “Isto oferece como recompensa a mais bela ilusão: a de ter sempre razão, independentemente de qualquer desmentido”.
“Necessita-se urgente de uma comunicação verdadeira levada avante por comunicadores verdadeiros. A comunicação verdadeira tem o poder de criar pontes, favorecer encontro e inclusão. Traz grande bem à sociedade especialmente hoje, quando o mundo digital facilita a ampliação do poder da palavra. Palavras e ações deveriam ser tais, que nos ajudassem a sair dos círculos viciosos de condenações e vinganças, que mantem prisioneiros os indivíduos e as nações, expressando-se através de mensagens de ódio”, disse dom Cipollini em seu artigo.
Ainda, conforme o bispo, nada mais necessário hoje, para combater as Fake News do que a imprensa livre, com profissionais honestos, buscadores da verdade e narradores da realidade como ela é.
Como combater as Fake News?
A Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM-Brasil, lançou recentemente uma cartilha virtual formativa para ajudar no combate às Fake News. Organizada pelo setor de comunicação da Rede, a proposta é oferecer um material que ajude a refletir, discernir e combater a disseminação de notícias falsas.
A cartilha apresenta os conceitos, tipos e oferece dicas de como identificar e combater as Fake News e, ainda, apresenta algumas ferramentas, como aplicativos e sites, que podem ajudar na checagem das notícias para verificar a veracidade das informações compartilhadas.
Em entrevista à Repam, a secretária executiva da Rede, irmã Maria Irene Lopes, disse que a intenção da cartilha é contribuir para que as pessoas possam se proteger das muitas inverdades e boatos que circulam pela internet. “Nesse tempo de tantas notícias, precisamos ficar atentos aos processos de desinformação e ajudar que as pessoas tenham ferramentas para não permitir que informações falsas sejam espalhadas”, afirmou irmã Irene.
A produção do material contou com a participação de estudantes de comunicação social – jornalismo e publicidade – do Centro Universitário Estácio de Brasília. Um grupo de trabalho envolvendo comunicadores locais da Amazônia também auxiliará com outras ações que a rede pretende realizar para combater as Fake News.
Clique na imagem abaixo, para baixar a cartilha
Fonte: https://www.cnbb.org.br/