“A Eucaristia deve gerar uma vida fraterna e de solidariedade, da partilha e do amor. Jesus ensina o valor do comunitário, da comunhão e da comunidade para resolver os problemas e as dificuldades. De fato, nós sairemos melhores dessa pandemia, somente se houver união e fraternidade a nível mundial.”
Refletindo sobre a Palavra de Deus na celebração do 18º Domingo do Tempo Comum (2/08), em que aborda o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, o bispo diocesano Dom Pedro Carlos Cipollini reiterou que apenas através da coletividade será possível vencer o egoísmo na luta por uma sociedade mais justa.
“Já existe a nível local. Quantas comunidades paroquiais têm distribuído alimentos. Quantos gestos fraternos e maravilhosos de partilha. Empresas que também contribuem com doações. Mas precisa de uma união internacional. Essa pandemia é algo muito grande para que somente um ou outro resolva. É preciso a união de todos”, afirma.
Como acontece nas manhãs de domingo, a Santa Missa foi concelebrada pelos padres Joel Nery (vigário episcopal para a Pastoral e pároco da Catedral), Flávio José dos Santos (vigário da Catedral) e Camilo Gonçalves de Lima (secretário episcopal), na Catedral Nossa Senhora do Carmo.
Menção especial
Durante a homilia, o pastor da Igreja Católica no Grande ABC pediu orações pelos irmãos falecidos pela Covid-19, em especial ao Pe, José Raschele, que aos 96 anos partiu rumo à Casa do Pai na última sexta-feira (31/07), após mais de 60 anos de sacerdócio.
“Agradecemos ao Pe. Raschele que em seus 96 anos de vida perseverou até o fim. Um padre alegre, feliz e generoso. Construiu igrejas, ajudou o povo de muitas maneiras, e foi pároco durante 43 anos da Paróquia Sant’Anna, em Ribeirão Pires”, recorda Dom Pedro.
Mês Vocacional
Como parte das atividades online do Ano Vocacional Diocesano, a programação do Mês Vocacional em agosto prioriza, sobretudo, as vocações sacerdotais e religiosas da vida consagrada.
Dom Pedro congratulou todos os padres da Diocese de Santo André pelo trabalho exercido durante os tempos difíceis de distanciamento social e limitações para as atividades presenciais.
“Neste dia 4 de agosto celebramos o Dia do Padre. Rezemos pelos presbíteros para que Deus os fortaleça esses padres que disseram sim e prosseguem neste serviço maravilhoso de dar conforto e esperança ao povo”, comenta.
Nos tempos atuais, o Evangelho de Mateus (14,13-21) traz um ensinamento sobre a importância da vida fraterna, da partilha e da solidariedade. O milagre dos cinco pães e dois peixes revela que Jesus Cristo nos propõe que devemos promover a justiça social. Um banquete da vida, que alimente a todos. Neste sentido, o filho de Deus olhou para o céu, pegou os cinco pães e os dois peixes. Partiu os pães e entregou aos discípulos para distribuir ao povo. Ainda sobraram 12 cestos cheios de pães e mais de cinco mil homens, mulheres e crianças foram alimentados.
“A multiplicação dos pães faz alusão à Eucaristia, o núcleo central da Igreja e fonte de vida solidária. Antecipa o que Jesus realizaria na última ceia”, explica Dom Pedro, ao citar a passagem do Evangelho de Lucas (22:19). “Fazei isto em memória de mim”.
Valor do trabalho
Ainda na meditação do evangelho do dia, Dom Pedro diz que Jesus também ensina o valor do trabalho, a fim de que se multiplique o bem para que todos tenham a acesso ao necessário. “É uma responsabilidade nossa. Jesus poderia fazer tudo sozinho, mas envolveu os discípulos. Ele quer nos envolver para que colaboremos com Ele na implantação do seu reino de justiça, fraternidade e paz”, elucida.
“Deus quer que cuidemos uns dos outros e também da natureza. É difícil vivenciar a Palavra de Deus quando o mundo quer nos empurrar para o egoísmo e o individualismo. Jesus veio nos socorrer e nos amparar. É preciso deixar que Jesus haja entre nós. São Paulo nos garante na Segunda Leitura (Rm 8,35.37-39) que nada será capaz de nos separar do amor de Cristo por nós. Fazendo o bem para superar o mal. Vencer o pecado e a morte”, complementa o bispo.
